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Estado de Minas

"Se chover cinco dias sem parar, n�o sei o que vai acontecer", alerta especialista

Perito especialista em solo alerta para risco de nova trag�dia


postado em 16/11/2015 16:42 / atualizado em 17/11/2015 16:03

Barragem de Germano, maior do complexo, apresenta parece com coeficiente abaixo do considerado seguro(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 11/11/15)
Barragem de Germano, maior do complexo, apresenta parece com coeficiente abaixo do considerado seguro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 11/11/15)

Depois de dada como rompida logo ap�s a trag�dia, em 5 de novembro, a barragem de Santar�m volta a ser ame�a � popula��o local e ao meio ambiente. Nesta segunda-feira, provocou alarde a informa��o do Departamento Nacional de Produ��o Mineral (DNPM) de que a barragem n�o se rompeu, acendendo um alerta para o risco de um novo rompimento.

Em nota, a Samarco confirmou a informa��o do DNPM, dizendo que “o maci�o remanescente de Santar�m est� �ntegro, mesmo estando parcialmente erodido”. O que � muito grave na opini�o do perito especialista em solos e aposentado do Instituto de Criminal�stica Gerson �ngelo Jos� Campera, que aponta s�rios problemas que podem levar a uma outra trag�dia.

A barragem de Santar�m � agora outro motivo de preocupa��o, ao lado da barragem de Germano, a maior do complexo, que apresenta trincas e coeficiente de seguran�a abaixo do recomendado.

Para o professor de engenharia de minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Hernani Lima, a barragem de Santar�m � segura, pois conteve grande parte dos rejeitos que vazaram da barragem do Fund�o e n�o se rompeu. Segundo ele, apesar do efeito devastador, a trag�dia poderia ter sido ainda maior.

Mas para o perito especialista em solos Gerson �ngelo Jos� Campera o risco de nova trag�dia n�o pode ser descartado. Ele afirma que uma vez existindo sinais de ruptura, o risco � iminente e n�o h� o que se possa fazer, a n�o ser acompanhar e monitorar. “N�o h� nenhum tipo de obra que resolva depois que aparecem os sinais de ruptura. N�o adianta fazer nada. A solu��o seria retirar o rejeito de l�. Mas o volume � extremamente elevado e n�o h� como retirar”, afirma.

Outra possibilidade, de acordo com o perito, � cobrir toda a barragem com membranas de concreto, o que � muito caro. “Se voc� sobrevoar a regi�o, vai ver que est�o jateando o local com concreto. Mas teriam que cobrir a barragem toda. � a maneira de assegurar a vida das pessoas que est�o l� embaixo, uma cobertura de concreto para estabilizar talude”, acrescenta. Por baixo, teria que ter sido feita a drenagem. “Onde h� eros�o, h� instabilidade, pois h� necessidade de acomoda��o e n�o h� escoamento para isso”, continua.

Campera alerta que considerando o per�odo de chuvas, a situa��o torna-se ainda mais cr�tica, pois como se trata de barragens mais antigas, os sistemas de drenagem n�o funcionam mais. “A chuva entra para dentro do min�rio. Vai para as barragens e pressiona as paredes. Se chover cinco dias sem parar, n�o sei o que vai acontecer”, diz. “Todo esse volume de rejeito que est� l� entope o rio e pode esparramar para os afluentes no sentido inverso ao do curso da �gua. Ningu�m sabe para onde vai isso”, alerta. “E o pessoal sabe desse risco”, completa.

COEFICIENTE DE SEGURAN�A O risco da barragem de Santar�m se junta ao da de Germano, onde a Samarco admitiu, nessa sexta-feira, haver uma parede com coeficiente de seguran�a abaixo do permitido. “O fator de seguran�a � dado pela for�a de resist�ncia a uma ruptura dividido pela for�a movimentadora. Se for de 1.5, significa que a for�a de sustenta��o � 50% maior; se for 1.9, 90% maior”, explica o professor da Ufop Hernani Lima.

Na sexta-feira, a Samarco informou que a parede de Selinha, parte da barragem de Germano, est� com coeficiente de seguran�a 1.2, quando o m�nimo considerado ideal � 1.5. Ainda segundo a mineradora, o maci�o principal da barragem de Germano apresenta coeficiente 1.9.

Mas Gerson Campera afirma que, embora 1.9 seja um coeficiente “com folga”, � encontrado na melhor condi��o da barragem e n�o em toda a sua extens�o, chegando a haver parede com 1.2.

“A norma NBR 6122 da Associa��o Brasileira de Normas T�cnicas (ABNT) estabelece que o coeficiente deve ser igual ou maior que 1.5. E, somente em casos especiais, pode ser 1.3, desde que com rigoroso controle. E l� n�o exite controle rigoroso. Nunca existiram sensores nas barragens. E o coeficiente 1.2 – admitido na parede de Selinha – n�o atende as condi��es de seguran�a. � um coeficiente inst�vel”, acrescenta.

O especialista explica que ao longo da barragem os coeficientes mudam em fun��o da condi��o do solo, do peso que est� sendo contido e da pr�pria �gua. (Com informa��es de Renan Damasceno).


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