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Estado de Minas

Qualidade da �gua piora e causa preocupa��o na Lagoa da Pampulha

Especialistas apontam que agravamento afeta todo o ecossistema, provocando contamina��o e extin��o de animais. Apenas os mais resistentes conseguem sobreviver


postado em 24/01/2016 11:00 / atualizado em 24/01/2016 12:34

Mesmo os jacarés podem ter a saúde deteriorada com o agravamento da poluição da Lagoa da Pampulha(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Mesmo os jacar�s podem ter a sa�de deteriorada com o agravamento da polui��o da Lagoa da Pampulha (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O caldo espesso de algas verdes e esgoto que toma conta da superf�cie da Lagoa da Pampulha afeta ainda mais do que se imagina o fundo da represa e o todo o ecossistema desse cart�o-postal de Belo Horizonte, candidato a patrim�nio cultural da humanidade. Os micro-organismos que roubam o oxig�nio e a luz da �gua e os lan�amentos de dejetos dom�sticos e industriais fazem de todo o conte�do do lago um meio in�spito, onde somente os animais mais resistentes conseguem sobreviver, ainda que contaminados. Com c�meras aqu�ticas que vasculharam o fundo do reservat�rio e em embarca��es que percorreram sua extens�o, a reportagem do Estado de Minas mostra como � o ambiente degradado, onde se adaptaram para sobreviver jacar�s-do-papo-amarelo, capivaras, c�gados, peixes e aves. Situa��o que, apesar de investimentos que somam R$ 1 bilh�o desde a d�cada de 1990, s� tem piorado, como mostram os �ltimos dados de an�lises da qualidade da �gua. N�o bastassem animais intoxicados, os peixes irregularmente pescados e altamente contaminados est�o sendo vendidos a frigor�ficos, que os comercializam, numa grave den�ncia de crime contra a sa�de p�blica.


Mesmo depois de a Copasa ter ampliado a intercepta��o de esgotos nos �ltimos tr�s anos – de 65% para 87% dos lan�amentos –, nesse mesmo per�odo a qualidade da �gua do lago s� piorou, de acordo com as an�lises feitas pelo Instituto Mineiro de Gest�o das �guas (Igam). Levando-se em conta o resultado do pior per�odo de seca, que � quando mais concentrados os poluentes est�o, desde 2013, a polui��o da lagoa aumentou 67%. Dos 21 par�metros avaliados, 14 foram piores entre julho e setembro do ano passado em rela��o ao mesmo per�odo de 2014 e 2013 (veja quadro). Para o coordenador do Laborat�rio de Gest�o Ambiental de Reservat�rios da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ricardo Motta Pinto Coelho, isso se deve aos mais nocivos lan�amentos de poluentes n�o estarem concentrados no esgoto dom�stico despejado pela popula��o e que v�m sendo interceptado pela Copasa. “H� milhares de liga��es clandestinas de ind�strias lan�ando um volume enorme de efluentes no reservat�rio e simplesmente n�o s�o fiscalizadas. N�o adianta apenas culpar o esgoto dos aglomerados”, afirma.


Apesar de adaptados ao ambiente encontrado atualmente, at� mesmo os jacar�s, capivaras, c�gados, peixes e aves podem ter sua sa�de deteriorada com a cont�nua piora da qualidade ambiental, caso as promessas de purifica��o do lago mais uma vez n�o saiam do papel. Segundo pesquisa do professor Ricardo Coelho, pelo menos quatro esp�cies de zooplanctons que serviam de alimento a outros animais foram extintas do reservat�rio pela polui��o. Outras seis esp�cies de peixe j� n�o s�o mais encontradas nas �guas. Por todo o espelho d’�gua veem-se boiando aves aqu�ticas e peixes mortos. “Atualmente, s�o animais que est�o contaminados por metais pesados e t�xicos e isso � um ac�mulo que no longo prazo pode trazer outros efeitos e impedir que vivam na Pampulha se a polui��o piorar”, pondera o engenheiro de pesca Luiz Alberto S�enz Isla, especialista em aquicultura e mestre em ecotoxicologia pela USP.


Para especialistas, um dos animais que demonstram adapta��o �s condi��es da Pampulha � o jacar�-do-papa-amarelo. “Esse r�ptil � um predador ativo que est� no topo da cadeia alimentar e n�o aparenta estar enfraquecido pela polui��o. Sua proximidade com os homens e a aparente apatia nos banhos de sol fazem com que se pare�a d�cil e encorajam contatos que podem ser repelidos a mordidas”, alerta o bi�logo respons�vel pelo Setor de R�pteis e Anf�bios da Funda��o Zoobot�nica da capital, Lu�s Eduardo Coura.

Reportagem do Estado de Minas mostra o fundo da Lagoa da Pampulha:

PESQUISA Segundo os bi�logos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a dieta principal do animal consiste de peixes. S�o estimados mais de 20 indiv�duos habitando os tr�s lagos que conectados formam a Pampulha. Os h�bitos reprodutivos, o dom�nio de territ�rio, o n�mero atual de exemplares e as esp�cies que habitam o reservat�rio est�o sendo levantados em trabalho da Faculdade de Veterin�ria da UFMG. Naquele ponto, a reportagem sondou o fundo do lago usando uma c�mera i�ada por vara de pesca. A profundidade era de apenas um metro e meio. Mas a densidade de algas e material org�nico em suspens�o permitiram visibilidade de poucos cent�metros e o registro de um borr�o verde salpicado de part�culas.


O mesmo se repetiu na �rea pr�xima � est�tua de Iemanj�, no Bairro S�o Luiz. Na regi�o da Igreja de S�o Francisco de Assis, a c�mera encontrou um o terreno arenoso no fundo. Na Casa do Baile, localizou os alicerces de pedra da ilha artificial. Pr�ximo ao vertedouro, as rochas de sustenta��o de uma antiga rampa de lan�amento de barcos apareceu nas profundezas.

(foto: Fotos: Mateus Parreiras/EM/DA Press / Fonte: UFMG, MMA E IGAM)
(foto: Fotos: Mateus Parreiras/EM/DA Press / Fonte: UFMG, MMA E IGAM)


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