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Estado de Minas

EM percorre o que sobrou de Bento Rodrigues, povoado sugado pela lama

Os rep�rteres Jo�o Henrique do Vale e Rodrigo Clemente v�o para o distrito de Mariana depois da restri��o ao acesso dos antigos moradores e encontram cen�rio desolador, onde m�quinas est�o � procura de v�timas


postado em 16/11/2015 06:00 / atualizado em 16/11/2015 17:24

Ver galeria . 66 Fotos Imagens exclusivas do Estado de Minas mostram os efeitos provocados pela enxurrada de lama que invadiu Bento Rodrigues no início de novembro. Pouco mais de uma semana depois da tragédia, o lugar se tornou uma 'cidade fantasma'. Detalhes registrados pela equipe do EM mostram que onde antes existiam casas, escola e comércio, restam apenas os escombros cobertos pelo barroRodrigo Clemente/EM/D.A.Press
Imagens exclusivas do Estado de Minas mostram os efeitos provocados pela enxurrada de lama que invadiu Bento Rodrigues no in�cio de novembro. Pouco mais de uma semana depois da trag�dia, o lugar se tornou uma 'cidade fantasma'. Detalhes registrados pela equipe do EM mostram que onde antes existiam casas, escola e com�rcio, restam apenas os escombros cobertos pelo barro (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A.Press )

Bento Rodrigues
- A sujeira nos postes de ilumina��o j� dava ideia da onde a lama de rejeitos de min�rio que vazou das duas barragens da Samarco em Mariana, na Regi�o Central de Minas Gerais, chegou a Bento Rodrigues. Apenas dois palmos acima dos mastros est�o limpos. As folhas verdes das �rvores maiores, como uma mangueira, contrastam com o marrom dos res�duos da minera��o que ficaram nos troncos. A Escola Municipal Bento Rodrigues ficou completamente destru�da. Restaram apenas as lousas brancas e o quadro de calend�rio. Da Igreja de Nossa Senhora das Merc�s sobrou apenas parte das paredes.

A reportagem do Estado de Minas conseguiu entrar em Bento Rodrigues depois que os moradores foram proibidos de voltar ao local por seguran�a, na quarta-feira,  e viu de perto a devasta��o provocada pela avalanche. Casas est�o sem telhado, brinquedos de crian�as, roupas e at� dois potes lotados de balas est�o espalhados em meio � lama e ao entulho. Na cidade, o �nico barulho � dos p�ssaros e das m�quinas pesadas que abrem as ruas para os militares poderem acessar os locais para as buscas. Na chegada, na parte alta, j� d� para ter ideia da correria e do desespero dos moradores. No alto, os im�veis est�o com portas e janelas fechadas. Carros foram deixados para tr�s, assim como objetos pessoais. No centro comunit�rio, que est� com as portas abertas, d� para notar as cadeiras espalhadas.

Quando se come�a a descer as ruas do distrito, a cena � de devasta��o e isolamento. Quando se chega perto do rio, as marcas de barro v�o aumentando nas paredes das casas. Come�am a um metro e terminam com quase 10 metros. A sujeira no tronco de �rvores de grande porte impressiona apenas as folhas verdes limpas, o que agu�ou ainda mais a cor.

A Escola Municipal Bento Rodrigues foi invadida pela lama e ficou sem telhado. Paredes foram destru�das, assim como os port�es. Mesmo assim, as lousas brancas usadas pelos professores para passar conhecimento aos estudantes ficaram intactas, talvez, para lembrar que a cidade entrou para hist�ria de Minas Gerais e do pa�s inteiro. Outro quadro verde escrito ‘“calend�rio’ tamb�m n�o sofreu avarias e sobreviveu � enxurrada. Descendo um pouco mais pela rua, d� para notar v�rias casas destru�das. Em uma delas, que tamb�m est� sem telhado, a cena de tristeza � constratada por um quadro, que continua pregado na parede. Em outro im�vel, o banheiro est� exposto. O espelho, parcialmente quebrado, reflete a imagem de um distrito abandonado e destru�do.

 

V�deo: equipe do EM percorre Bento Rodrigues

Ao virar � esquerda na rua aberta pelo Corpo de Bombeiros, chega-se � Igreja Nossa Senhora das Merc�s. L�, os moradores se encontravam para rezar, conversar e agu�ar a f�. O im�vel n�o existe mais. Apenas um peda�o da parede de aproximadamente 30 cent�metros. Ao fundo, o mar de lama que se formou. Durante aproximadamente uma hora e meia, a reportagem percorreu o local. O cheiro do rejeito de minera��o ainda � forte. A lama j� est� mais firme, o que possibilita andar sobre ela. Por�m, ainda h� risco no local, por isso continua a interdi��o dos bombeiros. M�quinas pesadas abrem caminho.


Os trabalhos em Bento Rodrigues s�o feitos com duas m�quinas pesadas. Uma retroescavadeira e uma p� carregadeira est�o sendo usadas para abrir caminho pela cidade, que est� tomada pela lama. Elas s�o controladas por t�cnicos da Samarco com aux�lio de militares do Corpo de Bombeiros. “Os tratores s� podem passar nos locais onde foram feitas buscas e vistorias. Nestes pontos, n�o foram encontrados corpos, por isso foram abertos”, explica o tenente Philippe Matos. Equipes especializadas dos bombeiros est�o na cidade para fazer buscas por desaparecidos. S�o militares de Conselheiro Lafaiete, na Regi�o Central, al�m de homens do Sul do pa�s. Mesmo assim, os  trabalhos s�o demorados, devido aos grandes estragos provocados pela trag�dia. “Tendo em vista a extens�o e a min�cia do trabalho, ele � bastante lento”, afirma Matos.

                                  Bento Rodrigues vira cidade fantasma
                                                            


C�es farejadores est�o sendo usados. Os militares usam canos PVC para furar a lama. Em seguida, ele � girado para formar uma esp�cie de cone. Se tiver v�timas ou algum animal morto, sobe um odor que � farejado pelos cachorros. Assim, pode-se chegar a poss�veis corpos.


ANIMAIS Al�m das buscas por desaparecidos, bombeiros tamb�m est�o preocupados com a situa��o de animais. Em uma fazenda perto de Bento, cerca de 100 animais, principalmente gado, est�o ilhados. Ontem, bombeiros usaram o helic�ptero da Pol�cia Militar para chegar at� eles e levar mantimentos. Segundo os militares, os bichos est�o magros e abatidos. Uma opera��o deve ser montada nos pr�ximos dias para tentar resgat�-los.

                              Trinca � descoberta na barragem de Germano

                                                              




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