
O sonho do fot�grafo Jorge Quint�o, de 42 anos, de contribuir para a mudan�a social usando a fotografia como suporte se transformou em um neg�cio social. Pensando nisso, ele criou o Imagin�rio Coletivo, empreendimento que desenvolve atividades economicamente vi�veis, mas que tem como objetivo a busca de solu��o para uma quest�o social.
Uma das atividades realizada � o curso de Fotografia Participativa, voltado para jovens que vivem em regi�es com baixo �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), cen�rios de desigualdade social, preconceito, discrimina��o, escassez de oportunidades, mis�ria, viol�ncia e pouqu�ssima infraestrutura.
A fotografia � a linguagem usada pelo projeto para que os jovens possam se expressar e se empoderar. “Sabia o b�sico do b�sico da fotografia. Gostei muito de ter feito o curso. O professor Jorge ensina coisas que eu n�o conhecia, como usar o zoom e o modo macro”, afirma Ana Clara Giordano Pavan, de 11 anos. Ela � uma das 18 participantes do curso que foi desenvolvido no Bairro Jardim Am�rica. A jovem lembrou que o modo macro a ajuda a fazer fotografias de flores e pequenos animais. “Voc� v� uma joaninha em uma folha, mas, se tirar no modo normal, a foto n�o ficar� boa. Fica muito melhor com o modo macro.” Al�m das li��es fotogr�ficas, os encontros foram importantes para que pudesse discutir temas relacionados � juventude. Um dos assuntos que a jovem mais gostou foi o debate sobre o Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA). “Quando crescer quero ser fot�grafa. A foto � uma maneira de a gente se expressar”, completa.
O Imagin�rio foi um dos projetos selecionados pelo Social Good Brasil Lab, um laborat�rio que ajuda a viabilizar projetos que usam as tecnologias e novas m�dias para melhorar o mundo. “Fizemos uma imers�o de quatro meses em Florian�polis com representantes de projetos de todo o Brasil”, conta Jorge. Atualmente, o Imagin�rio � voltado para crian�as e adolescentes, mas depois da experi�ncia de imers�o, dever� ampliar o p�blico atendido, realizando atividades tamb�m para idosos. “Usamos a fotografia para dar voz e empoderar os sujeitos.”
Jorge destaca que o objetivo do trabalho � desenvolver junto aos jovens o desejo de transformar a rela��o do sujeito com o mundo. “A fotografia � fundamental. A imagem � um dos instrumentos mais eficazes para ressignificar contextos, realidades e hist�rias”, diz.
O resultado do trabalho foi reunido na mostra #ZOOM. “A mostra � reveladora n�o apenas pela qualidade t�cnica e est�tica das fotos, mas tamb�m pelos vieses l�dicos, sens�veis e extremamente reveladores das imagens, que extrapolam os limites delimitados pelos muros da institui��o.”
MOSTRA EU Fotografias, desenhos, dan�as, m�sicas, poemas e v�deos produzidos por adolescentes moradores de 14 vilas e favelas de Belo Horizonte participaram da 2ª Mostra dos Coletivos do Projovem Adolescente, intitulada Eu. Os produtos exprimem n�o s� as quest�es naturais � viv�ncia na adolesc�ncia, como tamb�m expressam a viv�ncia em locais com alto �ndice de vulnerabilidade social e viol�ncia. De acordo com a curadora da exposi��o, Ana Paula Assis, ao entrar em contato com os trabalhos produzidos durante todo o ano de 2015 foi poss�vel perceber que a linha que conduzia as pe�as quase sempre chegava �s quest�es subjetivas do eu. “Reunir os trabalhos provocativamente sob o ep�teto do eu revela as tens�es presentes nas rela��es entre o particular e o universal. Identifica, no encontro entre o individual e o coletivo, o processo constituinte que opera na forma��o dos sujeitos sens�veis”, comenta Assis.