(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Lama de rejeitos desafia oceano e amea�a vida marinha

Mancha lamacenta avan�a 10 quil�metros mar adentro depois de matar 3 toneladas de peixes na foz do Rio Doce. Marinha monitora dilui��o do material no Atl�ntico


postado em 24/11/2015 06:00 / atualizado em 24/11/2015 11:23

Praias do município de Linhares, onde fica o estuário, já estão tomadas de rejeitos de minério, que tingiram as águas e avançam tanto pela costa quanto para o interior do oceano(foto: Fred Loureiro/Secom-ES)
Praias do munic�pio de Linhares, onde fica o estu�rio, j� est�o tomadas de rejeitos de min�rio, que tingiram as �guas e avan�am tanto pela costa quanto para o interior do oceano (foto: Fred Loureiro/Secom-ES)
Depois de varrer fauna e flora e esterilizar os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce, em territ�rio mineiro e no Esp�rito Santo, a enxurrada de lama que vazou da mineradora Samarco, em Mariana, na Regi�o Central de Minas, j� matou pelo menos tr�s toneladas de peixe no estado vizinho e avan�a pelo oceano, amea�ando tamb�m a vida marinha. No Atl�ntico, a mancha avermelhada j� havia atingido ontem pelo menos 22 quil�metros na costa do munic�pio praiano de Linhares – 15 ao Norte e sete ao Sul – e seguiu 10 quil�metros mar adentro. Especialistas e autoridades capixabas definem o cen�rio como apocal�ptico no rio e no entorno da foz, cercada por reservas e �reas ambientalmente sens�veis. Na mesma propor��o em que a mancha avan�a, cresce o sentimento de indigna��o com a trag�dia, que ganha propor��es nacionais.

Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobrevoou a regi�o para ter a dimens�o do problema e anunciou que, a partir de hoje, um navio oceanogr�fico da Marinha passar a monitorar a dilui��o do material na �gua. Segundo ela, os rejeitos ainda n�o chegaram a Vit�ria e nem � costa da Bahia, o que exclui o santu�rio de Abrolhos da �rea atingida.

Mas o clima � de preocupa��o, de acordo com o secret�rio capixaba do Meio Ambiente, Rodrigo J�dice. “O sentimento � de dor profunda. A cor da �gua nos sensibiliza muito, porque s�o ondas de lama em um estu�rio sens�vel, cheio de esp�cies nativas e ex�ticas, al�m de ser uma �rea de desova de tartarugas marinhas”, desabafa. O secret�rio criticou a postura da Samarco que, nas palavras dele, “demorou muito para atuar”.

De acordo com J�dice, a empresa recebeu pelo menos cinco intima��es exigindo melhor plano de comunica��o sobre medidas a serem adotadas, a exemplo do fornecimento de �gua. “S� come�aram a agir quando a decis�o foi da Justi�a. E ainda assim muito timidamente. Hoje est�o fazendo mais, mas, com certeza, demoraram muito”, afirma. Para o secret�rio, o acidente mostrou que a empresa n�o estava preparada para lidar com o dano, considerado o maior do Brasil.

Segundo Rodrigo J�dice, pelo menos tr�s toneladas de peixes mortos foram retiradas ontem do Rio Doce e aves que ficam na regi�o apresentam mudan�as de comportamento. “Est�o sobrevoando o rio e procurando lugares para se proteger”, disse. Ainda n�o foram registradas mortes de animais marinhos, mas, de acordo com o vice-presidente da Bacia Hidrogr�fica da Foz do Rio Doce, Carlos Sang�lia, o pl�ncton j� come�a a ser afetado, o que prejudica toda a cadeia alimentar e, a longo prazo, os estragos podem ser enormes. “As tartarugas marinhas est�o em pleno per�odo de reprodu��o, que vai at� mar�o. Mesmo com a retirada dos ovos, feita pelo Projeto Tamar, o processo pode ser afetado”, disse.

RESGATE
No Rio Doce, uma for�a-tarefa tamb�m foi montada para retirada de esp�cies que no futuro podem repovoar o curso d’�gua agora tomado pela lama. "Muitos esp�cimes foram levados para tanques e lagoas da regi�o, para se reproduzir e depois repovoar o Rio Doce", afirmou o secret�rio Rodrigo J�dice. J� sobre os peixes retirados da �gua barrenta pela popula��o, a not�cia foi negativa. Nota divulgada no site da Secretaria de Estado de Meio Ambiente informava que os animais j� n�o t�m condi��es de contribuir para o repovoamento. “Esses organismos j� est�o debilitados pela condi��o severa da �gua misturada � lama de rejeitos e provavelmente n�o sobreviver�o ao transporte e tamb�m � diferen�a de condi��es que encontrar�o nas lagoas”, disse o informe, que tamb�m agradecia a a��o das pessoas.

Ainda de acordo com o secret�rio, medidas tomada para alargamento da foz do Doce e a coloca��o de lonas para criar um canal com passagem mais r�pida do material n�o foram suficientes para evitar a destrui��o. “Esper�vamos, por exemplo, que n�o houvesse mortes de peixes e muitos morreram. As a��es demoraram muito a ocorrer”, disse.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)