
Mariana – Quase dois meses ap�s a devasta��o causada pela lama dos rejeitos da barragem da Samarco, a situa��o em Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Camargos – os distritos mais atingidos pela trag�dia – pouco mudou. O cen�rio de destrui��o permanece. M�quinas abriram passagem onde antes existiam ruas e � poss�vel, em alguns locais, ver peda�os do ch�o dos blocos hexagonais
Quem chega a Bento Rodrigues, passando pelo distrito de Santa Rita Dur�o, precisa transpor um port�o instalado pela Samarco e pedir autoriza��o � Prefeitura de Mariana. No local, seguran�as privados anotam o nome de quem vai ao distrito. As medidas de seguran�a foram adotadas ap�s moradores relatarem saques de janelas e telhas das casas que restaram. “Estavam indo l� e arrancando. Teve caminh�o de empresa que entrou l� e levou um monte”, afirma Jeferson In�cio, de 28 anos, morador do distrito e um dos 13 eleitos pela comunidade para represent�-la nas reuni�es com a Samarco e o poder p�blico.
A primeira vis�o � de v�rias casas destelhadas e com as janelas arrancadas, o que amplia a sensa��o de cidade fantasma. O sil�ncio tamb�m amplifica o barulho do canto dos canarinhos chapinhas. Mesmo diante do cen�rio de destrui��o e desalento, bananeiras e at� uma roseira brotam da lama e s�o um alento.
No que sobrou das paredes da Escola Municipal de Bento Rodrigues foram feitas v�rias interven��es. “Samarco queria nos matar, mas Jesus nos salvou”, foi pichado. Outro, tamb�m com tom religioso, prega: “Jesus ama o povo de Bento Rodrigues”. Em meio �s ru�nas foram instaladas diversas placas. Uma alerta: “Ao ouvir a sirene, evacue a �rea” e outra com o sinal de perigo diz: “Proibido permanecer nesta �rea”. As placas foram colocadas depois do rompimento da barragem.
A �gua que desce no Rio Gualaxo do Norte segue suja, bem diferente da colora��o que tinha antes do rompimento da barragem. A Samarco explica, em nota, que a sujeira n�o se deve ao persistente vazamento da barragem, mas sim pela movimenta��o de rejeitos s�lidos em fun��o das chuvas.
“A empresa est� executando obras para refor�o das estruturas remanescentes, bem como a constru��o dos diques de conten��o de rejeitos. Os trabalhos est�o dentro do cronograma previsto. Importante ressaltar que as estruturas das barragens est�o est�veis e s�o monitoradas 24 horas por dia”, informa a mineradora respons�vel pela barragem que rompeu.
A ponte ca�da no trecho da Estrada Real que ligava os distritos de Camargos e Bento Rodrigues n�o foi recuperada. Em Paracatu de Baixo, pr�ximo � Cachoeira do Raimundo da Ponte, pedras imensas est�o na beira da estrada. Foram jogadas ali pela lama que se acumulou na cachoeira at� ganhar for�a e deslocar as rochas.