
Al�m de Belo Horizonte, com 13.953 casos prov�veis da doen�a, outras cidades se destacam em n�meros absolutos de ocorr�ncias, como Ibirit� (1.486 casos), Ribeir�o das Neves (923) e Esmeraldas (843). Com as maiores taxas de incid�ncia, que levam em considera��o o volume de registros em rela��o ao tamanho da popula��o, aparece Raposos em primeiro lugar, seguida por Capim Branco, Sarzedo e Esmeraldas (veja mapa). Nestes casos, a metodologia para se chegar � taxa de incid�ncia consistiu em dividir os totais de casos pela popula��o de cada munic�pio e multiplic�-los por 100 mil.
Apesar de o n�mero de casos prov�veis em todo o estado crescer a cada semana, o esfor�o para o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti come�a a dar resultados. Em Raposos, por exemplo, as notifica��es est�o diminuindo, progressivamente, a cada boletim. “Em dezembro e janeiro, tivemos muitos casos, mas os novos dados epidemiol�gicos mostram queda no n�mero de notifica��es”, afirma Alexandre Ant�nio da Silva, coordenador de Zoonoses da Secretaria Municipal de Sa�de. De acordo com os dados da SES-MG, na primeira semana epidemiol�gica, no in�cio de janeiro, foram registrados 106 casos na cidade. Na quinta semana, no inicio deste m�s, foram 14.
Segundo Silva, o n�mero de casos de dengue em Raposos est� caindo em consequ�ncia da for�a-tarefa do Ex�rcito, que passou uma semana no munic�pio no final de janeiro, e tamb�m de uma estrat�gia de bloqueio ao mosquito. Quando o servi�o de epidemiologia da cidade recebe uma notifica��o da doen�a, no dia seguinte, a zoonoses faz um raio de bloqueio de 150 metros a partir da resid�ncia. “Usamos larvicida e a bomba costal que mata o mosquito j� adulto”, explica o especialista.
Popula��o distante
Raposos tem 7.491 im�veis e apenas seis agentes de zoonoses para as a��es em resid�ncias, a cada dois meses. De acordo com Silva, nessas ocasi�es, � colocado larvicida em �reas de risco e os moradores s�o orientados sobre como prosseguir com os cuidados. “Pode ter at� 300 mil agentes, se a popula��o n�o contribuir, n�o adianta. Os focos est�o dentro de casa e � preciso conferir toda semana, mas passamos a cada dois meses. O morador tamb�m precisa fazer sua parte”, insiste Silva. Para ele, o alto �ndice de casos no munic�pio � explicado pelo descompromisso da popula��o. “� a primeira vez que vivemos uma situa��o assim na cidade. Estamos sempre fazendo mutir�o, palestras, visitas �s resid�ncias, mas a grande maioria das pessoas n�o colabora”, lamenta.
Prolifera��o al�m das resid�ncias
O problema da dengue ultrapassa os muros das casas. Nas ruas de Raposos, a situa��o ainda � grave. Enquanto parte dos moradores se preocupa com o lixo dom�stico e o pendura em ganchinhos nos muros de suas resid�ncias, impedindo que animais espalhem sujeira, outros usam de maneira irregular as lixeiras comunit�rias da cidade. Ao lado da quadra de esportes �lcio Casillas, no Centro, uma esp�cie de lix�o a c�u aberto preocupa. A aposentada Edna Bas�lio, que j� teve dengue, vive a poucos metros do espa�o e reclama da situa��o. H� 20 dias, ela gravou um v�deo que mostra o descaso no mesmo local. “A lixeira foi colocada aqui h� pouco tempo e j� est� quebrada”, afirma.
Segundo Alexandre Ant�nio da Silva, coordenador de Zoonoses da Secretaria Municipal de Sa�de de Raposos, h� casos de descuido e desrespeito, como o de uma quadra, no Bairro Bela Vista, que acumulava muito lixo e foi limpa pela prefeitura. “Dias depois, j� estava cheia de entulho de novo”, lamenta o coordenador. O propriet�rio foi notificado e dever� cercar a �rea.
O montador Renee Heleno de Carvalho, uma das lideran�as comunit�rias do Bairro Vila Vit�ria, onde h� dep�sito de lixo na rua, explica que, como o acesso de caminh�es a algumas vias � dif�cil, a prefeitura instalou lixeiras em alguns pontos, mas a quantidade de lixo extrapola o limite dos reservat�rios, virando criadouro para o Aedes aegypti. Ele tamb�m teve dengue e se recuperou h� menos de um m�s. “N�s fazemos mutir�o de 15 em 15 dias, aos domingos, para recolher o lixo, mas a iniciativa tem que ser na cidade toda.” Mesmo com a a��o dos moradores, o que se v� ao lado da quadra do bairro � lixo acumulado e v�rios criadouros de dengue.
MINAS O n�mero de munic�pios mineiros com epidemia de dengue subiu de 104, na �ltima semana, para 143, de acordo com o �ltimo boletim epidemiol�gico da Secretaria Estadual de Sa�de (SES-MG). Dos 853 munic�pios mineiros, 16,7% t�m alta taxa de incid�ncia de dengue, acima de 300 casos por 100 mil habitantes, o que configura uma epidemia. Outros 13,2% t�m incid�ncia m�dia, de 101 at� 300 casos por 100 mil habitantes. J� 40,3% registram incid�ncia baixa de dengue, de at� 100 casos por 100 mil habitantes e 29,6% das cidades est�o no que a secretaria estadual chama de munic�pio silencioso, aqueles sem casos notificados no sistema. As regionais de Sete Lagoas, Ituiutaba, Belo Horizonte, Coronel Fabriciano, Leopoldina e Ub� s�o as mais preocupantes, por estarem com alta incid�ncia de dengue.
LEITURISTAS NO COMBATE A luta contra o Aedes aegypti ganhou novos aliados. Nos pr�ximos dias, mais de 1.600 leituristas que prestam servi�o � Cemig v�o atuar de forma simult�nea � sua atividade, nos 774 munic�pios atendidos pela companhia, com objetivo de identificar os focos de prolifera��o do mosquito. Ao entrar na resid�ncia para fazer a leitura do padr�o, o profissional ter� a possibilidade de identificar poss�veis criadouros e fazer a comunica��o eletr�nica, por meio de um c�digo espec�fico no aparelho microcoletor de dados (PDA), que ser� enviada diretamente � Secretaria Estadual de Sa�de (SES-MG).
