
O volume que se deslocou da Barragem do Fund�o seria suficiente para encher mais 360 piscinas ol�mpicas (50 metros de comprimento por 25m de largura).
Para o superintendente do Ibama em Belo Horizonte, Marcelo Belis�rio Campos, o deslocamento registrado ontem exp�e o risco de novos deslizamentos de rejeitos de min�rio no reservat�rio. "Entendemos que o evento de ontem mostra que o rompimento n�o cessou e existe um remanescente consider�vel, algo em torno de 20 milh�es de metros c�bicos dentro da Barragem de Fund�o. A �rea est� degradada � exposta a intemp�ries", observou o superidente durante uma audi�ncia p�blica na Assembleia, nesta quinta-feira.
Belis�rio disse ainda estar preocupado com as medidas de seguran�a adotadas depois do rompimento do in�cio do novembro. "Vemos com preocupa��o fatores de seguran�a abaixo do aceit�vel. � obriga��o do Ibama cuidar dos riscos. Est� claramente identificado que existe um volume que pode ser carreado ao rio. A constru��o de diques � importante � necess�ria, mas n�o d� conta dos rejeitos que permanecem em Fund�o e Santar�m".
O deslocamento do material s�lido obrigou a Samarco (controlada pela Vale e BHP Billiton) a retirar trabalhadores que atuavam no local e acionar o alerta amarelo, assustando a popula��o. O movimenta��o de rejeitos ocorreu menos de tr�s meses ap�s o maior desastre socioambiental do Brasil, que deixou 17 pessoas mortas e duas desaparecidas. Al�m das perdas humanas, a trag�dia devastou dois distritos de Mariana e a lama da minera��o chegou ao Rio Doce e ao Oceano Atl�ntico, no Esp�rito Santo.
A Defesa Civil de Mariana foi avisada do deslocamento pela empresa na tarde de ontem. De acordo com o chefe do �rg�o, Welbert Stopa, n�o houve v�timas. “Houve um deslocamento de massa. Foi material acumulado que se movimentou”, afirmou Stopa. Ele detalhou que esses materiais acumulados s�o sedimentos do vazamento de novembro e que foi adotado o alerta amarelo, em uma escala de risco que ainda tem o verde (sem perigo) e vermelho (rompimento iminente).
Em nota, a Samarco informou que ocorreu uma “movimenta��o de parte da massa residual da Barragem do Fund�o devido �s chuvas das �ltimas semanas”. A empresa destacou que seguiu o plano de emerg�ncia e evacuou o local. “N�o houve a necessidade de acionamento de sirene por parte da empresa. As defesas civis de Mariana e Barra Longa foram devidamente informadas”, garantiu a mineradora.
Ap�s o rompimento em 5 de novembro, a mineradora foi obrigada a monitorar as barragens de forma ostensiva, com drones e piez�metros (equipamento que mede a press�o dos reservat�rios). Al�m disso, a empresa teve que apresentar um plano de emerg�ncia para as barragens Santar�m e Germano, o que fez, com atraso, no dia 13.
Com informa��es de Daniel Camargos, Pedro Ferreira e Jo�o Henrique do Vale
V�deo do Minist�rio P�blico Federal (MPF) flagrou movimenta��o de rejeitos na Barragem do Fund�o. Assista: