
ARAX� — Pelo menos quatro fatos fazem com que a Pol�cia Civil de Arax�, no Alto Parana�ba, acredite mais na possibilidade de um latroc�nio para o assassinato do empres�rio Higor Humberto Fonseca de Sousa, de 26 anos, e da mulher dele, a estudante Rafaela D'Eluz Giordani, de 21, no s�bado, do que em uma execu��o motivada por vingan�a.
Primeiramente, o delegado Sandro Negr�o, respons�vel pelas investiga��es, aposta mais no roubo seguido de morte porque, em casos de execu��o, os bandidos costumam usar arma de fogo. Higor foi morto com mais de 100 facadas por todo o corpo e Rafaela com 12, todas no pesco�o. Outro fato que aponta para esta dire��o � a casa ter sido encontrada completamente revirada.
Tamb�m entram na conta o comportamento de Higor, que costumava esbanjar dinheiro e tinha costume de guardar quantias elevadas em casa, e uma atitude de Rafaela antes de morrer. Segundo a pol�cia, ela guardou a alian�a de casamento e uma pulseira na barra da cal�a. "Mesmo amarrada, a Rafaela conseguiu esconder as duas joias. Isso pode ter sido uma tentativa de evitar que dois objetos importantes fossem roubados," afirma o delegado.
A Pol�cia Civil sabe que Higor tinha um comportamento extrovertido e gostava muito de mostrar que tinha boas condi��es financeiras. Uma pessoa que prefere n�o se identificar e conhecia o rapaz afirma que ele gostava de andar com dinheiro vivo. "Ele n�o andava com menos de R$ 2 mil no bolso", afirma. "O Higor tamb�m costumava guardar dinheiro em casa e muita gente sabia disso", conta um funcion�rio de uma loja perto da empresa do jovem, a empresa Arax� Radiadores, que ontem permaneceu fechada pelo segundo dia consecutivo. Uma folha de papel foi pregada na porta, anunciando o luto. A firma � uma filial da loja do pai de Higor em Patos de Minas, Geraldo Humberto de Sousa.
CASA REVIRADA A informa��o de que Higor manipulava e guardava muito dinheiro tem rela��o direta com outra raz�o que leva a pol�cia a acreditar mais na hip�tese de latroc�nio. A casa estava completamente revirada no momento em que a Pol�cia Militar chegou. Na cozinha e na sala nada estava no seu devido lugar. V�rios objetos foram espalhados pelo ch�o. "Eu imagino que foi isso. Algu�m entrou porque sabia que tinha dinheiro e revirou tudo � procura do m�ximo de coisas poss�vel, " acrescenta o delegado.
A reportagem esteve ontem em uma casa ao lado a resid�ncia onde houve o crime, no Bairro Veredas do Belvedere, e encontrou uma escada que a pol�cia acredita ter sido usada pelos bandidos para alcan�ar a varanda da moradia do casal. Alguns objetos que tamb�m foram espalhados, como garrafas, ainda permaneciam acondicionados em sacolas.
Pelas investiga��es feitas at� agora, a pol�cia acredita que os criminosos encontraram primeiro Rafaela, que pode ter sido amorda�ada para que n�o alertasse o marido quando ele chegasse. A pol�cia tamb�m avalia que, por ter porte f�sico avantajado, Higor tenha tentado reagir ao assalto. A teoria � refor�ada por marcas de sangue encontradas em uma das paredes do banheiro, onde o corpo do rapaz estava.
"Se fosse para matar um cara forte como ele, voc� n�o entraria com uma faca. O mais prov�vel seria arma de fogo. Com faca � muito arriscado, mas � claro que tudo � poss�vel", completa o delegado. A presen�a de p� de caf� misturado com �gua e espalhado por v�rios pontos da casa, al�m de a��car no corpo de Rafaela e fub� no corpo de Higor, n�o dizem nada para a pol�cia, conforme o delegado.