A chuva que atingiu Belo Horizonte na tarde desta sexta-feira mostrou que os alagamentos de vias p�blicas na cidade continuam sendo um fantasma a assustar a popula��o. A enxurrada na Rua Diorita, no Bairro Prado, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, que causou na morte de uma mulher �, para especialistas, resultado de gest�o inadequada das �guas urbanas. O problema come�a com a canaliza��o dos rios e c�rregos, se agrava com o ac�mulo de lixo e n�o se resolve devido aos atrasos nas obras que deveriam ser realizadas na regi�o.
O engenheiro civil sanitarista Alexandre Rocha refor�a que os alagamentos resultam da canaliza��o de rios e c�rregos, a falta de impermeabiliza��o do solo decorrente do asfaltamento e das constru��es. Ele lembra que o lixo se acumula em per�odos prolongados de estiagem. “O lixo causa problemas, porque contribui para a diminui��o da capacidade de gest�o das �guas urbanas”, pontua o especialista. Ele lembra que a Rua Jaceguaia � um problema cl�ssico, de pelo menos seis anos, por estar sobre um afluente do Ribeir�o Arrudas que foi confinado numa galeria que diminui sua vaz�o.
Em sua avalia��o, podem ser feitos dois tipos de obras para melhorar a gest�o das �guas urbanas e evitar os alagamentos. Uma delas prev� o aumento da velocidade das �guas. “Para isso, � preciso retirar o lixo para aumentar a calha e a vaz�o ficar maior.” Outra medida seria a constru��o de piscin�es para receber o volume da �gua da chuva, o que aumenta at� em centenas de vezes a capacidade do c�rrego. O especialista ressalta que as obras contribuem, mas a solu��o do problema requer a contribui��o da popula��o na destina��o correta dos rejeitos. Tamb�m � preciso propor medidas que tornem o solo mais perme�vel.
O C�rrego dos Pintos, que passa sob a via, n�o comporta a descarga de �gua de bairros mais altos, como Barroca e Gutierrez, fazendo a �gua subir pelas grelhas do pavimento e atingir quase 2 metros de altura nas �reas mais profundas, como as ruas Ituiutaba e Er�. A interven��o prevista para o local � uma amplia��o da capacidade de capta��o e escoamento, por meio de expans�o e complementa��o das redes de micro e macrodrenagem existentes, ao custo de R$ 15,22 milh�es. A previs�o inicial da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) era de que as obras come�assem no ano passado e termissem no primeiro semestre de 2017.
Em outras partes da cidade, interven��es capazes de sanar problemas hist�ricos n�o t�m previs�o de t�rmino. � o que ocorre nas avenidas Cristiano Machado e Bernardo Vasconcelos, e Avenida Prudente de Morais, entre as ruas Bar�o de Maca�bas e B�rbara Heliodora. A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da assessoria de comunica��o, lamentou a morte e informou que est� apurando as circunst�ncias em que o fato ocorreu. A prefeitura n�o informou em que fase est� o andamento das obras.
