
A inten��o da Defesa Civil � unir a maior quantidade de esfor�os poss�vel dentro da prefeitura, para aumentar o tamanho da for�a-tarefa local que atua normalmente nos bairros visitando im�veis. A maior preocupa��o no momento � evitar um surto de zika v�rus, pois j� existe a comprova��o pelo Minist�rio da Sa�de da rela��o entre a doen�a com casos de microcefalia no Nordeste do Brasil. Tamb�m existe rela��o entre o micro-organismo e a s�ndrome de Guillain-Barr�, dist�rbios que paralisa m�sculos e pode levar � morte.
A pesquisadora em sa�de p�blica Denise Nacif Pimenta, da Funda��o Oswaldo Cruz em Minas Gerais, acredita que o maior desafio que as autoridades p�blicas precisam vencer hoje � manter as a��es de combate ao mosquito fora de per�odos de risco para epidemia ou surto. “E �poca de epidemia, as a��es de mutir�es s�o v�lidas, mas a maior dificuldade � no per�odo em que n�o h� grande interesse. � necess�rio manter um di�logo constante com a popula��o, principalmente com lideran�as comunit�rias, que resulte em mudan�a de postura tamb�m nesses outros momentos”, afirma a pesquisadora. Denise Nacif lembra ainda que o combate ao mosquito tem que levar em conta a realidade de cada regi�o da cidade. “Em alguns lugares, o maior problema � o lixo. �s vezes, a comunidade est� sem coleta, por exemplo. A dificuldade pode ser tamb�m a falta de �gua frequente, que obriga moradores a armazenarem em suas casas. O territ�rio tem que ser dividido e pensado de acordo com cada caracter�stica”, afirma.
FOCOS A a��o de agentes de endemias, de sa�de e funcion�rios da Defesa Civil no Bairro Jardim S�o Jos�, �rea mais sens�vel da Pampulha, deve ter uma segunda fase, segundo a gerente da Sa�de da Regional Pampulha, Cl�udia Capistrano. “Estamos pontuando os casos em que n�o foi poss�vel entrar nas casas, seja por aus�ncia de moradores ou pela proibi��o, para retorno posterior”, afirma a gerente. O gerente de Controle de Zoonoses da Regional Pampulha, Ant�nio Willie de Paula, acredita que o principal desafio enfrentado agora � transformar o conhecimento que as pessoas dizem ter sobre os poss�veis criat�rios do mosquito da dengue em a��o efetiva no interior das resid�ncias. Ele tamb�m acredita que o decreto de emerg�ncia pode facilitar a a��o do poder p�blico em lotes vagos. “� uma forma de conseguirmos mais agilidade na hora de arrombar im�veis abandonados”, afirma.
Um dos endere�os visitados pelos servidores da prefeitura no Jardim S�o Jos� ontem foi um conjunto de seis moradias na Rua Redentor. Uma infinidade de materiais velhos estava amontoada em uma esp�cie de quintal comum a todas as casas. Um balde com v�rias ferramentas guardadas chamou a aten��o dos agentes, pois estava cheio de �gua. Ao entornar o l�quido, larvas foram achadas. “Eu j� tinha tirado um tanto de coisa e agora vou ter que arrumar o resto. Vou fazer tudo agora de tarde”, diz o pedreiro Gilberto Rodrigues, de 52 anos, dono do material. Na casa ao lado, a sapateira Suely de Paula, de 53, disse que j� pegou dengue duas vezes. Na �ltima, h� 20 dias, removeu toda a �gua que ficava parada nos pratinhos de plantas e trocou por terra. “Limpei o terreiro e estou fazendo tudo o que eu posso. Mas realmente falta conscientiza��o das pessoas para evitar mais problemas”, afirma.