A cat�strofe ambiental provocada pelo rompimento da barreira da mineradora Samarco em Mariana ainda n�o terminou, admitiu neste domingo, 22, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. T�cnicos agora acompanham a trajet�ria da lama, rumo ao litoral. Apesar de a dimens�o dos estragos do acidente ainda n�o estar definida, a ministra garantiu que a Bacia do Rio Doce, seriamente afetada pelo mar de lama, ser� recuperada. "Devolveremos a bacia", prometeu Izabella, ao dizer que ela poder� ficar "em melhores condi��es".
A ministra admite estar diante do pior desastre ambiental enfrentado pelo Brasil. Mas afirma que o epis�dio pode ser considerado como um "aprendizado." "Todas as vezes que problemas como esses ocorrem, h� uma tend�ncia de se rever par�metros. Vamos discutir todo aperfei�oamento necess�rio", argumentou.
A preocupa��o maior, nesta primeira etapa, � acompanhar a trajet�ria da lama procedente da barragem, que rompeu dia 5, provocou 8 mortes e deixou 15 pessoas desaparecidas. Entre as quest�es mais urgentes est�o garantir o abastecimento de �gua para popula��o da �rea afetada e garantir a retomada da pesca.
Izabella afirmou que um comit� de avalia��o e monitoramento, integrado por representantes da sua pasta, por governos estaduais e municipais est� trabalhando de forma coordenada. Al�m de tentar reduzir o impacto dos estragos causados pelo rompimento, o grupo se debru�a para avaliar medidas de compensa��o que tem de ser cobradas, como multas e indeniza��es.
Para a ministra, o epis�dio mostra a necessidade da inova��o do modelo de governan�a. "Todos os relat�rios estar�o dispon�veis. Temos de ser transparentes", completou. Entre documentos que ser�o divulgados est�o estudos da Ag�ncia Nacional de �guas e laudos do Departamento Nacional de Produ��o Mineral (DNPM).
Uma das principais d�vidas sobre o impacto do acidente est� relacionada � composi��o da lama e quanto tempo ela deve permanecer no ambiente. Quando do rompimento da barragem do Fund�o, em Mariana, a empresa Samarco garantiu que os rejeitos n�o eram t�xicos. At� agora, no entanto, nenhum dado foi entregue �s autoridades p�blicas para comprovar que essa afirma��o � verdadeira.
O abastecimento de �gua em Colatina, cidade no Esp�rito Santo que foi atingida pelo mar de lama, foi suspenso. Volunt�rios iniciariam uma opera��o para tentar resgatar peixes do Rio Doce, onde vivem cerca de 70 esp�cies nativas.
Uma opera��o semelhante foi feita em Linhares, mas desta vez organizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. A ideia � manter mostras de esp�cies nativa para que depois elas possam ser usadas, se necess�rio, para repovoar o rio atingido pelos desejos da mineradora.