Testes cl�nicos em BH da vacina antidengue come�a em dois meses

Integrante da lista de 13 cidades no Brasil que v�o testar a efic�cia da vacina contra a dengue, Belo Horizonte tem previs�o de come�ar a fase 3 dos testes cl�nicos em dois meses. Na capital mineira, o processo coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai envolver cerca de 1.200 volunt�rios, que ser�o atendidos em um �nico posto de sa�de, j� definido, mas ainda n�o divulgado. Ao todo, 14 centros de pesquisas biom�dicas foram credenciados pelo Instituto Butantan para os testes, que envolver�o 17 mil participantes em todo o Brasil. A vacina, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, tem potencial para proteger contra os quatro tipos de v�rus da dengue com uma �nica dose, de acordo com os pesquisadores. Ao todo, a vacina j� foi testada em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes cl�nicos, realizada nos EUA pelo NIH, e 300 na segunda etapa, no Brasil. Os resultados da pesquisa dependem de como ser� a circula��o do v�rus, mas o Butantan acredita ser poss�vel ter a vacina dispon�vel para registro at� 2018.

Os testes da fase 3 j� come�aram em apenas um centro de pesquisas do pa�s. Em 22 de fevereiro, os estudos se iniciaram com 1,2 mil participantes no Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP. A Santa Casa de Miseric�rdia de S�o Paulo tamb�m foi credenciada no estado, �nico a ter duas unidades cadastradas nessa etapa. A vacina que est� sendo testada � produzida com v�rus vivos, mas geneticamente enfraquecidos. Segundo o instituto, a resposta imunol�gica do corpo tende a ser mais forte com microrganismos vivos, mas, como eles est�o enfraquecidos, n�o t�m potencial para provocar a doen�a. “Todos os estudos at� aqui apontam que a vacina � segura e que ela estimula o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro v�rus da dengue. Os brasileiros est�o sensibilizados quanto ao tema e acreditamos que isso far� com que os ensaios cl�nicos tenham boa ades�o”, explicou o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, em nota.

Um dos pesquisadores envolvidos nos estudos em BH, o professor Mauro Martins Teixeira, do Departamento de Bioqu�mica e Imunologia do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, informou que o in�cio dos testes na capital ainda depende da chegada de insumos, de recursos financeiros e do treinamento das equipes. Ele afirmou ainda que a decis�o de come�ar no prazo de aproximadamente dois meses leva em considera��o o elevado n�mero de atendimentos para casos de dengue nas unidades de sa�de. “Estamos no meio de uma epidemia de dengue muito grave, uma das maiores que a cidade j� teve. � arriscado come�ar a vacina��o no meio da epidemia. � melhor esperar, at� por uma quest�o de infraestrutura, j� que os postos de sa�de est�o muito cheios para dar conta de um novo protocolo”, disse.
O pesquisador � enf�tico ao esclarecer que as cidades escolhidas pelo Butantan “n�o ter�o uma campanha de vacina��o”. “Os volunt�rios v�o participar do chamado ‘teste de candidato vacinal’ para avalia��o da efic�cia da vacina. Ent�o, n�o adianta superlotar o centro de sa�de em busca da vacina. Se ela funcionar, ser� acrescentada � rotina da rede p�blica. Mas ainda s�o testes que fazem parte de qualquer processo normal de desenvolvimento de produtos na �rea biol�gica”, disse.

No caso de S�o Paulo, os volunt�rios do Hospital das Cl�nicas entraram em contato diretamente com a unidade ou deixaram seus dados no Servi�o de Atendimento ao Cidad�o do Butantan. Eles t�m entre 2 e 59 anos de idade, que � a faixa et�ria indicada para os testes. Os participantes ser�o acompanhados por um per�odo de cinco anos, para verificar a dura��o da prote��o oferecida pela vacina. O acompanhamento ser� feito por meio de visitas programadas para coleta de amostras, al�m de contatos telef�nicos e mensagens por celular.

O Instituto Butantan n�o confirmou o in�cio dos testes em Belo Horizonte. Apenas informou que o cronograma da vacina��o nos demais 12 centros dever� ser divulgado em breve. A pesquisa tamb�m ser� conduzida em Manaus (AM), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Aracaju (SE), Recife (PE), Fortaleza (CE), Bras�lia (DF), Cuiab� (MT), Campo Grande (MS), S�o Jos� do Rio Preto (SP) e Porto Alegre (RS), al�m de S�o Paulo. De acordo com o pesquisador Mauro Teixeira, o cronograma geral de testes est� dentro de um prazo esperado. A Secretaria de Sa�de de BH informou que n�o foi comunicada oficialmente sobre o in�cio dos testes.

METODOLOGIA Nesta �ltima etapa da pesquisa, os estudos visam a comprovar a efic�cia da vacina. Do total de volunt�rios, dois ter�os receber�o a vacina e um ter�o receber� placebo, uma subst�ncia sem os v�rus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe m�dica nem o participante saber� se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo � descobrir, mais � frente, a partir de exames coletados dos volunt�rios, se quem tomou a vacina ficou mais protegido do que os que tomaram o placebo. A estimativa do instituto � que todos os participantes estejam vacinados dentro de um ano.

Servi�o

Interessados em participar dos testes em todo o pa�s podem procurar o SAC do Instituto Butantan pelo e-mail [email protected].


Na ponta da agulha

N�meros e caracter�sticas da vacina contra a dengue

14  - centros de pesquisas biom�dicas foram credenciados pelo Butantan para a realiza��o dos testes da vacina de dengue

17 mil - volunt�rios de todo o Brasil v�o participar da terceira fase dos testes cl�nicos, que teve in�cio em 22 de fevereiro, com 1,2 mil volunt�rios recrutados pelo Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina da USP

2 a 59 anos  - � a faixa et�ria das pessoas que podem se candidatar para participar dos testes

 
900 - pessoas, ao todo, j� foram vacinadas nas duas primeiras fases de testes cl�nicos: 600 na primeira etapa, realizada nos EUA, e 300 na segunda, realizada na cidade de S�o Paulo pela Faculdade de Medicina da USP, parceira do Butantan.

A VACINA - O imunizante (foto) tem potencial para proteger contra os quatro v�rus da dengue com uma �nica dose e � produzido com v�rus vivos, geneticamente enfraquecidos. Com essa t�cnica, a resposta imunol�gica tende a ser mais forte. O produto foi desenvolvido em parceria com o National Institutes of Health, nos Estados Unidos.

 

 

Fonte: Instituto Butantan