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Estado de Minas

Polui��o resiste ao tempo e deixa �gua impr�pria para consumo no Rio Doce

Dois meses ap�s rompimento da Barragem do Fund�o, curso d' �gua continua sujo em muitos pontos. Popula��o denuncia outros problemas


postado em 04/01/2016 06:00 / atualizado em 04/01/2016 07:50

Foto da foz do Doce no dia 30. Lama continua a contaminar a região(foto: Alcântara/Divulgação )
Foto da foz do Doce no dia 30. Lama continua a contaminar a regi�o (foto: Alc�ntara/Divulga��o )
A lama de rejeitos que tingiu de marrom os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce ainda escoa por esses mananciais e deixa as �guas impr�prias para o consumo direto, sem tratamentos avan�ados, dois meses ap�s a ruptura da Barragem do Fund�o, em Mariana, em 5 de novembro. O �ndice de medi��o dos sedimentos em suspens�o carreados pelos rios (NTU) atualmente est� em 2.500, n�vel 20 vezes menor que o pico de 50 mil registrado em pontos como Aimor�s, no Leste de Minas, e Baixo Guandu, no Esp�rito Santo, em 16 de novembro. Ainda que tenha baixado, esse �ndice ainda � 83 vezes acima do valor de 30NTU que caracteriza a �gua como turva.

Os n�meros s�o dos relat�rios do Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM), que monitora a Bacia do Rio Doce e emite boletins peri�dicos sobre suas condi��es. A lama que ainda passa estende conflitos ao longo dos munic�pios, uns arrasados pela for�a destruidora, como em Mariana e Barra Longa, outros privados de abastecimento, pesca, pecu�ria e minera��o, como Governador Valadares, Resplendor, Galileia, Aimor�s, Baixo Guandu, Colatina e Linhares. Ao todo, s�o 37 munic�pios afetados em Minas Gerais e no Esp�rito Santo.

Nesse tempo todo foi necess�rio o emprego de equipes de salvamento dos bombeiros militares, defesa civil municipal e estadual, Pol�cia Militar, Pol�cia Civil, Pol�cia Federal, Ex�rcito, Marinha, maquin�rio estadual e municipal para liberar estradas, pontes e vias de comunidades afetadas, sobretudo em Mariana e Barra Longa. De acordo com a lei ambiental, o custo de todas essas opera��es dever� ser cobrado da Samarco, por se tratar de recursos p�blicos. A mineradora, dona da barragem rompida, informa ter fornecido 370,14 milh�es de litros de �gua pot�vel e 40,6 milh�es de litros de �gua mineral �s comunidades atingidas at� o �ltimo dia 31. Isso, sem contar as legi�es de volunt�rios e os comboios de doa��es que lotaram gin�sios nas cidades afetadas e que ainda chegam trazendo roupas, alimentos e �gua.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Mas ainda h� conflitos diversos nas �reas afetadas. Em Governador Valadares, por exemplo, s�o mais de 15 pontos de distribui��o de �gua mineral pela Samarco, j� que mesmo com o restabelecimento do tratamento da capta��o do Rio Doce, a popula��o n�o est� ainda disposta a consumir os recursos h�dricos do curso d’�gua. Por esse motivo, as filas se estendem nos quarteir�es e a major Adriana Alfenas, chefe da assessoria de comunica��o da 8ª regi�o da Pol�cia Militar, admite que h� comunidades em que os carregamentos de �gua precisam de refor�o policial para n�o serem saqueados. “Isso � reflexo do desespero que a falta de �gua prolongada trouxe � popula��o. Por isso, se a pol�cia n�o for e mediar, conversar, os carregamentos s�o atacados e os mais fortes levam tudo”, afirma.

Ainda de acordo com a policial, que integra o comit� de gerenciamento da crise, muitas pessoas t�m aproveitado essa situa��o para fazer estoques de �gua mineral em suas casas com o intuito de venda. “Mesmo com a necessidade de usar o CPF para conseguir os fardos de �gua, tem ocorrido sim essas a��es que n�o chegam a ser ilegais, mas s�o imorais e prejudicam quem precisa da �gua e enfrenta filas enormes, porque tem gente querendo lucrar em cima dessa trag�dia”, disse a major. Em Resplendor, a situa��o tamb�m � grave e na semana passada a popula��o chegou a fechar a ferrovia Vit�ria Minas para cobrar uma solu��o para o abastecimento.

IRRIGA��O Segundo o vice-presidente do CBH Foz do Doce, Carlos Sangalia, ribeirinhos ainda est�o sem irrigar suas planta��es e pescadores est�o sem saber quando poder�o entrar no rio e navegar no mar. “Faltam informa��es conclusivas sobre a situa��o dos peixes. Se estar�o contaminados quando a qualidade da �gua melhorar, se a reprodu��o foi afetada e se ser� necess�rio fechar a pesca por mais tempo e, enquanto isso, assegurar o sustento dos trabalhadores”, afirma. Em novembro, os �rg�os ambientais no Esp�rito Santo chegaram a divulgar a expectativa de a lama se dissipar. “Essa previs�o n�o existe mais. Enquanto ainda tiver lama correndo de Minas para c�, ainda teremos sujeira aqui. E se a chuva vier forte, a lama que est� nas margens e no fundo volta para o rio. Est� tudo indefinido”, considera Sangalia.

O Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce (CBH-Doce) apresentou estudos e levantamentos sobre as �reas de situa��o h�drica cr�tica que atingem 17% da �rea da bacia. Em Minas, os munic�pios mais amea�ados s�o Aimor�s, Galileia, Resplendor e Itueta. Em reuni�o com o comit�, em Governador Valadares, durante balan�o das a��es emergenciais, foi cobrada maior participa��o da mineradora. Um protocolo de inten��es p�blicas e um relat�rio de prioridades de cada munic�pio ser�o entregues ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais, respons�vel por gerir o fundo criado para a recupera��o do Rio Doce, com recursos de R$ 20 bilh�es cobrados da Samarco.


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