

Para ficar atento aos sintomas do zika v�rus, o especialista esclarece: “S�o semelhantes aos da dengue e aos da chikungunya. O que diferencia um pouco � que o zika produz no paciente menos febre, mas ocorre com mais frequ�ncia o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo, que costumam co�ar. Podem ocorrer tamb�m dores articulares e vermelhid�o nos olhos”.
O uso de repelentes para afastar o mosquito � um cuidado paliativo, mas que funciona, segundo o m�dico. “Temos que insistir muito na import�ncia das medidas contra a multiplica��o do vetor, o Aedes aegypti. O essencial � eliminar focos de �gua parada, nos quais o mosquito possa se reproduzir, mas o repelente � um cuidado paliativo de grande valia para gestantes e pessoas que queiram se proteger do mosquito”, disse.
O especialista explica que o repelente deve ser usado por cima da maquiagem ou do protetor solar. “Quando o repelente � bloqueado por algum outro produto, pode ter a a��o muito diminu�da. Por isso deve ser o �ltimo a ser usado sobre a pele, mas n�o deve ser aplicado logo ap�s o uso dessas outras subst�ncias. Ao se aplicar um protetor solar, deve-se aguardar em torno de 15 a 20 minutos para que fixe bem na pele, antes de usar o produto que afasta mosquitos. Se for aplicado logo depois, os dois se misturam e um produto pode prejudicar o outro”, disse.
O repelente deve ser usado nas partes expostas do corpo, segundo o infectologista, mas aqueles em forma de spray podem ser aplicados por cima da roupa, pois o mosquito pode picar atrav�s dos tecidos. Argus Le�o esclarece que n�o h� recomenda��o para que as pessoas durmam com repelente. “O Aedes aegypti � um mosquito que tem h�bito mais diurno. Pode at� picar � noite, mas n�o � uma regra. A noite n�o � o hor�rio de maior risco”, disse.

"ZONA QUENTE" Gr�vidas que t�m viagem marcada para o Nordeste do pa�s, considerado a “zona quente” em circula��o do zika v�rus, devem redobrar os cuidados, alerta o infectologista. “Quem vai viajar para l� deve, sim, tomar cuidados como usar repelentes e qualquer m�todo de barreira contra o mosquito, usar cal�as compridas e sapatos fechados”, recomenda.
A Secretaria de Sa�de de Minas informou que ainda n�o h� identifica��o da circula��o de zika v�rus no estado. Foram notificados, de 11 de novembro at� 16 de dezembro deste ano, 41 casos de microcefalia em Minas, distribu�dos em 24 munic�pios, e 35 est�o sendo investigados para que se determine a causa da malforma��o, que pode estar ou n�o associada ao v�rus. Em seis epis�dios, a rela��o foi descartada.
Transfus�o � nova suspeita
O Minist�rio da Sa�de investiga o primeiro caso de transmiss�o de zika v�rus por transfus�o de sangue. O paciente diagnosticado com a doen�a foi um morador de Sumar� (SP), que fez uma doa��o de sangue antes de ter os sintomas. Exames confirmaram a circula��o do zika v�rus no organismo do paciente que recebeu a transfus�o. Para Argus Le�o, infectologista da Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, em qualquer doen�a na qual ocorre a presen�a do v�rus circulando no sangue, a transmiss�o por transfus�o � pass�vel. “N�o � frequente. Eu n�o diria que � uma via de transmiss�o de import�ncia epidemiol�gica. Pode ter, mas � raro. A pessoa tem que ter o v�rus circulando no sangue, o que ocorre nos quatro ou cinco primeiros dias de doen�a. Depois, o micro-organismo � eliminado do corpo e n�o h� mais risco de transmiss�o por essa via”, esclarece.