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Estado de Minas

Ap�s rompimento de barragem, c�es se recusam a abandonar casas

Muitos caninos fogem de tentativas de resgate e parecem vigiar escombros do que sobrou da trag�dia


postado em 04/12/2015 06:00 / atualizado em 04/12/2015 08:07

Cachorros flagrados há uma semana pelo EM continuam em vigília nos restos de um dos imóveis de Paracatu de Baixo. Sem o que comer, muitos dos cães têm matado aves(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Cachorros flagrados h� uma semana pelo EM continuam em vig�lia nos restos de um dos im�veis de Paracatu de Baixo. Sem o que comer, muitos dos c�es t�m matado aves (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Mariana – Passados 28 dias da trag�dia em Mariana, muitos animais dom�sticos insistem em permanecer nos escombros das casas atingidas pela lama. � como se tomassem conta do lugar e aguardassem o retorno dos seus donos. No que sobrou de uma resid�ncia no povoado de Paracatu de Baixo, dois c�es pretos de ra�a indefinida fogem de quem se aproxima na tentativa de resgat�-los, mas retornam mais tarde, retomando seu “posto de vigil�ncia”. Eles foram fotografados pelo Estado de Minas nos dias 25 e 27 de novembro. Ontem, um deles permanecia no lugar onde antes era a sala do im�vel, como se velasse o passarinho que morreu sufocado pela lama, sem poder fugir, preso em uma gaiola ainda pendurada na parede.

Ainda � muito dif�cil se aproximar da casa onde vivem os c�es, pois a lama ainda n�o tem consist�ncia suficiente para suportar o peso de uma pessoa. Em outros pontos, o ch�o de rejeito de min�rio j� secou e parece intensificar ainda mais o calor do sol. Ontem, apenas um dos cachorros estava de sentinela.

Ao perceber a presen�a de pessoas do outro lado c�rrego, ficou em estado de alerta. Em pouco tempo, o animal deixou os escombros e fugiu cabisbaixo para dentro de um antigo pomar, onde vivem galinhas e patos que se alimentam de carambolas, mangas e outros frutos maduros que caem.

(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Um segundo c�o buscou ref�gio nos escombros de outra casa. N�o parecia agressivo, mas assustado. Percebendo-se flagrado, fugiu para as ru�nas de um terceiro im�vel, onde foi recebido por outro c�o de pelagem marrom, que tamb�m parecia tomar conta do lugar, em p�, na porta, prestando aten��o ao que acontecia do lado de fora.

Pr�ximo dali, nos fundos de uma casa destru�da, um gato buscava prote��o debaixo do telhado de um galinheiro, onde a lama n�o chegou. Assim como ele, galinhas e os galos se afastam diante da aproxima��o de pessoas que eles sabem n�o ser suas donas. � como se fugissem de um predador, talvez de um outro mar de lama.

Solidariedade vai diminuindo

Percorrendo as ruas de Paracatu de Baixo, a sensa��o � de estar numa cidade-fantasma. O sil�ncio s� � quebrado pela cantoria dos p�ssaros e pelo barulho do pequeno c�rrego de �gua lamacenta que passa em frente � igreja. Mais distante, aonde a lama n�o chegou, mora o lavrador Genilvado Teot�nio, de 29 anos. Segundo ele, ainda h� muitos c�es vagando pelas ruas, apensar dos esfor�os para capturar os bichos e e lev�-los para abrigos. Antes, disse, protetores de animais deixavam ra��o para c�es e gatos, mas esse movimento diminuiu e cachorros agora est�o matando galinhas e patos para comer.

“At� as cestas b�sicas sumiram para a gente”, reclama Genivaldo, que vive com a mulher, o filho de 2 anos, a m�e, um irm�o e dois c�es na mesma casa. Fazem parte de uma das cinco fam�lias que permanecem em Paracatu de Baixo. Genivaldo conta que os dois c�es pretos fotografados pelo EM s�o do �nico comerciante do lugar, Carlos Barbosa, que perdeu tudo e est� morando em um hotel em Mariana. “Carlos esteve a�, mas a cadela e o cachorro que � filho dela n�o querem sair de jeito nenhum da casa. Recolheram o gato, mas os cachorros ficam l�. Fizeram at� armadilha para pegar alguns cachorros por a�, mas eles fogem e depois voltam”, disse.


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