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Estado de Minas PRAZER EM AJUDAR

Pessoas an�nimas asssumem o papel de Papai Noel para manter o esp�rito de Natal

A solidariedade � o que move quem se veste de bom velhinho para fazer a alegria e a festa de crian�as, jovens e adultos


postado em 22/12/2015 06:00 / atualizado em 22/12/2015 10:32

Há 19 anos, Mário de Assis faz questão de levar alegria para quem tem o Restaurante Popular como única alternativa de almoço no dia de Natal(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
H� 19 anos, M�rio de Assis faz quest�o de levar alegria para quem tem o Restaurante Popular como �nica alternativa de almo�o no dia de Natal (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

O bom velhinho, que vai aos mais rec�nditos cantos do mundo para realizar sonhos, encanta crian�as h� 17 s�culos. A lenda de Papai Noel foi inspirada no monge Nicolau, que viveu na Turquia no s�culo quatro, mas a cada Natal � atualizada por pessoas, muitas vezes an�nimas, que propagam a magia, a bondade e a entrega. O Estado de Minas conta a hist�ria do Papai Noel Mirim, um projeto iniciado por jovens em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte; o Papai Noel do Restaurante Popular na capital; e o Papai Noel dos Correios em todo o Brasil. S�o hist�rias de quem se ocupa com a solidariedade para levar alegria a crian�as, jovens e at� adultos com pouco ou quase nada.

Um presente que o administrador Jo�o Marcelo Dieguez, de 23 anos, recebeu mudou a vida do jovem e de muitas outras crian�as. Quando tinha 9 anos, ele ganhou da m�e uma roupa de Papai Noel. Enquanto a meninada esperava ansiosa a visita da tradicional figura, o menino se vestia de vermelho para levar alegria aos mais pobres. “Estava na casa de minha av� quando decidimos pegar balas e chocolates para distribuir no Centro de Nova Lima.” A brincadeira de crian�a foi a semente para o projeto Papai Noel Mirim, que se transformou na organiza��o n�o governamental que recebe o mesmo nome.

Dos 9 aos 12 anos, Jo�o entregou presentes a filhos de funcion�rios da empresa do tio. Nesse per�odo, teve a ideia de procurar os comerciantes da cidade para que pudessem ajudar na compra de presentes. Ano a ano, o projeto cresceu, at� que o Papai Noel passou a ser apoiado pelos bombeiros, que cediam o caminh�o Magirus para fazer as vezes de tren�. A carreata passa em diversos bairros de Nova Lima, como Cristais, Alto do Gaia, Bela Falam, Nossa Senhora de F�tima, Hon�rio Bicalho, Campo do Pires, Paulo Gaetane e Nova Su��a. “� uma maneira de contribuir com as fam�lias que n�o t�m condi��es de presentear os filhos”, destaca Jo�o.

Em 2008, o jovem percebeu que ajudar apenas no per�odo natalino era pouco e resolveu estender o trabalho social para todo o ano. A a��o ganhou outros volunt�rios. Os jovens fazem campanhas do agasalho, arraial beneficente e futebol solid�rio. “Passamos a fechar o ano com a campanha de Natal, que � o ponto m�ximo de nosso trabalho”, diz Jo�o. O Papai Noel Mirim presenteia cerca de 1 mil crian�as a cada Natal.

No �ltimo s�bado, o bom velhinho n�o chegou de tren�. Veio pelo ar. Como Jo�o cresceu, quem assumiu o posto foi o menino Jos� Ol�mpio, de 12. O helic�ptero pousou �s 11h no Campo do Vila Nova e o Papai Noel seguiu para a festa realizada na Secretaria de Desenvolvimento Social. Ao longo dos anos, mais de 600 volunt�rios doaram seu tempo para o projeto, que recebe doa��es de mais de 40 institui��es. “Desde a inf�ncia, o Natal sempre foi algo muito m�gico para mim. Nem todas as pessoas t�m oportunidade de viver algo t�o m�gico. Para n�s, o Papai Noel Mirim � uma forma de levar essa magia para outras pessoas.”

Este ano, o Papai Noel dos Correios deu uma atenção especial às crianças de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distritos de Mariana que foram atingidos pela lama da Barragem Fundão(foto: Hellen Daliane/Divulgação )
Este ano, o Papai Noel dos Correios deu uma aten��o especial �s crian�as de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distritos de Mariana que foram atingidos pela lama da Barragem Fund�o (foto: Hellen Daliane/Divulga��o )

EMO��O H� 19 anos, M�rio de Assis, de 54, troca suas roupas pelas do bom velhinho para levar alegria para quem tem o Restaurante Popular como �nica alternativa de almo�o no dia de Natal. A sugest�o para que M�rio se vestisse de Santa Claus foi dada a ele por Hebert de Sousa (1935-1997), o Betinho. Os dois foram apresentados pelo prefeito de Belo Horizonte na �poca, C�lio de Castro (1932-2008). “No almo�o natalino, cantei a m�sica Frio da madrugada, da dupla Rio Negro e Solim�es, para moradores de ruas e albergados que foram at� l�. Eles choravam quando eu cantava. Isso me tocou muito.” No ba� da mem�ria, M�rio guarda os gestos de agradecimento de quem n�o tem quase nada. “Certa vez, um morador de rua me perguntou se eu iria abra��-lo, porque todas as pessoas corriam dele na rua.” Uma crian�a j� entregou uma pedra de crack a ele com o pedido para que a livrasse do v�cio.

Os momentos de afeto o inspiram a buscar doa��es todos os anos. Para este, foram arrecadados 1,5 mil brinquedos. Mas at� a noite de amanh� M�rio recebe doa��es. “Hoje, felizmente, n�o presenteamos apenas moradores de ruas e albergados, mas fam�lias carentes que v�o at� l�, porque n�o t�m o que cear.” E engana-se quem pensa que M�rio apenas presenteia as pessoas. “Meu Natal est� l�. A sagrada fam�lia est� l�. Vejo o Menino Jesus em cada crian�a que almo�a l�. Vejo S�o Jos� na figura dos homens sofridos que est�o l� e v�o at� l� por causa do carinho que recebem.”

O Papai Noel dos Correios dever� entregar cerca de 66 mil presentes at� amanh�. O projeto, que completa 26 anos, � uma das a��es de responsabilidade social mais importantes do Brasil e nasceu a partir da sensibilidade dos carteiros mineiros. Quando esses profissionais viam que muitas crian�as esperavam ansiosos pelo presente do bom velhinho, eles recebiam as cartinhas e tentavam atender os pedidos. Neste ano, o projeto deu aten��o especial �s crian�as de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, distritos de Mariana que foram atingidos pela lama que desceu da Barragem do Fund�o. No �ltimo s�bado, foi realizada uma festa para a crian�ada com a presen�a do Papai Noel.

As bonecas e carrinhos nunca saem de moda. Mas muitos pedidos sensibilizam pela simplicidade. “Uma menina pediu um abra�o do Papai Noel”, conta o coordenador da campanha, Paulo Fernando de Almeida J�nior. Outros pedidos emocionam por mostrar a simplicidade dos pequenos. “Um menino pediu uma toalha. Ele contou que era o menor de quatro irm�os. Por isso, era o �ltimo a enxugar, quando a toalha j� estava molhada”, completa. Os Correios abrem o processo de apadrinhamento no per�odo entre o in�cio de novembro e os primeiros dias de dezembro para que as pessoas possam pegar uma carta para fazer o apadrinhamento. E todo mundo pode ser Papai Noel, desde as pessoas mais humildes como empres�rios se tornam padrinhos. “Para os Correios, � uma das maiores campanhas de mobiliza��o do pa�s.”

José Olímpio, de 12 anos, chegou de helicóptero para presentear as crianças de Nova Lima, no Campo do Villa Nova(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Jos� Ol�mpio, de 12 anos, chegou de helic�ptero para presentear as crian�as de Nova Lima, no Campo do Villa Nova (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


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