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Estado de Minas

Co�ber�tu�ras e mar�qui�ses de im�veis de BH vi�ram po�ten�ci�ais cri�a�dou�ros do Ae�des aegypti

O Esta�do de Minas fla�grou ver�da�dei�ras pis�ci�nas de �gua de chu�va so�bre pr�di�os no Cen�tro


postado em 01/02/2016 06:00 / atualizado em 01/02/2016 08:12

Poças de água acumuladas nos desníveis da própria estrutura das coberturas dos prédios ou entre objetos deixados sobre elas são ambiente propício para a proliferação do mosquito da dengue, zika e chikungunya(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Po�as de �gua acumuladas nos desn�veis da pr�pria estrutura das coberturas dos pr�dios ou entre objetos deixados sobre elas s�o ambiente prop�cio para a prolifera��o do mosquito da dengue, zika e chikungunya (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

No com­ba­te ao Ae­des ae­gyp­ti, trans­mis­sor da den­gue, chi­kun­gunya e zi­ka v�­rus, o pe­ri­go mui­tas ve­zes vem do al­to e pas­sa des­per­ce­bi­do dos olhos dos agen­tes da �rea de zoo­no­ses. Em Be­lo Ho­ri­zon­te, o Es­ta­do de Mi­nas re­gis­trou v�­rios pos­s�­veis cria­dou­ros do mos­qui­to em lo­cais de di­f�­cil aces­so, co­mo mar­qui­ses e co­ber­tu­ras de pr�­dios, on­de a �gua acu­mu­la­da da chu­va for­mar po­ï¿½as se­me­lhan­tes a pis­ci­nas.

(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
So­men­te na co­ber­tu­ra do Mer­ca­do No­vo, que ocu­pa um quar­tei­r�o in­tei­ro na Ave­ni­da Ole­g�­rio Ma­ciel, no Cen­tro, as vi­gas de con­cre­to da la­je for­mam es­pa­ï¿½os si­mi­la­res a mais de 20 tan­ques, com cer­ca de 8 me­tros qua­dra­dos ca­da um, to­dos com �gua pa­ra­da e sem pro­te­ï¿½ï¿½o. Quem tra­ba­lha ou fre­quen­ta o pr�­dio mui­tas ve­zes n�o tem no­ï¿½ï¿½o do pe­ri­go, mas mo­ra­do­res de edi­f�­cios da vi­zi­nhan­ï¿½a, con­se­guem en­xer­gar o pro­ble­ma das suas ja­ne­las e se sen­tem amea­ï¿½a­dos. � o ca­so da ge�­gra­fa Ma­ri­sa Per­co­pe, s�n­di­ca no pr�­dio on­de mo­ra, na Ave­ni­da Bias For­tes com Pra­ï¿½a Raul Soa­res. “Es­tou preo­cu­pa­da com uma pos­s�­vel in­fes­ta­ï¿½ï¿½o do mos­qui­to na re­gi�o”, aler­ta.

Pe­ri­go tam­b�m na zo­na bo�­mia da ca­pi­tal. Na Rua Guai­cu­rus, tam­b�m no Cen­tro, mar­qui­ses acu­mu­lam �gua de chu­va em uma dis­tri­bui­do­ra, lo­ca­li­za­da no n�­me­ro 698, e em uma lan­cho­ne­te, no n�­me­ro 644. Mas, a si­tua­ï¿½ï¿½o � pior na Ave­ni­da San­tos Du­mont, 636, on­de fun­cio­na o de­p�­si­to de uma dis­tri­bui­do­ra no t�r­reo e um ho­tel de al­ta ro­ta­ti­vi­da­de no an­dar de ci­ma. A mar­qui­se do im�­vel es­t� re­ple­ta de �gua acu­mu­la­da. Uma gam­biar­ra de fios so­bre a la­je, sub­mer­sos na �gua, ain­da po­de cau­sar cur­to-cir­cui­to. Um pr�­dio ina­ca­ba­do da Tu­pis com Rio Gran­de do Sul, no Hi­per­cen­tro, tem v�­rias po­ï¿½as de �gua no te­to.

A ge�­gra­fa Ma­ri­sa con­ta que qua­se to­dos os dias so­be na mar­qui­se e no te­lha­do do pr�­dio on­de mo­ra pa­ra olhar se h� �gua acu­mu­la­da. Ela con­ta que per­cor­re tam­b�m os 18 an­da­res do im�­vel em bus­ca de pos­s�­veis fo­cos de re­pro­du­ï¿½ï¿½o do mos­qui­to. Mas, se­gun­do s�n­di­ca, a preo­cu­pa­ï¿½ï¿½o tem que ser de to­dos e mui­tas ve­zes o pe­ri­go mo­ra ao la­do. “O pr�­dio vi­zi­nho man­ti­nha a cai­xa d’�­gua des­co­ber­ta. A gen­te s� des­co­briu por­que o nos­so pr�­dio � mais al­to. Re­cla­ma­mos e eles ve­da­ram a cai­xa com pla­cas de me­tal”, dis­se. A preo­cu­pa­ï¿½ï¿½o da ge�­gra­fa ago­ra � com o Mer­ca­do No­vo. “O mos­qui­to po­de che­gar ao meu pr�­dio, mas quem tra­ba­lha ou fre­quen­ta o mer­ca­do cor­re mais ris­co ain­da. Quem pas­sa na rua, nem ima­gi­na a si­tua­ï¿½ï¿½o em ci­ma dos pr�­dios”, aler­ta a s�n­di­ca.

Síndica, Marisa verifica marquises regularmente para evitar o risco(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
S�ndica, Marisa verifica marquises regularmente para evitar o risco (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

A exem­plo de ci­da­des co­mo Li­mei­ra e San­tos, no es­ta­do de S�o Pau­lo, e Cha­pe­c�, em San­ta Ca­ta­ri­na, mu­ni­c�­pios mi­nei­ros co­mo Sa­ba­r�, na Re­gi�o Me­tro­po­li­ta­na de Be­lo Ho­ri­zon­te, e Cam­po Be­lo, no Sul do es­ta­do, es­t�o usan­do o dro­ne pa­ra de­tec­tar pos­s�­veis fo­cos do mos­qui­to da den­gue em lo­cais de di­f�­cil aces­so pa­ra os agen­tes de fis­ca­li­za­ï¿½ï¿½o, co­mo te­lha­dos, mar­qui­ses, co­ber­tu­ras de pr�­dios e im�­veis fe­cha­dos ou aban­do­na­dos.

O ve�­cu­lo a�­reo n�o tri­pu­la­do e ma­no­bra­do por con­tro­le re­mo­to so­bre­voa os lo­cais pa­ra ma­pea­men­to fo­to­gr�­fi­co. A tec­no­lo­gia tem si­do gran­de alia­da pa­ra os mu­ti­r�es de lim­pe­za e cam­pa­nhas edu­ca­ti­vas. Em Cam­po Be­lo, quan­do o dro­ne iden­ti­fi­ca ac�­mu­lo de �gua em im�­veis fe­cha­dos, o do­no que n�o to­mar pro­vi­d�n­cias po­de ser acio­na­do ju­di­cial­men­te pa­ra aca­bar com a �gua acu­mu­la­da.

PBH re­a­ge com cloro e mul­ta

A Se­cre­ta­ria Mu­ni­ci­pal de Sa�­de (SM­SA) in­for­mou que em 2015 fo­ram la­vra­das 75 mul­tas por ac�­mu­lo de li­xo, en­tu­lho, ma­to, �gua pa­ra­da, re­ser­va­t�­rios e ou­tros re­ci­pien­tes aber­tos con­ten­do �gua ou quais­quer ou­tras con­di­ï¿½ï¿½es que pro­pi­ciem o cria­t�­rio e abri­go pa­ra o Ae­des ae­gyp­ti. So­bre o Mer­ca­do No­vo, que man­t�m ver­da­dei­ras pis­ci­nas no te­to, a Sa�­de Mu­ni­ci­pal in­for­mou que o es­pa­ï¿½o � con­si­de­ra­do um pon­to es­tra­t�­gi­co e que � mo­ni­to­ra­do de 15 em 15 dias, quan­do os agen­tes co­lo­cam clo­ro e lar­vi­ci­da na �gua de chu­va acu­mu­la­da.

Em 2015, Be­lo Ho­ri­zon­te re­gis­trou 16.439 ca­sos con­fir­ma­dos de den­gue. Ain­da h� 2.820 ca­sos sus­pei­tos, de 2015 sob in­ves­ti­ga­ï¿½ï¿½o. Em 2016, at� o dia 22, a ca­pi­tal apre­sen­tou 229 ca­sos con­fir­ma­dos de den­gue. H� 2.699 ca­sos no­ti­fi­ca­dos, pen­den­tes de re­sul­ta­dos. Al�m dos 229 con­fir­ma­dos, du­ran­te o ano de 2016, ou­tros 98 no­ti­fi­ca­dos fo­ram in­ves­ti­ga­dos e des­car­ta­dos. A re­gio­nal com o maior n�­me­ro de ca­sos con­fir­ma­dos � o Bar­rei­ro, com 57 ocor­r�n­cias, se­gui­da pe­las re­gio­nais No­roes­te (38) e Nor­te (29).

Água sobre o Mercado Novo: PBH garante que trata o local a cada 15 dias(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
�gua sobre o Mercado Novo: PBH garante que trata o local a cada 15 dias (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

Ain­da de acor­do com a SM­SA, a pre­fei­tu­ra, Coor­de­na­do­ria Mu­ni­ci­pal de De­fe­sa Ci­vil e a C�­ma­ra do Mer­ca­do Imo­bi­li�­rio (CMI)/Sin­di­ca­to das Em­pre­sas do Mer­ca­do Imo­bi­li�­rio de Mi­nas Ge­rais, as­si­na­ram na quin­ta-fei­ra  ter­mo de com­pro­mis­so pa­ra ado­tar a��es de com­ba­te aos fo­cos do Ae­des ae­gyp­ti. “A cam­pa­nha “Sim, n�s te­mos a cha­ve” tem o ob­je­ti­vo de mo­bi­li­zar cor­re­to­res, cap­ta­do­res, ava­lia­do­res, vis­to­ria­do­res e clien­tes que vi­si­tam os im�­veis de­so­cu­pa­dos, pa­ra que ado­tem ati­tu­des sim­ples, mas im­por­tan­tes pa­ra o com­ba­te ao mos­qui­to trans­mis­sor da den­gue, zi­ka e chi­kun­gunya”, afir­mou a SM­SA.

“Du­ran­te as vi­si­tas aos im�­veis, os cor­re­to­res v�o rea­li­zar um che­cklist de acor­do com as es­pe­ci­fi­ci­da­des do lo­cal, co­mo: ve­ri­fi­car se os ra­los es­t�o fe­cha­dos; se as tam­pas dos va­sos sa­ni­t�­rios es­t�o abai­xa­das; se h� acu­mu­lo de �gua em al­gum lo­cal ou in­ser­v�­veis nos quin­tais. Nos ca­sos de im�­veis no­vos e que n�o t�m tam­pa no va­so, os cor­re­to­res v�o dar des­car­ga sem­pre que vi­si­t�-los. As a��es se­r�o pla­ne­ja­das pe­la CMI”, in­for­mou a SM­SA, por meio de no­ta.

Ain­da de acor­do com a se­cre­ta­ria, a Por­ta­ria 007/2007 au­to­ri­za o mu­ni­c�­pio a fa­zer a en­tra­da for­ï¿½a­da em im�­veis, aban­do­na­dos ou n�o, mas es­sa me­di­da so­men­te � exe­cu­ta­da em �l­ti­mo ca­so, quan­do s�o es­go­ta­das to­das as ten­ta­ti­vas pa­ra a vi­si­ta dos agen­tes co­mu­ni­t�­rios de en­de­mias ao im�­vel.

Nes­ses ca­sos, 24 ho­ras ap�s a pu­bli­ca­ï¿½ï¿½o da lis­ta do en­de­re­ï¿½o no Di�­rio Ofi­cial do Mu­ni­c�­pio (DOM), um agen­te vai at� o lo­cal e co­lo­ca uma no­ti­fi­ca­ï¿½ï¿½o no por­t�o, avi­san­do so­bre a di­fi­cul­da­de de en­trar no im�­vel. De­pois, o pro­prie­t�­rio tem mais 24 ho­ras pa­ra en­trar em con­ta­to com a Ge­r�n­cia de Zoo­no­ses pa­ra re­sol­ver o pro­ble­ma. 

 
PALAVRA DE ESPECIALISTA

Erna Kroon, professora do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG

Risco at� na menor fresta

“Certamente, os locais altos tamb�m s�o um risco para a prolifera��o do mosquito Aedes aegypti. Os telhados dos im�veis devem ser drenados. Se s� tiver telha, a �gua escore paraaterra e vai embora. Agora, se tiver algum tipo de conten��o, h� risco, sim. E o problema n�o est� apenas nos tetos e marquises. Nas casas, �s vezes se drena a �gua de tubula��es, mas h� telhas abertas elas tamb�m acumulam �gua. Calhas tamb�m podem ser um criadouro se a �gua n�o for bem drenada. N�o � um trabalho f�cil, pois o mosquito � muito pequeno e entra em pequenas frestas.O drone pode ser um grande aliado nessa guerra contra o mosquito da dengue. Ali�s, acho que vamos precisar de todas as possibilidades pens�veis e impens�veis, pois a luta � dura. Afinal,a gente sabe que at�u ma tampa de refrigerante que acumula �gua pode ser um criadouro.


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