
Neste ano, o parque completa 45 anos de exist�ncia e de rompimento com esse passado de degrada��o. Foi em 1971, que o ent�o dep�sito de lixo foi transformado em �rea verde, destinada � produ��o de mudas de pau-ferro, quaresmeiras, sibipirunas, magn�lias, ip�s e outras esp�cies que hoje se tornaram �rvores distribu�das por toda a cidade. A produ��o chegou a um milh�o de exemplares por ano, at� o local tornar-se jardim bot�nico, tamb�m destinado � pesquisa. Foi em 1998 que a reserva ecol�gica abriu suas portas � comunidade. E hoje � um dos lugares de inspira��o, lazer, pr�tica de esporte e de contato com a natureza mais importantes de BH.
Mas alcan�ar esse est�gio n�o foi um processo f�cil. Moradores que vivenciaram o fechamento do lix�o contam que chegar a esses 45 anos � motivo de vit�ria. Um deles, o aposentado Ant�nio Tiago dos Reis, de 71 anos, lembra dos v�rios protestos e abaixo-assinados para que o dep�sito fosse desativado. “Foi muito dif�cil, porque ao mesmo tempo que a popula��o queria o encerramento das atividades, houve pessoas que mantiveram resist�ncia porque viviam da cata��o de materiais no lixo. “Cheguei em 1964, quando constru� bem em frente ao terreno. O cheiro era insuport�vel e as moscas tomavam conta de tudo em casa. Foi preciso muita luta, at� conseguirmos”, lembra.

De l� pra c�, n�o s� vizinhos comemoraram a mudan�a. Moradores da Regi�o Oeste, de toda Belo Horizonte e at� de cidades vizinhas da regi�o metropolitana visitam o Parque Jacques Cousteau para aproveitar as tantas op��es de lazer. S�o cinco trilhas para passeios, parquinho infantil, pista de caminhada, academia a c�u aberto, aulas de gin�stica e de alongamento destinadas � comunidade.
O espa�o tem ainda �reas de contempla��o da natureza e � cortado por um c�rrego, o Bonsucesso. Tem tamb�m esp�cies nativas do cerrado, de quando era uma fazenda, antes de ter sido vendido � Prefeitura de Belo Horizonte. Nos �ltimos tempos, a �rea ganhou ainda mais visitantes depois de abrir espa�o para a comemora��o de anivers�rios e realiza��o de piqueniques, visitas guiadas de escolas, al�m de eventos.
A chefe do Departamento Sudoeste da Funda��o de Parques Municipais, Edanise Reis, que � respons�vel pelo Jacques e outras �reas verdes de BH, explica a transforma��o ocorrida com esse novo uso. “Todo fim de semana o parque fica lotado. As pessoas est�o cada vez vindo mais e ficam encantadas quando chegam aqui, porque realmente o parque est� lindo. Tem muitas �reas com sombra, espa�os favor�veis � atividade f�sica, recantos para as fam�lias aproveitarem e ainda jardins lindos para serem admirados”, afirma Edanise.
Ela lembra ainda que todo aniversariante que comemora a data no Jacques Cousteau planta uma �rvore numa �rea que foi batizada de bosque dos aniversariantes. “Com isso, as pessoas criam um v�nculo com o lugar e querem cada vez mais visitar e cuidar do parque”, diz. Segundo Edanise, podem ser feitas at� seis reservas por fim de semana e j� h� data marcada para as festinhas at� em outubro.

E basta dar uma volta no parque para entender. Entre os funcion�rios est� a alegria de trabalhar em um lugar t�o agrad�vel. Em meio aos visitantes, ficam os elogios. “A gente cuida de tudo com muito amor. A cidade precisa de mais espa�os assim”, afirma o funcion�rio em servi�os gerais Maur�cio Ant�nio Augusto, de 57 anos, que h� pouco mais de um ano trabalha no Jacques Cousteau.
J� a estudante de medicina Bianca Fran�a, de 38 anos, n�o economiza. “Eu poderia ficar falando deste parque o dia inteiro, porque ele � muito bem cuidado, acolhedor e agrad�vel. Quando estava estudando para medicina, vinha para c� e adorava o sil�ncio. Mudei-me de BH, mas sempre que venho para c�, aproveito para passear aqui com meu filho Benjamim”, contou Bianca.

LINHA DO TEMPO
Veja a cronologia da cria��o do Parque Municipal Jacques Costeau
1949A Prefeitura de Belo Horizonte compra um terreno de 468,5 mil metros quadrados em uma �rea chamada de V�rzea do Felic�ssimo, hoje conhecida como Bairro Bet�nia.
1951
O local passa a funcionar como um dep�sito de lixo, como produtos aliment�cios estragados, ferro-velho, cacos de vidro, lixo hospitalar, cavalos e outros animais mortos, al�m de diversos materiais que ofereciam risco de contamina��o
Entre 1955 e 1958
A V�rzea do Felic�ssimo recebia mais da metade de todo o lixo da cidade.
1971
Foi determinado o fim do dep�sito de lixo no local, por meio do Decreto Municipal 2.065, que criou o Parque Municipal da Vila Bet�nia (chamado hoje de Parque Municipal Jacques Cousteau). Na ocasi�o, o lugar funcionou como Horto da Bet�nia e era destinado � produ��o de mudas para toda a cidade.
1977
O horto foi transformado em uma reserva biol�gica.
1991
O espa�o foi transformado em Jardim Bot�nico, onde foram mantidas as fun��es do horto de produ��o de mudas arb�reas e ornamentais.
1998
O parque recebeu o nome de Jacques Cousteau, em homenagem ao franc�s Jacques-Yves Cousteau, cientista preocupado com a preserva��o da diversidade biol�gica, que dedicou parte de seus estudos � Amaz�nia.
1999
Mesmo sem inaugura��o oficial, o parque foi implantado e aberto � comunidade. Atualmente, o espa�o tem uma �rea de 335 mil metros quadrados.
Fonte: Funda��o de Parques Municipais