Confirma��o de dois casos de zika acende alerta em Minas Gerais

A ca�ada ao mosquito Aedes aegypti em Minas Gerais passa a se dar n�o mais em fun��o da dengue, mas tamb�m por causa da transmiss�o do zika v�rus, que provoca febre baixa, manchas vermelhas no corpo e conjuntivite nos olhos. Dois casos foram confirmados ontem pela Secretaria de Estado da Sa�de, sendo uma gestante no munic�pio em Ub�, que j� havia decretado estado de emerg�ncia com mais de 200 casos de dengue na Zona da Mata, e o de um rec�m-nascido de Curvelo, na Regi�o Central de Minas.

Al�m de apresentar os sintomas da zika, o beb�, nascido em dezembro, tamb�m foi enquadrado no protocolo de microcefalia do Minist�rio da Sa�de por apresentar cr�nio com 32 cent�metros de per�metro. O superintendente de Vigil�ncia Epidemiol�gica da SES, Rodrigo Said, que esteve reunido ontem com representantes da prefeitura de Curvelo, ressalvou que, embora esteja confirmada no protocolo de microcefalia, tal condi��o pode n�o se confirmar no futuro, j� que o beb� nasceu prematuro, com 2.900 gramas e 46 cent�metros. Caso a crian�a venha a ter desenvolvimento normal, a microcefalia em fun��o do cr�nio pequeno poder� ser descartada, como j� ocorreu em Minas no final do ano passado, com um beb� nascido no Hospital Sofia Feldman.

Outro indicativo de que o beb� de Curvelo ainda tem chances de n�o ter microcefalia � que a m�e dele afirma n�o ter tido sintomas da doen�a. Neste caso, como o rec�m-nascido apresenta os sinais de contamina��o pelo v�rus, a m�e poderia ser assintom�tica, ou seja, inclu�da no grupo do 80% de pessoas que contraem a doen�a, mas nunca apresentam os sintomas. Informa��es preliminares indicam que a mulher n�o tem hist�rico de deslocamentos recentes para fora de Curvelo.

Autoridades ainda investigam se h� rela��o de 17 casos de microcefalia com o zika v�rus em 12 munic�pios mineiros. Segundo o superintendente de Vigil�ncia Sanit�ria, Belo Horizonte est� na lista das cidades com suspeita da presen�a do novo tipo de v�rus, mas os nomes de outros munic�pios n�o ser�o divulgados para evitar p�nico. N�o h� indica��o de medidas mais dr�sticas a tomar como o isolamento dos doentes, segundo Rodrigo Said. “N�o temos outra fonte de atua��o que n�o seja o combate ao mosquito, com o trabalho agentes p�blicos de casa em casa”, disse. “Mas a miss�o n�o pode ser unilateral, temos de contar com a participa��o efetiva da popula��o. Nosso inimigo em comum continua sendo o Aedes aegypti”, completou.

Gesta��o Em rela��o � gr�vida de Ub�, que chegou a ter zika durante a gesta��o, ainda n�o est� confirmado se o feto ter� microcefalia. “Ainda estamos aguardando o resultado da tomografia que ser� enviado pelo munic�pio”, afirmou o superintendente. Said disse que as gr�vidas devem redobrar os cuidados. “A gestante deve se munir do m�ximo de prote��o, como repelentes e telas anti-mosquito”.

Segundo a SES, qualquer gestante que apresente manchas vermelhas no corpo (eczemas), olhos vermelhos, febre baixa, ou ainda qualquer situa��o de abortos espont�neos ou de fetos natimortos, todas as situa��es dever�o ser comunicadas �s autoridades para investiga��o de suspeita de zika v�rus.

Entenda a doen�a e o v�rus

» � uma doen�a viral autolimitada, de evolu��o benigna, caracterizada pelo quadro cl�nico de febre, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos), dores nas articula��es e erup��o cut�nea com pontos brancos ou vermelhos.

» Esse v�rus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de amostras de macaco Rhesus na floresta Zika, em Uganda, na �frica.

» Nas Am�ricas, o zika v�rus foi identificado na Ilha de P�scoa, territ�rio do Chile no Oceano Pac�fico, 3.500 quil�metros distante do continente, no in�cio de 2014.

» Em maio deste ano, o Minist�rio da Sa�de brasileiro, por nota oficial, confirmou a infec��o por zika v�rus em 16 pessoas na Regi�o Nordeste.

TRANSMISS�O

» A principal via de transmiss�o � vetorial, por meio da picada de mosquitos Aedes aegypti. O per�odo de incuba��o (entre a picada do mosquito e o in�cio de sintomas) � de cerca de quatro dias.

SINTOMAS

» Febre baixa, olhos vermelhos, sem secre��o e sem coceira, artralgia (dores na articula��o) e exantema maculo-papular (erup��o cut�nea com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabe�a e dor nas costas. Os sinais e sintomas podem durar at� sete dias.

TRATAMENTO

» O tratamento � sintom�tico e baseado no uso de acetaminofeno para febre e dor, conforme orienta��o m�dica. N�o est� indicado o uso de �cido acetilsalic�lico e drogas anti-inflamat�rias devido ao risco aumentado de complica��es hemorr�gicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se procurar o servi�o de sa�de para orienta��o adequada. N�o h� vacina contra o zika v�rus.

PREVEN��O

» O controle est� centrado na redu��o da densidade vetorial, como por exemplo, mantendo o domic�lio sempre limpo, eliminando os poss�veis criadouros do Aedes: vasilhames com �gua, pneus velhos.

MICROCEFALIA

» Condi��o neurol�gica rara, caracterizada pela malforma��o do cr�nio do feto, que se desenvolve menos que o normal. Em m�dia, a circunfer�ncia do cr�nio de um rec�m-nascido � de cerca de 33cm. Nos casos de microcefalia, essa medida � sempre menor que os 33cm.

EUA estudam emitir alerta
Autoridades norte-americanas de sa�de est�o discutindo se emitem um alerta para que gr�vidas dos Estados Unidos evitem viajar para o Brasil e outros pa�ses onde h� surto do zika v�rus. A informa��o foi publicada ontem pelo New York Times. Segundo o jornal, caso a medida venha a ser tomada, ser� a primeira vez que o Centro de Controle de Doen�as e Preven��o disparar� um alerta para que gr�vidas evitem uma regi�o durante um surto. A principal preocupa��o dos m�dicos � a rela��o do zika v�rus com casos de microcefalia.