O risco de um novo rompimento das barragens da Samarco preocupa os moradores de Mariana e das cidades vizinhas que ainda tentam superar a trag�dia de 5 de novembro. O vazamento de quarta-feira confirma que a popula��o continua em alerta. Agora, por�m, h� outro medo: a interrup��o das atividades de minera��o amea�a empregos e a taxa dos que j� n�o t�m como trabalhar cresceu dez vezes desde o acidente.
Ele prev� um ano duro pela frente, com a arrecada��o reduzida pela metade, estimada em R$ 15 milh�es para 2016. “O jeito � cortar na carne, agora n�o tem como ajustar a conta sem ter preju�zo para o cidad�o.”
Canteiro de obras
Enquanto isso, as obras para recuperar as casas n�o param. Caminhonetes e tratores da Samarco est�o por toda parte. Nas barragens, caminh�es e mais caminh�es entram levando pedras e saem carregados de rejeitos de min�rio. O acesso � proibido.
Desconfiados, funcion�rios da mineradora estranham a presen�a da reportagem e tentam mostrar que est�o fazendo o trabalho prometido. “Daqui a pouco eu volto para trazer comida para o seu gado. Hoje eu tive um dia corrido, n�o deu para trazer ainda, mas n�o esqueci”, avisa o empregado de dentro do carro quando v� um chacareiro conversando com a reportagem.
Segundo o Corpo de Bombeiros, em alguns pontos, s� se chega de caminhonete ou trator. Apesar disso, Bento Rodrigues, distrito onde viviam 600 pessoas, j� foi liberado porque a lama endureceu. Mesmo assim, quem morou l� e viu a lama assolar o vilarejo n�o quer mais voltar. “Eu n�o tenho coragem. Quem viu o que eu vi quer esquecer para sempre daquele lugar”, conta Erenice Monteiro, 58 anos, que perdeu uma neta na cat�strofe.
As fam�lias agora vivem em casas alugadas em Mariana e, segundo a Samarco, apenas duas delas optaram por ficar em hot�is da cidade. Em Barra Longa, cidade tamb�m atingida pela lama, as m�quinas tiveram de quebrar os muros das casas para drenar a camada de quase 2 metros de sujeira que invadiu as casas � beira do Rio Gualaxo. O trabalho est� avan�ado, mas os moradores ainda n�o t�m previs�o para voltar aos im�veis. Depois de quase tr�s meses, a vegeta��o j� come�ou a crescer. A �gua do rio tem cor de barro.
Com Ag�ncia Estado