
Mariana – Pelo menos mais 50 dias � o prazo que a popula��o dos distritos de Mariana e demais comunidades da regi�o afetados pela lama da Barragem do Fund�o ter�o de esperar para ter os acessos vi�rios restabelecidos. Por causa da enxurrada de rejeitos, 10 pontes nessas localidades foram destru�das e a liga��o entre os povoados est� bloqueada. A reconstru��o ser� feita pela mineradora Samarco, que estipulou o tempo no in�cio da semana e j� deu come�o � instala��o da primeira estrutura, entre o distrito de Paracatu de Cima e os de �guas Claras e Cl�udio Manoel. Mas, mesmo com as primeiras interven��es e o estabelecimento da meta por parte da empresa, a expectativa da Prefeitura de Mariana � de que a estimativa, que termina em meados de janeiro, precise ser estendida por causa das condi��es clim�ticas. No fim da tarde de ontem, por exemplo, foi registrada uma forte chuva no munic�pio.
“Acho que n�o ser� poss�vel cumprir esse prazo, tendo em vista que tem chovido na regi�o e as estradas n�o s�o pavimentadas, o que dificulta o acesso aos distritos, especialmente com caminh�es e pe�as pesadas”, afirma o secret�rio de Transportes, Marco Ant�nio Gon�alves. Por causa do bloqueio ocasionado pela queda das pontes, comunidades inteiras est�o tendo dificuldades nas atividades do dia a dia e tamb�m nos atendimentos de sa�de e educa��o.
De acordo com assessor t�cnico de governo, Israel Quirino, 387 alunos est�o sem aula por causa da impossibilidade de acesso. Ap�s a constru��o da ponte entre Paracatu e �guas Claras, parte desses meninos volta a estudar. A previs�o � de que a estrutura fique pronta at� a semana que vem, segundo funcion�rios da empresa que trabalham na implanta��o da ponte. Uma passagem provis�ria foi feita com uso de manilhas, mas, com a for�a da �gua do rio e com as chuvas do fim de semana, n�o se mostrou segura para o transporte dos estudantes.
O atendimento de sa�de, segundo ele, vem sendo prestado aos moradores dessas localidades em Mariana, passando por um distrito que cruza a cidade de Alvin�polis. “O problema � que transportar tantos estudantes seria um processo dispendioso e extremamente cansativo para os alunos, j� que s�o 72 quil�metros a mais de estrada de terra”, avalia o assessor. Ele ainda estima que o valor inicial de R$ 100 milh�es, calculado pela Samarco, n�o ser� suficiente para repor todas as estruturas. Toda a despesa ser� de responsabilidade da mineradora.
No dia da trag�dia, ficaram tamb�m destru�das em Mariana as pontes que ligam os povoados de Camargos e Bento Rodrigues; Monsenhor Horta e Ponte do Gama; Paracatu de Baixo a �guas Claras e Campinas (conhecida como ponte do Buc�o); al�m da liga��o entre Campinas e Barretos. No percurso at� a cidade vizinha de Barra Longa foram mais cinco dessas passagens levadas pela enxurrada.
TRINCHEIRAS Al�m do problema das pontes, moradores da zona rural enfrentam outro agravante para se deslocarem. � que, com as estradas tomadas de lama, a alternativa para liberar as vias foi abrir caminho em meio ao barro dos rejeitos, que permanece amontoado nas duas margens das estradas. “� muita lama. Muita mesmo. As estradas est�o entrincheiradas, com todo o escoamento de �gua comprometido e sem espa�o nenhum para parada de ve�culos �s margens”, aponta o secret�rio Marco Ant�nio Gon�alves.
Questionado sobre quando toda essa lama ser� retirada e para onde ela ser� levada, o representante do setor de transportes de Mariana n�o tinha respostas: “Essas s�o perguntas que eu fa�o todos os dias. A Samarco est� com muitas m�quinas trabalhando na regi�o, mas � lama demais. Al�m disso, tem o agravante da chuva, que � necess�ria, mas, neste contexto, complica a situa��o um pouco mais”, afirmou o secret�rio.