
A preocupa��o com o zika v�rus est� associada ao alarme provocado pela dengue na cidade. Em todo o ano passado foram 2.126 casos notificados, com 978 confirmados e 970 descartados. Permanecem em investiga��o 176 relativos a 2015. Mas, s� em 2016, j� s�o 2.329 notifica��es, 9% a mais que o total de 2015, antes mesmo do fim do segundo m�s do ano e ainda restando cerca de dois meses para o fim do per�odo chuvoso. De janeiro at� ontem, foram 161 diagn�sticos confirmados, com 2.071 ainda sob investiga��o. Duas pessoas morreram com sintomas este ano, mas a rela��o com a dengue ainda n�o foi confirmada oficialmente pela prefeitura. N�o foram registrados �bitos em 2015. “No caso da dengue, temos alta circula��o e transmiss�o do v�rus e por isso estamos intensificando as a��es de combate ao mosquito. J� estamos trabalhando em um decreto de emerg�ncia, que vai ser publicado nos pr�ximos dias, e vai nos permitir intensificar ainda mais o trabalho”, afirma a coordenadora municipal de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de, Bianca Santana Dutra.
Em meio � explos�o de casos que lotam unidades de atendimento, tomou posse ontem o novo secret�rio municipal de Sa�de, Roney Nazareth Gott. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, a troca de comando ocorreu por quest�es n�o relacionadas ao mosquito. Uma das a��es estudadas pela nova gest�o, segundo Bianca Dutra, � a amplia��o dos hor�rios de atendimento de parte das 47 equipes da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia (ESF), que atualmente visitam as casas das 7h �s 17h e passar�o a trabalhar at� as 21h. “Ainda estamos analisando quando e como isso ser� feito, mas � uma das alternativas”, acrescenta Bianca. O objetivo � evitar que moradores lotem a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), indicada para casos de maior complexidade. Com exce��o dos sintomas de maior gravidade, como sangramentos e febre muito alta, a dengue deve ser tratada na aten��o prim�ria, nos centros de sa�de e por acompanhamento das equipes de ESF. Na primeira semana do ano houve 51 notifica��es de casos suspeitos na UPA. Na sexta semana, �ltima como dado dispon�vel, o n�mero subiu para 238.
Depois de enfrentar duas vezes sintomas da dengue, em 2012 e 2013, no carnaval deste ano a captadora de recursos da Associa��o de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sete Lagoas, Denize Elizabeth Carvalho, de 50 anos, tem certeza de que pegou zika v�rus. Ela teve pouca febre e ficou com o corpo cheio de manchas vermelhas, tendo muita coceira e dor articular, mas sem sentir a fraqueza natural da dengue. “N�o consegui o diagn�stico cl�nico, porque cheguei � UPA e havia mais de 30 pessoas na minha frente. Eu me hidratei bastante e melhorei depois de uma semana”, contou. Na Apae, pelo menos outras tr�s pessoas tiveram licen�a este ano, com sintomas de doen�as transmitidas pelo mosquito. Denize. Ela acredita que possa ter sido infectada na regi�o onde trabalha, no Bairro Esperan�a. A �rea est� repleta de lotes vagos, com muitos materiais que podem acumular �gua. No bairro vizinho de Interlagos, a prefeitura tem encontrado a maior quantidade de focos.
Ontem, o Ex�rcito Brasileiro concluiu, em conjunto com funcion�rios da prefeitura, o recolhimento de cerca de 3,4 mil pneus na cidade, muitos encontrados com �gua e larvas do mosquito, segundo Nivaldo Santos, funcion�rio do Minist�rio da Sa�de cedido � prefeitura. O material foi levado para o aterro sanit�rio de Sete Lagoas e ser� reciclado em Belo Horizonte. “De 15 a 18 de fevereiro, tivemos 83 pessoas, entre militares e funcion�rios municipais, trabalhando nessa retirada. � uma a��o que d� resultado, j� que o pneu � um dos focos preferidos do mosquito”, afirma Nivaldo. No s�bado passado, o mutir�o contou com 600 pessoas, sendo 231 agentes de sa�de e 370 militares, visitando 27 dos 134 bairros. A prefeitura diz ter intensificado os mutir�es de limpeza, o trabalho rotineiro dos agentes de endemias e as aplica��es de inseticidas com bombas costais em �reas com mais casos notificados.