Quem passa todos os dias pela avenida percebe in�meros problemas, especialmente nas cal�adas, que est�o mal acabadas, cheias de buracos e desniveladas, e que d�o uma apar�ncia muito ruim a uma via que deveria ser exemplo de urbaniza��o. Pedestres correm riscos ao evitar os passeios com problemas e ao transitar na beirada das ruas. A empresa, por sua vez, diz que nunca abandonou as obras, que o contrato chegou a ser paralisado pela pr�pria prefeitura em outubro e afirma ter sido informada que a PBH n�o tem mais interesse de que a Cowan conclua as interven��es.
“Essas quest�es de acabamento realmente precisam ser conclu�das. � um final de contrato sobre que a gente vai ter que tomar uma decis�o. Ou a empresa faz ou a gente faz e entra com uma a��o indenizat�ria”, afirma o secret�rio de Obras de Belo Horizonte, Josu� Valad�o. Em julho de 2014, quando a avenida j� estava liberada para o tr�fego em sua nova configura��o, uma das duas al�as do Viaduto Batalha dos Guararapes desabou. A segunda al�a precisou ser demolida, e, desde ent�o, a Cowan continuou o trabalho focada nas quest�es relacionadas �s duas al�as do elevado. Servi�os importantes de acabamento da obra ficaram de lado.
A maioria dos problemas est� nas cal�adas que ficam no sentido Centro da Pedro I, lado que teve a maior quantidade de desapropria��es, e, por isso, precisou de novos passeios. Entre as esta��es do Move Cristiano Guimar�es e Planalto, no Bairro S�o Jo�o Batista, na Regi�o de Venda Nova, h� um peda�o da cal�ada que virou um misto de pedras e terra, que, segundo moradores da regi�o, j� est� desse jeito h� alguns meses. Sem ter como transitar pelo passeio, resta aos moradores usar a sarjeta da rua, onde passam espremidos por carros. A maquiadora Vanessa Carvalho, de 23 anos, pega �nibus todos os dias na Esta��o Planalto do Move e reclama da situa��o, considerada prec�ria. “H� pelo menos quatro meses est� desse jeito. Eu fico pensando como fazem as pessoas que usam cadeira de rodas, idosos e m�es com crian�as de colo. Isso j� deveria ter terminado h� muito tempo. Al�m disso, o risco de acidente � grande ao passarmos pela rua”, afirma.
Um local que carece de acabamento h� mais de um ano � a parte sob o Viaduto Jo�o Samaha, tamb�m no S�o Jo�o Batista. O local recebe tr�nsito intenso de pedestres, mas a cal�ada nunca foi constru�da. A auxiliar administrativa Margareth Santos, de 55, diz que quando chove fica com os p�s cheios de barro. “Isso n�o est� certo. Deveria ser uma coisa benfeita, com grama e cimento para que a gente pudesse caminhar com seguran�a e conforto”, afirma. Os problemas n�o se resumem apenas �s cal�adas. Na entrada da trincheira que d� acesso � Avenida Vilarinho pela Pedro I, o sem�foro est� adaptado por meio de uma gambiarra. Os seis postes que sustentam os sinais est�o escorados em blocos prec�rios de concreto e os fios passam por cima da avenida. A sinaliza��o de tr�nsito nesse ponto ainda persiste com cones e cavaletes de pl�stico, que constantemente s�o atingidos por ve�culos e ficam amassados. Consultada pela reportagem, a BHTrans informou que a sinaliza��o definitiva na regi�o depende, justamente, da conclus�o das obras no local.
O secret�rio de Obras de BH diz que os problemas ser�o resolvidos antes da sa�da do prefeito Marcio Lacerda. “A verdade � que a empresa se desmobilizou depois da queda do viaduto. E a� fica uma s�rie de discuss�es contratuais. O processo foi bastante prejudicado pelo caso do viaduto. Ent�o, realmente � uma coisa que agora precisamos ter uma defini��o”, acrescenta Valad�o. O secret�rio diz ainda que a empresa chegou a fazer algumas adequa��es na Avenida Portugal, mas o ajuste final ficou pendente.
Em nota, a Cowan informou que em nenhum momento se recusou a concluir as obras das avenidas Pedro I e Vilarinho e que o contrato foi paralisado pela PBH em outubro. A empresa diz ainda que, em reuni�o na �ltima segunda-feira, foi informada pela Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) que n�o � mais interesse da administra��o municipal que a Cowan finalize as obras para concluir o contrato.