Curtindo as f�rias na faculdade, a estudante de economia Ariana de Souza Oliveira, de 23 anos, natural de BH e residente em Sabar�, na regi�o metropolitana, conheceu, ontem o Museu de Arte da Pampulha (MAP), onde funcionou o antigo cassino. E se encantou. “Vim, principalmente, pela possibilidade de o conjunto modernista receber o t�tulo de patrim�nio cultural da humanidade. Acho essa conquista muito importante e estou certa que BH merece”, afirmou a estudante disposta a visitar ainda a Igreja de S�o Francisco de Assis e a Casa do Baile. “H� uma integra��o bonita entre a natureza e a arquitetura”, assegurou.
J� a publicit�ria Thais Cordeiro Gomes, moradora do vizinho Bairro Santa Am�lia, mant�m uma longa rela��o de afeto com a Pampulha. “Nasci e passo todo o tempo por aqui tamb�m. Amo Belo Horizonte, amo a Pampulha”, destaca Thais. “Vejam s�, na d�cada de 1940, tudo isso foi planejado de forma inovadora, um conjunto moderno para acabar com a mesmice da �poca. Temos os jardins de Burle Marx, t�o bonitos. As pessoas precisam conhecer mais esse patrim�nio, pois ele � de todos os belo-horizontinos”, acredita a publicit�ria. A Pampulha ser� palco da 26ª edi��o do R�veillon da Alterosa.
IMPACTO VISUAL Depois de muitas fotos, tendo a igrejinha como cen�rio e o ca�ula Rafael Jos� como fot�grafo oficial do grupo, a fam�lia contemplou a lagoa com calma. E andou ao longo dos jardins, aproveitando tamb�m para desfrutar de uma caminhada na Avenida Otac�lio Negr�o de Lima. “A igreja tem um estilo bem diferente das demais constru�das em Minas. O modernismo causa impacto, pois a gente se acostumou a ver os templos barrocos. Esta tamb�m tem muita beleza”, afirmou Jos� Ivan que, amanh�, vai visitar Ouro Preto com a mulher e os filhos.
Depois de mais um registro fotogr�fico, Rafael Jos� contou que a paisagem foi al�m das suas expectativas. “Ele sempre teve muita vontade de conhecer a lagoa”, afirmou a m�e abra�ando o filho. Ao lado, a sobrinha Ana Paula demonstrava conhecimento sobre a Pampulha, onde j� foi v�rias vezes. “� muito bonito”, concordou a garota. N�o muito longe, o casal de namorados residente em Bras�lia, Souza Bieter e Renata Caetano, se divertia escolhendo os melhores �ngulos. “Nossa motiva��o em visitar a lagoa e seu conjunto arquitet�nico foi exatamente a candidatura a patrim�nio mundial”, afirmou Bieter.
LUGAR PREFERIDO Todas as vezes em que visita Belo Horizonte, mesmo que por apenas um dia, o estudante de engenharia de produ��o Matheus Redighieri, natural de Mantena, no Leste mineiro, e residente em Itabira, na Regi�o Central, visita algum monumento da Pampulha. Ontem, ele passou preciosos minutos contemplando a orla, sentado num banco da Casa do Baile, atual Centro de Refer�ncia em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte. “Este � meu cart�o-postal preferido da regi�o. Moro numa cidade antiga, e admiro os estilos barroco e modernista, mas nada se compara �s constru��es projetadas por Niemeyer. Al�m disso, gosto do clima, do formato da lagoa, enfim, de tudo”, disse o estudante.
Matheus contou que torce para a Pampulha conquistar o t�tulo concedido pela Unesco – este ano, o conjunto modernista � o �nico candidato brasileiro no p�reo. “Morei dois anos na Fran�a e, quando meus amigos de l� vierem me visitar, vou traz�-los para conhecer a Pampulha”, disse Matheus.
Saiba mais
Em busca do reconhecimento
A Pampulha est� na lista indicativa do Brasil desde 1996 e a candidatura a patrim�nio cultural da humanidade, t�tulo concedido pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco), foi retomada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em dezembro de 2012. O conjunto arquitet�nico inclui os edif�cios e jardins da Igreja de S�o Francisco de Assis, o Museu de Arte, antigo cassino (foto), Casa do Baile (atual Centro de Refer�ncia em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), Iate Golfe Clube (hoje Iate T�nis Clube), constru�dos quase simultaneamente entre 1942 e 1943, al�m a resid�ncia de Juscelino Kubitschek (atual Casa Kubitschek), datada de 1943. Entre os que deixaram sua marca na Pampulha, est� o nome do pintor C�ndido Portinari (1903-1962). Se houver o reconhecimento, BH estar� ao lado de mais tr�s cidades mineiras: Ouro Preto (t�tulo concedido em 1980), Santu�rio do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1985), na Regi�o Central, e Dimantina (1999), no Vale do Jequitinhonha. O resultado ser� divulgado pela Unesco em junho de 2016, em Istambul, na Turquia.