(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Rep�rteres do EM relatam experi�ncias com carnaval de BH


postado em 10/02/2016 06:00 / atualizado em 11/02/2016 10:53

Multidão de dar orgulho: o Baianas Ozadas, que percorreu o Centro de BH, mais uma vez, impressionou e foi o campeão de público(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Multid�o de dar orgulho: o Baianas Ozadas, que percorreu o Centro de BH, mais uma vez, impressionou e foi o campe�o de p�blico (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O carnaval de Belo Horizonte, que h� muito pouco tempo praticamente n�o existia, se consagrou como uma folia verdadeira, neste ano. Foram milhares e milhares atr�s dos blocos. Calcularam 1,5 milh�o de pessoas nas ruas da capital. Os foli�es se entregaram � maratona e curtiram a festa de Momo com alegria e muita disposi��o. Sa�am de casa pela manh� e s� retornavam quando a noite firmava. A maioria – mineiro ou turista – s� registrou divers�o. Como houve aglomera��o, tamb�m estiveram presentes problemas, como a sujeira, a desorganiza��o do tr�nsito, brigas e assaltos, que podem ser contornados na temporada de 2017. Rep�rteres do Estado de Minas que acompanharam a festa, trabalhando ou n�o, registraram a emo��o do carnaval de BH. Que existe sim, senhor, e tende a se consolidar um pouquinho mais a cada ano.

Que seja sempre assim - Carolina Braga

“Voc� pode at� ter experi�ncias de outros carnavais, em outras cidades. Mas, dificilmente, ter� uma no��o completa do que se passa aqui, se pelo menos um dia n�o experimentar a diversidade que ocupa as ruas de Belo Horizonte nesta �poca do ano. N�o � simples descrever. Nossa cidade reaprendeu a brincar. Descobriu um jeito muito pr�prio de se carnavalizar. Temos marchinhas, jazz, afox�, ax�, rock, funk, pop internacional, brega, sertanejo. Cada bloco tem sua cara. O movimento popular que ganha corpo aqui n�o tem paralelos. � original. � democr�tico. � alegre. � amor. � amizade. Ser� sempre diferente porque as pessoas querem fazer assim. N�o adianta colocar grade, delimitar trajetos, inventar camarotes, estabelecer normas. O povo � que escolhe. Novos blocos surgem renovando votos com irrever�ncia. Quem foi ao Garotas Solteiras, Bei�o do Wando, Angola Janga sabe muito bem o que isso significa. Os veteranos – nem t�o experientes assim – triplicaram de tamanho sem perder a ess�ncia que os fizeram ser quem s�o. O carnaval cresceu. A estrutura oferecida pela cidade n�o acompanhou.

Faltou banheiro, faltou comida, faltou transporte p�blico, faltou organiza��o do tr�nsito. S�o nossos paradoxos. Apesar de todas as lacunas formais, sobrou leveza. Apesar de tanta gente, o clima foi de harmonia. Andamos a p� pelas ruas da cidade como nunca. Visitamos lugares fora de nossas rotas tradicionais. Ouvimos ritmos que n�o frequentam nossos fones. Transgredimos regras, sem perder o respeito. Nos permitimos ser quem n�o imaginamos. Nosso carnaval � assim e que assim para sempre seja.”

Para entrar para a hist�ria - Guilherme Paranaiba

“Percorrer os blocos campe�es de p�blico do carnaval de Belo Horizonte em 2016 me fez ter uma certeza: se em 2015 a folia surpreendeu pelo tamanho e caiu nas gra�as do belo-horizontino, este ano o foli�o mostrou que se acostumou com a farra e n�o vai mais abrir m�o da festa nos pr�ximos anos. � emocionante ver ruas e avenidas do Jaragu�, Taquaril, Floresta, Centro e v�rios outros pontos da cidade repletas de gente, cantando, dan�ando e batucando ao som de marchinhas, ax�, afox�, rock, jazz, e qualquer outro tipo de som.

Mas esse mesmo foli�o que vem consolidando o carnaval de BH quer usufruir de uma estrutura compat�vel com o tamanho da empolga��o e da anima��o dos moradores da cidade e de gente que vem de fora, inclusive, das maiores cidades do Brasil, como o Rio de Janeiro e S�o Paulo. Para isso, precisamos aumentar o di�logo entre blocos e poder p�blico e tomar decis�es que sejam uma escolha certa para consolidar ainda mais essa festa, em assuntos como tr�nsito, percursos de blocos, som, vendedores ambulantes e outros. Em 2016, vi o maior carnaval da hist�ria de Belo Horizonte. Espero poder repetir a avalia��o daqui para frente, mudando apenas a data.”

O melhor aproveitamento - Renan Damasceno

“Se o carnaval’2016 nos deixou algum ensinamento – al�m de ressaca, dor de cabe�a e azia –, foi saber aproveitar melhor os espa�os comuns. Ao chegar � Quarta-feira de Cinzas, a sensa��o de quem participou da festa � de que conseguiu recuperar algum pedacinho daquela cidade que ama, mas que esqueceu de admirar nos outros 360 dias do ano. Afinal, em qual outra data sambamos pela manh� na Rua Guaicurus ou descemos a p� da Pra�a da Liberdade � Pra�a da Esta��o?
Nos �ltimos quatro dias, n�o foi raro ver casais de foli�es descansando o bumbo e o pandeiro no gramado de pra�as, crian�as dan�ando despreocupadas nos blocos matutinos, grupos de amigos sentados em c�rculos na cal�ada ou fam�lias inteiras reunidas em bares ou carnavais de bairro. Lugares que at� pouco tempo muitos desviavam da rota – como a parte de baixo do viaduto de Santa Tereza ou Rua Guaicurus –, receberam foli�es de toda parte da cidade, sem incidentes.
Mais do que um ressurgimento da folia, o morador de Belo Horizonte tem vivido nesses �ltimos anos um redescobrimento da pr�pria cidade. Agora, o desafio � continuar fazendo deste espa�o um lugar melhor para viver. Que o respeito pela diversidade e pelos espa�os p�blicos n�o seja restrito ao carnaval.”

Fantasia para o ano todo - M�rcia Maria Cruz

“Ter�a-feira de Carnaval, depois de ao menos cinco horas embalada pelos ritmos nordestinos puxados pelo bloco Coco da Gente, ainda tenho for�a para a ciranda no entorno da Pra�a do Cardoso, no Bairro Santa Tereza. Todos ali agradeciam a seu modo: as meninas girando as saias de chita, os m�sicos nas batidas ritmadas do tri�ngulo, na caixa, os foli�es nas palmas e na marca��o da dan�a. A cada carnaval, Belo Horizonte � reinventada. Sim, hoje nossa cidade � outra. Sempre penso em BH no feminino. Uma mulher como muitas de n�s que, aos poucos passa a se conhecer, percebe-se linda e baila. Dan�a tanto, que os p�s d�o calo, doem. As pernas ficam bambas, mas n�o para. O carnaval de Belo Horizonte � resultado do sonho de que todos possam ocupar com criatividade pra�as e ruas. Neste ano, apostei nos blocos estreantes, embora n�o tenha abandonado os tradicionais.

Na segunda-feira, escolhi a dedo o figurino para a Corte Devassa, que mostra que a nobreza de sobra ao som dos batuques. Como, �s vezes, a fome aperta, desvie do cortejo em busca de algo. No meio do caminho, a princesa L�ia, Darth Vader, Luke Skywalker e Chewbacca. Estaria eu na Guerra das Estrelas? A julgar pelos sabres de luz e a Marcha Imperial, estava sim. O amigo franc�s que, h� dois anos, elegeu o carnaval de Belo Horizonte o melhor do Brasil n�o para de agradecer ao destino. Fomos atr�s do Unidos da Estrela da Morte.

No domingo, o plano era acompanhar o Alcova Libertina, o que fiz em parte. Em meio ao show, vi as fotos da concentra��o do Angola Janga e parti para a rua Guajajaras com Rua da Bahia. Ao chegar, pinturas tribais, black powers e muitos turbantes, que na cultura negra, s�o coroas. Cristal Lopez abriu ala e botou o bloco na rua. E fez tudo isso com a for�a e a beleza de mulher negra e trans. A evolu��o de nossa Beyonc�, nossa diva e rainha, foi t�o linda que fez dos meus olhos uma cachoeira. O Angola Janga trouxe a corporalidade negra para o Centro. BH era o Curuzu por onde nosso Il� Aiye desfilou.

Antes, pela manh�, um dos momentos mais lindos com o Pena de Pav�o de Krishna. A onda azul em refer�ncia � divindade indiana teve um pequeno contratempo. Foi lindo seguir o bloco pelas ruas do Bairro Jardim Pirineus. O bloco, como tantos outros, segue fiel em propor olhares para regi�es e bairros da cidade, pouco vistos.

Vou aos blocos pr�-carnavalescos, que s�o um esquenta para a festa, mas o meu carnaval s� come�a depois de ouvir a bateria do Ent�o, Brilha.! Atravessar a Guiacurus � como passar por um portal, onde me permito ser tudo Dominatrix, bailarina, indiana. O pirlimpimpim � a purpurina. N�o tem como n�o brilhar. Na sexta-feira, atendi ao chamado do Tchanzinho Zona Norte para desfrutar a cidade.

Mesmo com o carnaval de rua de Belo Horizonte tendo come�ado a renascer em 2009, e estarmos cada vez mais � vontade para ocupar, dan�ar sem preocupa��o ou receio, vai num crescendo de forma que � dif�cil entender que hoje, Quarta-feira de Cinzas, temos que nos recolher. N�o! A fantasia fica em n�s o ano inteiro.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)