
O neurologista Osvaldo Bramussi Pires, professor da Faculdade Ipemed de Ci�ncias M�dicas, que tem atua��o na rede p�blica e privada, conta que o clima � de incerteza entre m�dicos que enfrentam o problema na linha de frente, e reconhece que diagnosticar as novas doen�as transmitidas pelo mosquito � um desafio. A aus�ncia de dados confi�veis sobre o zika v�rus incomoda. “Quando n�o h� certeza (do diagn�stico), temos que pecar pelo excesso, investigar mais e deixar a pessoa mais pr�xima, mesmo que n�o seja internada, para definir qual � o quadro”, lembra. No caso da dengue, ele garante que outros fatores, como a identifica��o de plaquetas mais baixas em um exame de sangue, auxiliam nos resultados, e que o mesmo n�o ocorre com a zika. “Na zika n�o temos um fator cl�ssico que facilite o diagn�stico”, afirma.
Diretor do Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sindmed-MG) e m�dico de Fam�lia e Comunidade da Prefeitura de BH, Artur Oliveira afirma que, diante de uma epidemia j� esperada todos os anos, os servi�os de sa�de, de modo geral, se preparam nos �ltimos instantes. Segundo ele, que atua no Centro de Sa�de Marco Ant�nio de Menezes, no Horto, a situa��o registrada neste ano tem sido mais complicada, porque muitos pacientes apresentam quadro agravado em fun��o da repeti��o da doen�a. “Quando o paciente tem a doen�a repetidas vezes, a tend�ncia � de que tenha quadros cada vez mais graves, devido a rea��es imunol�gicas do corpo”, diz.
Outro desafio, segundo ele, � o volume de pacientes que necessitam de aten��o r�pida por suspeita de dengue, o que acaba colocando o atendimento a doentes com outros quadros e enfermidades “em segundo plano”. A similaridade dos sintomas da dengue com os de outras doen�as � algo que ainda confunde os m�dicos. “A pessoa pode chegar com febre e em dois dias aquilo evoluir para uma faringite, mas ficamos sem poder descartar a dengue no in�cio”, diz.
PRESS�O A nova rotina imposta pela dengue aos hospitais tamb�m tem seus desafios na rede privada. Segundo a m�dica Cristiana Savoi, uma das coordenadoras da cl�nica m�dica da rede Mater Dei de sa�de, o salto no n�mero de atendimentos e a aten��o para que outros casos n�o sejam diagnosticados como dengue s�o a maior preocupa��o neste momento de epidemia. “O pronto-socorro � a porta de entrada do servi�o de urg�ncia e o maior desafio, diante de um grande volume de pessoas, � saber discernir o paciente que vai para casa daquele que vai precisar de investiga��o imediata”, conta ela, refor�ando a necessidade de um diagnostico diferencial para doen�as que exigem manejo diferente
Atualmente, a rede recebe um volume de pacientes a serem atendidos, retornos que precisam ser acompanhados e pessoas preocupadas em descartar o diagn�stico de dengue, que lotam o atendimento, fazendo aumentar a espera. A orienta��o para os doentes com sintomas iniciais como febre, dor de cabe�a e dor no corpo � observar por 48 horas, em repouso e com muita hidrata��o, a evolu��o dos sintomas. A m�dica lembra que entre os grupos de risco est�o pacientes com outras doen�as associadas, gr�vidas e crian�as menores de 2 anos.