Entre os munic�pios brasileiros com maiores incid�ncias acumuladas por estrato populacional destacam-se duas cidades mineiras da Regi�o do Rio Doce: Campan�rio, com 6.214,8 casos por 100 mil habitantes e Coronel Fabriciano com 1.617,5 casos por 100 mil habitantes. O primeiro lidera o n�mero de casos entre os munic�pios com menos de 100 mil habitantes e o segundo, na faixa entre 100 e 499 mil habitantes. O Minist�rio calcula a incid�ncia nos munic�pios ainda nas faixas de 500 a 999 mil habitantes e acima de um milh�o de habitantes. A capital mineira est� no topo dessa �ltima faixa, com incid�ncia 431,1 casos por 100 mil habitantes.
Coronel Fabriciano vive sua terceira grande epidemia, segundo a diretora de Vigil�ncia em Sa�de da Secretaria Municipal de Sa�de de Coronel Fabriciano, Amanda Lacerda. As �ltimas foram registradas em 2009 e em 2013. Neste ano, al�m das confirma��es para dengue, quatro gr�vidas tiveram resultado positivo para zika, al�m de um paciente n�o identificado. Entre as causas para a epidemia, ela destaca a combina��o de chuva e calor e a dificuldade da popula��o em cumprir o seu papel, fiscalizando suas pr�prias resid�ncias e eliminando criadouros do mosquito.
A situa��o epidemiol�gica do munic�pio, segundo a diretora, � acompanha desde o in�cio do ver�o, per�odo em que h� aumento significativo dos casos e os profissionais da assist�ncia s�o acionados, para que todas as notifica��es sejam feitas e nenhuma informa��o fique escondida. O resultado do grande n�mero de notifica��es tem sido encaminhamentos mais r�pidos. “Montamos nossa unidade de hidrata��o no in�cio de fevereiro, estamos com o carro fumac� e come�amos a notar queda das notifica��es nesses bairros”, conta. Outro avan�o � a resposta r�pida para exames de sorologia de dengue e para isolamento viral, que detecta infec��o por zika v�rus.
O m�dico infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Una� Tupinamb�s explica que a explos�o de casos j� era esperada para este ano. Um montante menor de casos de dengue no ano passado e o fim da estiagem seriam as causas. “O n�mero de pessoas suscet�veis a ter dengue foi maior este ano porque n�o tivemos epidemia ano passado”, diz. “As pessoas que tiveram dengue 1 este ano, n�o ser�o contaminadas pelo mesmo v�rus no ano que vem”, esclarece. O pico da doen�a, no entanto, � aguardado para mar�o e abril, �poca das chuvas intensas e aumento dos criadouros. O al�vio, vem no fim de abril ou meados de maio, junto com a chegada do outono. “O mosquito n�o gosta de seca e frio”, comenta.
Procurada, a SES-MG informou que v�rios fatores influenciam neste resultado, como �ndice de chuvas, popula��o suscet�vel, desastres naturais, baixo envolvimento da popula��o na rotina de vistorias, al�m de outros fatores. Para o ano de 2016, o or�amento aprovado para as a��es que envolvem vigil�ncia epidemiol�gica e ambiental soma R$ 82 milh�es.
Registros de zika tamb�m disparam
Boletim epidemiol�gico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) mostra disparada ainda maior nos casos de dengue. Nos dois primeiros meses do ano, s�o 124.729 casos prov�veis de dengue em Minas Gerais.
Em janeiro, foram 63.889 e em fevereiro, 60.840 casos. Treze �bitos foram confirmados pela SES-MG. Cinco deles em Juiz de Fora, quatro em Belo Horizonte, al�m de um �bito em Divin�polis, um em Bicas, um em Espera Feliz e outro em Patroc�nio.
A Secretaria Municipal de Sa�de de Juiz de Fora, no entanto, confirmou, na ter�a-feira, a oitava morte por causa da doen�a neste ano. No total, 38 �bitos suspeitos de dengue s�o investigados em Minas.
Outra preocupa��o � o avan�o dos casos de zika em investiga��o, que passaram de 303 para 755 em uma semana. O n�mero de gestantes com doen�a aguda pelo zika saltou de 14 na �ltima semana para 30.
Enquanto isso...morte � investigada
Wesley Gomes Martins, de 31 anos, pode ter sido a primeira pessoa a morrer de dengue neste ano em Contagem. Segundo post no Facebook, ele morreu na sexta-feira, ap�s passar pela Unidade de Pronto Atendimento Juscelino Kubitschek (UPA JK). A Secretaria Municipal de Sa�de (SMS) de Contagem confirmou que ele deu entrada na UPA JK, �s 23h de quinta-feira, com febre e dor no corpo e nas costas, recebeu hidrata��o e analgesia e permaneceu em observa��o at� a manh� seguinte, quando deixou a UPA, contra a orienta��o do m�dico. Ele foi para a UPA Centro-Sul, em BH, onde deu entrada com suspeita de dengue e leptospirose, e terminou morrendo.