Uma manh� de chuva insistente foi suficiente para trazer de volta a Belo Horizonte a preocupa��o com alagamentos e enxurradas, sobretudo em �reas sens�veis, como na Avenida Prudente de Morais, entre os bairros Cidade Jardim e Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul, onde a drenagem n�o conseguiu suportar 30 mil�metros de precipita��es registradas entre a madrugada e o in�cio da tarde pela esta��o de Cercadinho, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com o volume de �gua, os bueiros e grelhas se tornaram chafarizes na baixada formada pelo encontro das ruas Joaquim Murtinho e Bar�o de Maca�bas, pouco antes da esquina com a avenida, em local que registrou v�rias cheias nos �ltimos anos e foi respons�vel pelo afogamento de um casal de idosos que ficou preso em seu carro, em 2009. Desde ent�o, obras de melhoria do sistema de drenagem s�o prometidos para este local, mas mais uma vez a prefeitura informou que a interven��o, que tem recursos de financiamento federal, ficou mais cara e vai atrasar pelo menos mais seis meses.
O volume de �gua que desceu sobretudo pela drenagem mais alta da Avenida do Contorno, ontem, superou, na Rua Joaquim Murtinho, a capacidade da canaliza��o subterr�nea do C�rrego do Leit�o (Prudente de Morais) e logo cedo a �gua estourou as tampas de metal de bueiros e esguichou para o alto pelas grelhas. Motoristas ao verem esses obst�culos ficaram temerosos em passar onde n�o conseguiam ver o asfalto e procuraram desviar, o que provocou lentid�o e confus�o no ponto, j� que alguns condutores invadiram a Rua Bar�o de Maca�bas para evitar a enxurrada. Carros com a suspens�o mais baixa tiveram mais dificuldade para ultrapassar a �gua empo�ada.
Foi uma amostra de que o problema ainda preocupa quem passa e trabalha na regi�o. “N�o veio ainda uma daquelas tempestades fortes e veja s� a confus�o que ficou na rua (Joaquim Murtinho). A gente fica com medo de numa enxurrada igual a que matou o senhor e a senhora, em 2009, e mais pessoas corram perigo, porque praticamente nada foi feito”, reclama o mec�nico Henrique Rocha, de 37 anos, que trabalha perto do local e viu a �ltima grande enchente, h� seis anos.
E segundo o professor e meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, as chuvas persistem na Grande BH at� o pr�ximo fim de semana. “A chuva de ontem chegou a 10% da m�dia prevista para o m�s. O solo est� encharcando e podemos ter a repeti��o da situa��o vivida em 2011, com muitos alagamentos e deslizamentos em Minas. Cessou o bloqueio provocado pelas altas temperaturas no oceano, entre o Rio Grande do Sul e a �frica, e que impedia as chuvas”, afirma.
De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, as obras contra enchentes na regi�o da Avenida Prudente de Morais devem ser entregues no primeiro semestre de 2018 e n�o mais no segundo semestre de 2017, como estimava levantamento da secretaria feito em julho do ano passado. O pre�o da obra tamb�m aumentou. Seriam gastos R$ 50 milh�es, mas as interven��es j� est�o em R$ 51,97 milh�es, encarecimento de 4% no per�odo. Os investimentos ter�o recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento 2 (PAC 2). No local, a previs�o � de que sejam implantadas uma galeria paralela � existente na Avenida Prudente de Morais, no trecho entre as ruas Bar�o de Maca�bas e B�rbara Heliodora. “O projetos precisaram ser revistos “devido � complexidade das solu��es para o canal e as interfer�ncias com outras infraestruturas instaladas”, informou a secretaria de obras.
Segundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), “nos �ltimos anos a Prefeitura vem executando em todo o Munic�pio interven��es de preven��o e combate a inunda��es, totalizando um montante da ordem de R$ 1,29 bilh�es (empreendimentos conclu�dos a partir de 2009 e em andamento), al�m de ter previstos R$ 1 bilh�o, para execu��o de outros empreendimentos”.
ALERTA As regi�es Noroeste, Sul, Alto Parana�ba e do Tri�ngulo receberam alerta de perigo do Inmet devido ao grande volume de chuvas. Esse grau de severidade � o segundo mais grave, antecedendo ao alerta para grande perigo. Segundo o insituto, essa regi�o est� sujeita a “alagamentos, deslizamentos de encostas, transbordamentos de rios. Chuva entre 30 e 100 mil�metros por dia. O laerta abrange 275 munic�pios. Nas �reas de risco desses locais a recomenda��o � para colocar “em lugares altos seus m�veis e utens�lios”, em caso dechuvas muito fortes e aumento dos n�veis de recursos h�dricos pr�ximos. “Desligue aparelhos el�tricos, quadro geral de energia. Se observar rachaduras nas resid�ncias, procure abrigos municipais. Se identificado rachaduras no terreno, coloque lona pl�stica para evitar que a �gua infiltre nas rachaduras. Obtenha mais informa��es junto � Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193)”, informou o Inmet.