
Os motociclistas que circulam pelas ruas de Belo Horizonte j� respondem por 60% dos feridos em acidentes de tr�nsito internados pela rede do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Em 2010, eram 2.111 feridos motociclistas entre 4.342 internados por acidentes, chegando a 49% do total, e, no ano passado, pela primeira vez, a quantidade chegou a 60%, com 4.260 dos 7.138 atendimentos. Ou seja, de cada cinco pessoas levadas para atendimento, tr�s estavam sobre duas rodas. A imprud�ncia de muitos desses condutores, que trafegam acima da velocidade permitida, por corredores apertados entre carros e caminh�es e usando canteiros para fazer retornos proibidos, � parte da explica��o para o aumento da viol�ncia nesse segmento, como mostra a reportagem do Estado de Minas.
Ontem, no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte, que � a via mais perigosa da capital, muitos motociclistas aceleraram entre as fileiras de carretas e �nibus, mesmo com o asfalto ainda estando molhado pela chuva que caiu � tarde. Com um radar m�vel, a reportagem registrou em 10 minutos pelo menos 20 motociclistas acelerando acima dos 100km/h, sendo que o limite tolerado para a via � de 70km/h no trecho do Bairro Novo S�o Francisco, na Regi�o Noroeste de BH. Uma das motos chegou a atingir 110km/h, velocidade 57% superior ao limite. E esses comportamentos n�o s�o as �nicas imprud�ncias flagradas. Em v�rios trechos, os condutores sobre duas rodas sobem nos canteiros de separa��o para passar da pista expressa para a pista local e at� mesmo para fazer retorno proibido de um sentido para outro da pista expressa.
De acordo com o presidente do Sindimotocicli-MG, Rog�rio dos Santos Lara, a maioria dos acidentados n�o s�o entregadores profissionais. “Muitas pessoas est�o andando de moto, mas poucos dos que se acidentam s�o trabalhadores. Quem eleva os acidentes � quem compra na concession�ria, muitas vezes sem habilita��o, e anda por a� fazendo barbaridades”, afirma. De acordo com o presidente da entidade de classe, os erros mais comuns dos motociclistas inexperientes s�o a falta de no��o de espa�o e tempo para as respostas do ve�culo em tr�nsito. “Esses motociclistas ultrapassam carros de forma imprudente, entram em espa�os sem saber se conseguem passar e excedem a velocidade permitida. Isso tudo, os profissionais antecipam e sabem o que ocorre, sabem que n�o t�m vis�o. A gente aprende, porque nosso neg�cio � ficar vivo no tr�nsito”, diz Lara.
CONSCIENTIZA��O Segundo o comandante do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito (BPTran) da Pol�cia Militar, tenente-coronel Gl�ucio Porto Alves, a necessidade de ter um transporte mais r�pido e acess�vel fez com que os n�meros de ve�culos aumentassem muito na capital, sobretudo com o acr�scimo do tr�fego proveniente da Grande BH. “Indubitavelmente, temos um p�blico flutuante muito grande na capital, e essa quantidade que aumenta ingressa em nossas vias, que s�o as mesmas de sempre e j� n�o comportam essa quantidade crescente de ve�culos”, avalia.
Os comportamentos mais comuns que levam a acidentes, de acordo com o militar, s�o a ocupa��o inadequada das faixas de circula��o e o excesso de velocidade, mas tamb�m colaboram o estado ruim da sinaliza��o das vias e o desconhecimento das normas de tr�nsito. “A educa��o � a principal arma para combater esses comportamentos que levam a acidentes. A pol�cia tem feito campanhas educativas, temos a Transitol�ndia, que � um espa�o para a educa��o das crian�as de 4 a 12 anos, distribu�mos f�lderes e fazemos campanhas tamb�m pelas redes sociais”, afirma o tenente-coronel Lara.