
A Defesa Civil de Belo Horizonte vai buscar apoio do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) para combater focos do mosquito Aedes aegypti em im�veis abandonados e lotes vagos da capital. Est� marcada para a pr�xima semana reuni�o entre o �rg�o municipal e a Promotoria de Urbanismo e Meio Ambiente para defini��o de estrat�gias que garantam legalidade �s entradas for�adas em pr�dios com constru��o paralisadas ou casas fechadas. Por falta de limpeza, h� o ac�mulo de lixo nesses locais, o que facilita a prolifera��o do inseto. “N�o estamos conseguindo uma resposta efetiva nesses im�veis abandonados. Por meio de uma a��o civil p�blica, vamos acionar as massas falidas ou propriet�rios”, afirmou o coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, que tamb�m est� � frente do grupo executivo. Segundo ele, um levantamento est� sendo feito, por meio das regionais, para identifica��o dos im�veis abandonados.
“Assim que estiver pronto, esse material ser� encaminhado ao MP para que o poder p�blico tenha conhecimento do problema. Queremos chamar os donos desses im�veis � responsabilidade, e, para isso, precisamos de suporte legal”, informou a Defesa Civil por meio de sua assessoria de imprensa. O MP n�o se pronunciou sobre o assunto.
Em BH, os mais de 750 mil domic�lios no munic�pio dever�o ser vistoriados nos pr�ximos dias. Mas, mesmo com as vistorias em andamento e mutir�es sendo realizados, o grupo de trabalho da Prefeitura ainda enfrenta resist�ncia. Na semana passada, o Estado de Minas mostrou a gravidade do problema em criat�rios a c�u aberto em pr�dio residencial abandonado no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste. Ontem, por meio da Regional Oeste, a PBH informou que “o propriet�rio do terreno vem sendo alvo de a��es fiscais, tendo sido notificado e autuado diversas vezes pela Fiscaliza��o e Zoonoses”. De acordo com nota da administra��o municipal, a �ltima a��o fiscal ocorreu no dia 12, sendo emitida notifica��o por deixar equipamentos que possam reter �gua. A prefeitura informou ainda que, “caso persista a irregularidade, a SLU realizar� a limpeza, com posterior cobran�a do servi�o.
Depois de a Prefeitura de Belo Horizonte decretar situa��o de emerg�ncia, no fim de dezembro, 6 mil servidores passaram a ter a miss�o de debelar a infesta��o do mosquito na capital. Para ir a campo, o grupo segue mapeamento de risco que aponta os locais cr�ticos nas nove regionais. Em Belo Horizonte, 15.934 casos de dengue foram confirmados em 2015 e h� 13 casos de microcefalia em investiga��o, por suspeita de associa��o ao zika v�rus.
A Secretaria Municipal de Sa�de ainda n�o divulgou as notifica��es de dengue de 2016. O pr�ximo balan�o deve ser divulgado amanh�. Mas, com base nas estat�sticas do ano passado, um dado chama aten��o, quando observada a quantidade de mutir�es de limpeza realizados no mesmo per�odo. Mesmo tendo registrado, em 2015, n�mero cinco vezes maior de confirma��es em rela��o a 2014, o total de mutir�es para limpeza da cidade foi 37% menor (175) que o do ano anterior. Segundo a gerente de Vigil�ncia em Sa�de, Maria Tereza Oliveira, n�o houve demanda maior por mutir�es por parte das regionais, respons�veis por requisitar as a��es. Ainda segundo ela, a eleva��o no n�mero de limpezas de 2014 � reflexo do alto n�mero de casos confirmados em 2013, quando foram 96.121 confirma��es. Segundo a secretaria, tr�s mutir�es foram realizados at� o dia 12, e, nessas a��es, foram vistoriados 12 mil im�veis e recolhidas cerca de 6 toneladas de inserv�veis. Mais nove mutir�es v�o ocorrer at� o dia 15, com a previs�o de vistoriar 28 mil im�veis. Mais de 700 agentes est�o envolvidos nessas a��es, segundo a secretaria.
O contingente que sai �s ruas para o combate � composto por agentes de sa�de, de endemia, servidores da Defesa Civil, da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) e at� guardas municipais. As igrejas foram convocadas tamb�m para ajudar no mutir�o. “Fizemos forte apelo aos l�deres religiosos para que cobrem a��o efetiva dos fi�is. O problema da dengue � que todo mundo sabe o que fazer, mas muitas vezes n�o faz. As pessoas t�m que olhar tudo, todas as calhas e locais onde o mosquito possa procriar. Isso deve ser feito toda semana”, ressalta. De maneira auxiliar, a prefeitura tamb�m procura alertar sobre os cuidados por meio materiais informativos afixados nos coletivos, centros de sa�de e metr�s. “Vamos colocar uma mensagem no telefone 156”, informou o coronel. O n�mero � o canal telef�nico aberto pela prefeitura para solicita��o de diversos servi�os.

ESTRAT�GIA O pesquisador da Fiocruz Luciano Moreira lembra que, em 1958, o Brasil ficou livre do mosquito Aedes aegypti, mas, no final da d�cada de 1960, o inseto voltou a circular no pa�s. A primeira epidemia de dengue relatada ocorreu em Roraima, em 1981. “Desde ent�o sua distribui��o se estendeu em praticamente todo o territ�rio brasileiro”, pontua. O vice-diretor de pesquisa da Fiocruz, Carlos Eduardo Calzavara, defende que uma das estrat�gias mais eficazes para o combate � dengue � o controle do mosquito, o principal vetor e tamb�m transmissor do zika v�rus e do chikungunya v�rus.
Enquanto isso...
Ministro “torce” por cont�gio
O ministro da Sa�de, Marcelo Castro, cometeu mais uma gafe ontem, ao afirmar, em tom de brincadeira, que torceria para que mulheres se contaminem pelo zika antes da idade f�rtil. O coment�rio foi feito quando Castro falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o v�rus, que chegou ao Brasil no ano passado, j� circula em 20 estados e est� relacionado ao surto de nascimento de beb�s com microcefalia. O ministro disse que o imunizante, uma vez desenvolvido, seria fornecido para parte da popula��o considerada mais suscet�vel. “N�o vamos dar vacina para 200 milh�es de brasileiros. Mas para pessoas em per�odo f�rtil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no per�odo f�rtil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo pr�prio mosquito. A� n�o precisa da vacina”, disse. Tr�s laborat�rios p�blicos se preparam para iniciar projetos para desenvolvimento de vacinas que protejam contra o zika. Castro afirmou que Evandro Chagas, Biomanguinhos e Instituto Butant� j� come�am a se articular para, em colabora��o com outros centros de pesquisa internacionais, iniciar as pesquisas.