
Em apenas uma semana, o n�mero de casos de microcefalia registrados no Brasil passou de 1.248 para 1.761, um aumento de 513 ocorr�ncias, o que fez o Minist�rio da Sa�de lan�ar um protocolo emergencial de vigil�ncia e resposta � doen�a. De acordo com o ministro da Sa�de, Marcelo Castro, a situa��o � muito grave. Para combater o avan�o do zika v�rus, foi apresentado ontem no Rio de Janeiro o Plano Nacional de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, com os principais passos para barrar a doen�a. Os 1.761 casos de microcefalia foram detectados em 422 munic�pios de 14 estados. Minas Gerais n�o aparece na rela��o de estados com registro de microcefalia acima da m�dia, mas 11 casos est�o sendo investigados pela Secretaria de Estado da Sa�de (SES-MG). Al�m disso, a situa��o de dois munic�pios mineiros, Par� de Minas e Bom Despacho, com altos �ndices de infesta��o do mosquito vetor da dengue, do zika e da febre chikungunya, chama a aten��o do Minist�rio da Sa�de.
Em Par� de Minas, na Regi�o Centro-Oeste do estado, de acordo com o �ltimo Levantamento R�pido do �ndice de Infesta��o por Aedes aegypti(LIRAa), 13,5% dos domic�lios pesquisados t�m a presen�a do mosquito. Em Bom Despacho, na mesma regi�o, o �ndice � de 13,1%. Segundo os padr�es do Minist�rio da Sa�de, munic�pios com �ndices de infesta��o inferiores a 1% n�o apresentam perigo de surto da doen�a. Acima de 1% e at� 3,9%, � definida a situa��o de alerta. Acima de 4%, h� o risco de surto da doen�a. O levantamento ainda apontou que, de janeiro a novembro foram confirmados 145.371 casos de dengue cl�ssica em Minas, tr�s vezes mais que em 2014, quando foram 49.360 casos.
Entre os estados que j� apresentaram casos de microcefalia relacionados ao zica v�rus, a pior situa��o � de Pernambuco, com 804 registros. Em seguida, v�m Para�ba (316 casos), Bahia (180), Rio Grande do Norte (106), Sergipe (96), Alagoas (81), Cear� (40), Maranh�o (37), Piau� (36), Tocantins (29), Rio de Janeiro (23), Mato Grosso do Sul (9), Goi�s (3) e Distrito Federal (1).
O Minist�rio da Sa�de informou que os dados divulgados ontem s�o resultados de levantamentos feitos nos estados e encaminhados ao governo federal at� sexta-feira da semana passada. Minas Gerais n�o foi inclu�da nessa rela��o porque, de acordo com a SES, os casos no estado est�o abaixo da m�dia nacional de incid�ncia de microcefalia. Mas est� sendo feito um acompanhamento das ocorr�ncias da doen�a e caso haja um aumento acima da m�dia ser� feita a comunica��o �s autoridades federais.Nesta semana, o minist�rio alterou a medida para a triagem e identifica��o de beb�s poss�veis portadores de microcefalia. A medida da cabe�a (per�metro cef�lico) passou de 33 cent�metros para 32. De acordo com as autoridades de sa�de, a mudan�a est� em acordo com a recomenda��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e consta do Protocolo de Vigil�ncia e Resposta � Ocorr�ncia de Microcefalia Relacionada � Infec��o pelo V�rus Zika. O minist�rio afirmou que o primeiro par�metro foi adotado diante do aumento inesperado e inusitado dos casos de microcefalia em rec�m-nascidos, atribu�do ao zika v�rus.
O objetivo do protocolo de emerg�ncia criado pelo minist�rio � ampliar as a��es educativas, com o repasse de informa��es, orienta��es t�cnicas e diretrizes para profissionais de sa�de e equipes de vigil�ncia. O protocolo ainda traz orienta��es quanto a casos suspeitos identificados durante a gesta��o, o parto e depois do nascimento. Tamb�m informa crit�rios para a exclus�o de casos suspeitos, apresenta sistema de notifica��o e investiga��o laboratorial.
MALFORMA��O A microcefalia � uma condi��o neurol�gica em que a cabe�a do rec�m-nascido � menor quando comparada ao padr�o considerado adequado. Os beb�s com essa malforma��o cong�nita nascem com um per�metro cef�lico menor do que o normal. Em geral, a malforma��o cong�nita est� associada a uma s�rie de fatores de diferentes origens. Al�m do v�rus, pode ser causada pelo uso de subst�ncias qu�micas durante a gravidez, como drogas, contamina��o por radia��o e infec��o.
Mais ovos de mosquito em BH
O �ltimo LIRAa realizado em Belo Horizonte, em novembro, mostrou que o �ndice de infesta��o do Aedes aegypti est� abaixo de 1%, mas h� outros motivos de preocupa��o para as autoridades municipais de sa�de. Al�m do per�odo chuvoso aliado � previs�o de aumento na temperatura nos pr�ximos dias, h� a incid�ncia maior de focos nos pontos de procria��o do mosquito monitorados pela Secretaria Municipal de Sa�de. Segundo o �rg�o, nas armadilhas que simulam ambiente para procria��o, instaladas em diferentes pontos da capital para medir o n�vel de infesta��o, foi detectada m�dia de 60 ovos por unidade, no in�cio de novembro. O n�mero � tr�s vezes maior que a m�dia de 20 ovos registrada no mesmo per�odo do ano passado.