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Estado de Minas

Lama vira palavra maldita ap�s destrui��o de Bento Rodrigues

Moradores voltaram ao povoado para procurar objetos pessoais e n�o conseguiram esconder a emo��o


postado em 30/11/2015 06:00 / atualizado em 30/11/2015 08:24

Em Bento Rodrigues, algumas famílias puderam voltar ao subdistrito para buscar pertences, mas encontram só barro (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Em Bento Rodrigues, algumas fam�lias puderam voltar ao subdistrito para buscar pertences, mas encontram s� barro (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Mariana – Onde corriam as �guas, h� um leito seco, inerte, marrom. No lugar das �rvores, ficaram ra�zes reviradas, como se fossem esqueletos. E em vez da casa, apenas uma camada de saudade. A lama destruiu a vida em todo canto e se tornou uma palavra maldita para os moradores do subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Regi�o Central. Ontem, algumas fam�lias puderam voltar ao povoado para procurar objetos pessoais e n�o conseguiram esconder a emo��o e o inconformismo com o que ocorreu.

"A lama � a coisa ruim”, traduz, com a voz embargada, o presidente da Associa��o dos Moradores local, Jos� do Nascimento de Jesus, mais conhecido como Zezinho do Bento. Na hora do rompimento da Barragem do Fund�o, Jos� estava em casa com a mulher, Maria Irene de Deus, e diz que escapou por pouco de morrer. “Veja s� nossos sobrenomes...", afirma com a voz firme da esperan�a e da f�.

A �nica palavra que Maria Irene encontra para explicar o volume de lama que desceu da barragem � tsunami, que ela viu na tev� e ficou impressionada tal a viol�ncia ocorrida na �sia, na d�cada passada. Ela se enrola um pouco com a palavra e resume: "Foi assim mesmo, uma onda enorme de lama".

Com seu jeito quieto e reservado, caracter�stico do mineiro do interior, o aposentado S�lvio Liberato Pereira se mostra ainda impressionado com o lama�al no qual se transformou a localidade onde viveu por mais de 30 anos. Fazendo desenhos no ar, como se fosse o ataque de um monstro alien�gena, ele conta que a lama “veio rolando, de forma esquisita, arrastando tudo que encontrava pela frente".

A dona de casa Terezinha Cust�dio Quint�o, nascida e criada em Bento Rodrigues, teve sucessivos pesadelos com a movimenta��o de rejeitos de min�rio. “Sonhei que a lama arrastava minha m�e e eu lutava para resgat�-la”, revelou a ex-moradora da localidade, fundada no s�culo 18 pelo bandeirante Bento Rodrigues, que chegou em busca de ouro. Hoje, se viajasse no tempo, o desbravador encontraria um “cen�rio de horror”, conforme Terezinha


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