
� medida em que aumentava o n�mero de voos cancelados e atrasados no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, cresciam a revolta e o preju�zo de quem precisava embarcar. Muitos passageiros, que esperavam desde sexta-feira uma resposta das companhias a�reas, tiveram que remarcar suas viagens para ter�a-feira ou quarta-feira, devido ao per�odo de alta temporada e � alta taxa de ocupa��o nas aeronaves. As mais de 24 horas de espera provocaram nervosismo e mal-estar no hall do terminal. Gr�vidas passaram mal, crian�as choraram diante das f�rias frustradas e muitas pessoas tentaram negociar com as companhias ou ag�ncias de viagem, sem sucesso.
O preju�zo do banc�rio Richard Mendes, de 50 anos, � de, pelo menos, R$ 8 mil. Ele viajaria de f�rias com a fam�lia para Porto Seguro, na Bahia, na sexta-feira, no voo das 21h47. “Nos disseram que haveria o cancelamento e que hoje (ontem), poder�amos embarcar. Voltamos ao aeroporto pela manh� e, at� agora, �s 16h, n�o temos uma resposta da empresa”, reclamou. O banc�rio buscava informa��es com atendentes da Gol, mas, segundo ele, os profissionais n�o sabiam responder nada e estavam confusos com a quantidade de pessoas no guich�. Somente �s 16h30, ele foi informado que haveria vaga para Porto Seguro, na ter�a-feira, dia 19, ou no dia seguinte. “� um preju�zo de R$ 8 mil. Mas, isso, eles v�o ter que me pagar”, revoltou-se.
As perdas de Almira Guaracy, de 93, n�o podem ser medidos. Na cadeira de rodas, ela embarcaria na tarde de ontem para Bras�lia, para encontrar seus filhos. “Dispensei a minha cuidadora, porque iria viajar. Mas agora nos disseram que o voo est� cancelado. Como vou ficar na minha casa sozinha, sendo que preciso de tantos cuidados?”, preocupou-se.
CONEX�O Gr�vida de cinco meses, Denilsa Rosa, de 31, desembarcou em Belo Horizonte na manh� de sexta-feira. Ela estava em conex�o, saiu de Imperatriz, no Maranh�o e pretendia chegar a Rondon�polis, no Mato Grosso. “Estou desde as 9h de sexta neste aeroporto. � noite, passei muito mal, e quase desmaiei”, contou. Ela dormiu em um hotel e �s 4h de ontem voltou ao terminal, para seguir a viagem. “Eu e meu marido estamos indo para o Mato Grosso a trabalho, mas n�o sabemos que dia chegaremos l�.” Pouco depois de dar a entrevista ao EM, Denilsa foi informada por uma atendente da Azul que seu voo foi remarcado para as 9h de ter�a-feira. “Agora, estou com medo at� de viajar. Queria era voltar para casa”, disse, aos prantos.
A volta ao lar tamb�m custou caro para a fam�lia da professora de educa��o f�sica, Elizete Rezende. Depois de passar as f�rias em Salvador, na Bahia, ela voltaria para casa em Goi�nia, com conex�o em BH. “Chegamos na sexta-feira e at� agora n�o sabemos quando vamos voltar. O meu maior preju�zo s�o as contas para pagar”, disse. Ela reconheceu que as chuvas s�o imprevis�veis, mas cobrou do aeroporto um melhor atendimento. “Ningu�m te explica nada. H� uma falta de respeito muito grande conosco. Conhecemos um grupo de franceses que ficou completamente perdido em meio a esse caos e, para piorar, n�o havia um profissional no terminal que falasse o ifranc�s”, criticou. Se n�o tiver respostas neste domingo, a professora voltar� com os filhos e marido de �nibus para Bras�lia.
EMPRESAS Em nota, a Azul Linhas A�reas informou que, ontem, toda a opera��o da empresa foi cancelada, por causa de quest�es meteorol�gicas. “Mais cedo, o aeroporto do Rio de Janeiro (Santos Dumont) tamb�m foi afetado em fun��o do mau tempo. A companhia est� prestando toda a assist�ncia necess�ria aos clientes e fazendo as reacomoda��es da melhor forma poss�vel”, diz o texto.
A Gol Linhas A�reas, tamb�m por meio de texto enviado pela assessoria de comunica��o, lamentou os transtornos causados. “Alguns passageiros est�o sendo reagendados a partir de ter�a-feira, dia 19, devido ao per�odo de alta temporada, em que todos os voos est�o com uma elevada taxa de ocupa��o. Os clientes que desejarem cancelar a viagem poder�o ser reembolsados com o valor integral do pre�o da passagem”, garantiu.