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Estado de Minas

Bi�logos encontram cardumes em rio polu�do pela lama da Samarco

Dados dos locais onde os animais foram flagrados est�o armazenados em um aparelho GPS


postado em 08/01/2016 06:00 / atualizado em 08/01/2016 07:55

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Sessenta e cinco dias depois do rompimento da Barragem do Fund�o, em Mariana, surge a primeira boa not�cia para o Rio Doce. Uma equipe de bi�logos pesquisou 215 pontos da calha e constatou significativa quantidade de cardumes ao longo do maior curso d’�gua exclusivamente do Sudeste brasileiro, com 670 quil�metros de extens�o, do munic�pio de Rio Doce, na Zona da Mata mineira, � foz, em Linhares (ES).

"Estancado o vazamento e chovendo tr�s anos em condi��es normais, o rio dever� ter fauna parecida � de antes", projeta o bi�logo F�bio Veieira, com mestrado e doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre a Bacia do Doce. O especialista estuda a ictofauna do Doce h� mais de duas d�cadas e se surpreendeu com a quantidade de peixes localizados.

"Encontramos muitos deles no reservat�rio de Baguari, entre Governador Valadares e Naque, e (no lago) de Candonga (na cidade de Rio Doce)". Ali�s, a usina hidrel�trica de Candonga, a cerca de 15 quil�metros do in�cio do Doce, teve grande participa��o na preserva��o dos peixes, uma vez que o pared�o de concreto segurou boa parte dos 55 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio que vazaram da barragem da Samarco, em 5 de novembro. Nessa etapa, os bi�logos percorreram o rio, de 3 a 11 de dezembro, numa embarca��o com motor de popa e um sonar acoplado ao casco. O aparelho emite vibra��es at� o fundo da calha. No retorno das ondas, os peixes s�o denunciados por um sinal enviado a outro aparelho, na parte superior do barco.

Os dados dos locais onde os animais foram flagrados pelo sonar est�o armazenados num GPS. Muitos foram detectados longe dos tribut�rios do Rio Doce. Essa informa��o � de grande import�ncia tanto para os bi�logos quanto para a comunidade ribeirinha.

Quem explica � o pr�prio especialista na ictiofauna do Doce: “Na pior hip�tese poss�vel, se toda a vida tivesse morrido ao longo dos 670 quil�metros do rio, todos os peixes detectados teriam de ter chegado � calha via afluentes. Ocorre que n�o acredito nesse caminho, pois peixes foram localizados em pontos distantes dos tribut�rios. Portanto, se observamos animais em pontos distantes dos afluentes, a possibilidade � de que eles (estavam na calha antes da chegada da lama e) permaneceram no rio”.

O sonar, contudo, n�o identifica as esp�cies flagradas. Essa ser� a segunda fase do levantamento. Nos pr�ximos dias, diante dos dados com a localiza��o dos cardumes, redes ser�o jogadas no leito. Os animais capturados ser�o analisados e servir�o como base para estimar a popula��o das esp�cies ex�ticas � bacia, como o dourado, e das end�micas.

J� an�lises posteriores, com base na mesma t�cnica, v�o fornecer elementos para estudos sobre o processo de recupera��o das �reas devastadas pela lama de rejeitos de min�rio. O levantamento foi feito pela Acqua Consultoria, empresa que tem F�bio Vieira como dono.

A pesquisa foi financiada pela Samarco como uma das exig�ncias do poder p�blico para que a mineradora, controlada pela brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, apresente planos de recupera��o da natureza destru�da pelo estouro da barragem.

Fapemig vai financiar projetos de recupera��o

A Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lan�ou ontem editais para financiar projetos de estudo para o desenvolvimento de tecnologias necess�rias � recupera��o das �reas afetadas pelo rompimento da Barragem do Fund�o. As propostas devem seguir quatro linhas: recupera��o do solo, da �gua, da biodiversidade e tecnologias sociais.

Na pr�tica, a Fapemig espera por propostas que sugiram, por exemplo, como usar a lama que vazou da represa ou mecanismos que podem despoluir o leito dos cursos d’�gua. Essas pesquisas est�o or�adas em R$ 4 milh�es, sendo o m�ximo de R$ 200 mil por proposta. O prazo m�ximo de execu��o dos projetos contratados ser� de 24 meses. As propostas podem ser submetidas at� 7 de mar�o de 2016.

“O que precisamos � de congregar a intelig�ncia dos nossos pesquisadores para adicionar conhecimento e criatividade na busca por tecnologias para a recupera��o da Bacia do Rio Doce”, disse o diretor de Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o da Fapemig, Paulo S�rgio Lacerda Beir�o. (PHL)


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