
Uma s�rie de desencontros e falhas de comunica��o levou o Corpo de Bombeiros a procurar por mais de um dia – com uso de aeronaves – um casal que pediu socorro, pois ficou perdido na Serra do Cip�. Por�m, enquanto helic�pteros faziam as buscas, a professora C�tia Caldeira Soares, de 48 anos, e o aposentado Arnoldo Boson Santos, de 56, j� estavam em casa.
C�tia explicou que quando j� estavam em seguran�a em casa viram um helic�ptero sobrevoando a regi�o e decidiram ir at� o centro do distrito de Cardeal Mota para comunicar que estavam bem, j� que n�o h� sinal de celular na regi�o da casa. C�tia usou um orelh�o para ligar para o Corpo de Bombeiros e foi atendida por um militar do Pelot�o de Vespasiano, que disse que poderia avisar aos demais.
Mesmo assim, � tarde, o helic�ptero voltou a sobrevoar a �rea. C�tia chegou a comprar um chip de uma operadora que atende o munic�pio, mas o aparelho continuou sem sinal. O casal decidiu seguir os planos e permanecer em casa at� quinta-feira, para descansar, pensando que os militares de Vespasiano j� teriam informado aos familiares sobre a localiza��o deles.
No entanto, �s 22h, o casal chegou a Belo Horizonte e foi para a casa da filha, surpreendida pela presen�a da m�e e do padrasto, pois at� ent�o n�o sabia que eles estavam em seguran�a. Foi quando C�tia e Arnoldo tiveram acesso � internet e descobriram que o desaparecimento j� havia repercutido nas redes sociais e era acompanhado pela imprensa.
O capit�o Tiago Miranda, respons�vel pela comunica��o do Corpo de Bombeiros, afirma que os bombeiros n�o foram avisados pelo casal que j� estava em seguran�a. “Passamos para a Pol�cia Civil investigar o que houve”, afirma Miranda. O oficial destaca que as pessoas devem sempre acionar a corpora��o, mas precisam ter o compromisso de avisar quando est�o bem.
“Levamos aeronave e isso gasta dinheiro. Hoje (ontem) t�nhamos uma opera��o toda montada”, detalha o capit�o. O gasto total na opera��o, calculado pelo capit�o, varia de R$ 30 mil a R$ 40 mil. “Uma opera��o de resgate � cara e temos que gastar esses recursos com algo real. Quando a pessoa retorna para casa tem que ter o compromisso de avisar as autoridades”, refor�a Miranda.
Aventura em �rea isolada
A casa onde o casal estava na Serra do Cip� pertence a Arnoldo e est� localizada em uma �rea isolada. C�tia conta que eles s�o acostumados a ficar no local e fazer trilha, pois Arnoldo conhece a regi�o h� 20 anos. Os dois sa�ram de casa �s 8h30 de ter�a-feira em dire��o � Cachoeira Bra�nas, uma trilha de 20 quil�metros. Como n�o pretendiam acampar e o tempo estava aberto, levaram alimentos leves, como frutas e granola, e trajes apropriados para um passeio de algumas horas.
Por volta das 15h, o tempo mudou repentinamente. “Como fechou o tempo geral e tampou tudo, ele s� olhou, e eu perguntei para que lado ele estava indo e ele respondeu que n�o sabia de que lado estava.Tinha uma cachoeira perigosa e eu falei que n�o sairia mais dali’”, explica a professora.
O tenente do terceiro batalh�o do Corpo de Bombeiros, Ranier Costa, aconselha as pessoas a nunca sa�rem sozinhas para fazer uma trilha. “Devem sair sempre em grupo, com algu�m que conhe�a o local para ser um tipo de guia”, explica Costa, que � praticante de trekking. O bombeiro recomenda ainda usar cal�a comprida e bota, pois o cal�ado d� mais firmeza e pode evitar tor��es motivadas pelo piso irregular. Sobre comida a regra, segundo ele, � levar sempre a mais, que d� para alimentar outra pessoa e tamb�m para servir de reserva caso aconte�a algo n�o esperado.