Secretaria nega surto de microcefalia em Minas e diz que n�meros s�o "normais"

As autoridades de sa�de de Minas Gerais est�o investigando se 11 casos de microcefalia em beb�s rec�m-nascidos registrados no estado desde 11 de novembro t�m algum tipo de rela��o com a incid�ncia do zika v�rus no Brasil. A doen�a � transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que tamb�m � o vetor da dengue e da febre chikungunya e, segundo o Minist�rio da Sa�de, tem rela��o com a alta incid�ncia de microcefalia no Nordeste, no �ltimo m�s. Nenhum registro mineiro teve ainda liga��o confirmada. Por recomenda��o federal, as an�lises foram ampliadas. Desde o in�cio do ano, houve 22 notifica��es em Minas Gerais, n�mero considerado normal pelo superintendente de Vigil�ncia Epidemiol�gica, Ambiental e Sa�de do Trabalhador da Secretaria de Estado de Sa�de, Rodrigo Said. No pa�s, j� s�o pelo menos 1.270 epis�dios notificados.

"At� o momento, n�s n�o temos a identifica��o de surto em Minas Gerais. Os casos est�o dentro da normalidade", diz o superintendente. Segundo Said, entre 2003 e 2015 foram 215 em Minas. N�o computados os 22 de 2015, a m�dia hist�rica aponta 16 registros anuais entre 2003 e 2014. Ao ser questionado sobre a mesma quantidade de notifica��es de 11 de novembro at� quarta-feira em compara��o com os registros de janeiro a novembro deste ano, ele atribuiu ao protocolo estabelecido agora pelo Minist�rio da Sa�de para notifica��es.

A malforma��o afeta o c�rebro dos beb�s, que nascem com o per�metro cef�lico menor que o normal, habitualmente superior a 33 cent�metros. Essa situa��o prejudica o desenvolvimento da crian�a. A microcefalia pode ser causada por subst�ncias qu�micas e agentes biol�gicos como bact�rias, v�rus e radia��o, mas tamb�m pode ser motivada por fatores gen�ticos. Em Belo Horizonte, h� exemplos de gr�vidas que desmarcaram viagens ao Nordeste, preocupadas com o risco para seus beb�s, conforme orienta��o de m�dicos da capital. Al�m disso, cresceu a busca por informa��es nos hospitais da cidade.

Em Minas Gerais, os 11 casos sob monitoramento da Funda��o Ezequiel Dias (Funed) est�o em Belo Horizonte (3), Contagem (2), Montes Claros (2), Uberl�ndia (1), Ponte Nova (1), Congonhas (1) e Curvelo (1). Na capital, uma quarta ocorr�ncia, anterior ao per�odo de notifica��o compuls�ria, teve a rela��o entre zika e microcefalia descartada. A gerente de Vigil�ncia e Informa��o em Sa�de da Secretaria Municipal de Sa�de, Maria Tereza Oliveira, diz que 86% dos criadouros do Aedes aegypti est�o em resid�ncias. “Queremos fazer um apelo � popula��o para que realmente esteja muito atenta, na sua casa e no trabalho, se pode existir algum criadouro do mosquito e elimin�-lo”, afirma. Em 2015, a secretaria realizou 158 mutir�es de combate ao mosquito, recolhendo 488 toneladas de res�duos e 764 pneus, al�m do trabalho rotineiro de visita domiciliar por agentes de endemias.

O secret�rio de Sa�de de Contagem, Evandro Silva, se adiantou e informa que a vigil�ncia epidemiol�gica da cidade descartou a rela��o entre zika e microcefalia nos dois casos sob suspeita no munic�pio, apesar de o estado ainda n�o ter conclu�do as investiga��es. O secret�rio afirmou que a prefeitura vai intensificar as visitas domiciliares e lan�ar em 2016 a segunda vers�o do programa Brigada da Limpeza, com o objetivo de eliminar o mosquito. “Na primeira vers�o, feita neste ano, retiramos 8 mil toneladas de lixo e objetos inserv�veis nas oito regionais de Contagem. Visitamos 140 mil resid�ncias”, contabiliza.

J� em Montes Claros, no Norte de Minas, existe preocupa��o da prefeitura pelo fato de a cidade estar localizada em um grande entroncamento rodovi�rio, com fluxo intenso de pessoas de outros estados, principalmente do Nordeste. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Edvaldo de Freitas Francisco, diz que hoje vai se reunir com a Secretaria de Servi�os Urbanos para discutir a��es de intensifica��o do combate ao Aedes aegypti. A Superintend�ncia Regional de Sa�de de Montes Claros, respons�vel por 53 cidades da regi�o, tamb�m fortaleceu a��es de combate ao mosquito por meio de treinamentos repassados aos m�dicos.

Entenda os sinais

Sintomas gerais da dengue/zika/chikungunya

» Febre
» Coceira
» Dor de cabe�a
» Dos atr�s dos olhos
» Dores pelo corpo e nas juntas
» Manchas vermelhas pelo corpo
» No caso do zika, uma das caracter�sticas � a coceira mais acentuada nas manchas vermelhas, e a febre � mais baixa
» A chikungunya se caracteriza por dores muito mais fortes nas articula��es, que podem durar meses

Recomenda��es para gestantes

» Fazer um pr�-natal qualificado, com todos os exames recomendados
» Relatar ao m�dico qualquer problema durante a gesta��o
» Uso de repelentes indicados para o per�odo de gravidez
» Uso de roupas com mangas compridas
» Evitar ac�mulo de �gua parada em casa ou no trabalho
» Independentemente do destino ou motivo, consulte o m�dico antes de viajar

Risco maior at� o terceiro m�s

A confirma��o da rela��o entre o zika v�rus e a microcefalia ficou 100% confirmada pelo Minist�rio da Sa�de em 28 de novembro, por meio dos exames feitos em um beb� que nasceu com a malforma��o cerebral no Cear�. O Instituto Evandro Chagas, de Bel�m (PA), encaminhou resultados de an�lises que mostram a presen�a do zika no sangue e tecidos da crian�a. As investiga��es devem continuar para esclarecer quest�es como a transmiss�o, a atua��o no organismo humano, a infec��o do feto e o per�odo de maior vulnerabilidade para a gestante. Em avalia��o inicial, o risco est� associado aos primeiros tr�s meses de gravidez, segundo o Minist�rio da Sa�de.