Para a psicanalista, os movimentos em defesa do meio ambiente est�o muito dispersos no pa�s. “O m�nimo que se esperava � que o Greenpeace colocasse uma faixa gigante no Vale do Rio Doce ou organizasse uma caminhada de dois dias at� Mariana”, sugeriu ela, que acabou fabricando a m�o um cartaz contra a mineradora causadora da maior cat�strofe ambiental j� ocorrida no pa�s, que provocou 11 mortes e 13 desaparecidos, com um derramamento de 25 mil piscinas ol�mpicas de lama no rio Doce, matando fauna e flora em fun��o dos rejeitos de min�rio.
O solit�rio protesto de Merry dividiu a opini�o dos outros participantes da caminhada, que repetiam as palavras de ordem como “prote��o ao clima n�o conhece fronteiras” e “sem �gua para beber” ou “em defesa dos povos ind�genas”. “Existe um movimento no mundo que est� discutindo o aquecimento global. N�o d� para falar de tudo, � preciso focar para ter resultado. Mariana est� chamando a aten��o porque � um caso agudo”, defende Alfredo Ramos de Oliveira, de 68 anos.
“Discordo. Mariana � um sintoma do mau uso dos recursos que provocou a morte de ecossistemas, agriculturas, pesca e pessoas”, comparou L�dia Maria de Andrade. Para ela, de todo modo a manifesta��o se tornava in�cua por reunir menos de 100 pessoas no domingo em BH, mesmo depois da ocorr�ncia de uma trag�dia, diferente do que ocorreu na maioria das outras cidades, onde a ades�o foi maior.
Rafaela Ara�jo, de 25, volunt�ria do Greenpeace h� cinco, afirma que a organiza��o est� gravando um document�rio independente no leito do Rio Doce desde os primeiros dias do desastre do rompimento da Barragem do Fund�o. "Mas � preciso pressionar pelas quest�es clim�ticas na ocasi�o da Cop-21, previsto como o �ltimo encontro de representantes desta d�cada. N�o podemos desistir da luta, at� porque este � o �nico planeta que temos", completa.