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Estado de Minas

V�deo in�dito mostra desespero durante rompimento de barragem em Mariana

Imagens mostram um grupo de pessoas que estava h� metros de dist�ncia da avalanche de lama que destruiu comunidades na Regi�o Central de Minas


postado em 18/03/2016 09:53 / atualizado em 18/03/2016 11:50


“Vamos sair daqui, gente”. “Gente, tem que avisar o pessoal de Bento”. “Mas, como que avisa?”. “Nossa...”. O desespero est� nos gritos de ao menos tr�s pessoas que estavam pr�ximas a Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Regi�o Central de Minas Gerais – devastado pela lama de rejeitos que desceu da barragem do Fund�o, em 5 de novembro. Em um v�deo in�dito postado por um ex-funcion�rio terceirizado da Samarco, � poss�vel ver a for�a da avalanche marrom que desceu montanhas, atingindo e destruindo comunidades e o que mais estava � frente.

Nas imagens, mesmo com a c�mera pr�xima do rosto, � dif�cil ouvir a voz do analista ambiental Pedro Paulo Barbalho, de 32 anos, por causa do contraste com o som alto do rio de rejeitos de minera��o. O v�deo foi feito por pessoas que estavam em uma estrada perto de um barrac�o e pequenas casas. O grupo mostra preocupa��o com moradores de Bento Rodrigues, pr�ximo ao local.

O analista ambiental se aproxima de um barranco de onde � poss�vel ver a lama de rejeitos descendo em alta velocidade. A avalanche marrom provoca um barulho ensurdecedor que aumenta a cada segundo. Em alguns momentos, � poss�vel ver ru�dos semelhantes a trov�es, o que leva a crer ser algum objeto sendo destru�do.

Quando o rio come�a a se aproximar de uma pequena casa ao fundo da imagem, o desespero do grupo come�a. A testemunha que faz o v�deo, desorientada, come�a a correr e entra em uma casa para pegar uma mochila, onde estavam um notebook e um HD. Rapidamente ele sai e volta a seencontrar com o restante das pessoas. Juntas, elas come�am a subir um barranco para ficar em um ponto mais alto. No trajeto, � poss�vel ver dois carros da mineradora Samarco, parados na estrada.

O grupo fica por alguns segundos olhando a destrui��o causada pela avalanche. Depois, temendo o perigo, volta a seguir para um ponto mais alto. De l�, � poss�vel ter no��o da for�a da avalanche. Uma n�voa vermelha paira no ar. Ao fundo, a avalanche fica cada vez mais larga e densa.

O analista ambiental trabalhava na regi�o desde 2013. No momento do rompimento, estava na entrada de Bento Rodrigues. “Aquela fazenda ficava na entrada da comunidade. Fomos avisados da situa��o pelo r�dio. Minha equipe � muito experiente e, por isso, sab�amos para onde correr no momento de emerg�ncia”, contou Pedro Paulo. “Somos experientes at� aparecer uma coisa nova. Barragem de dois em dois anos tem rompimento no Brasil, mas n�o desta magnitude. Quando nos avisaram, n�o acreditei que iria descer aquela lama toda”.

Depois de subir a montanha, a equipe de Pedro Paulo conseguiu encontrar a estrada que liga Mariana a Bento Rodrigues. O trajeto teve que ser feito todo a p� at� conseguir uma carona. “Aquelas caminhonetes sumiram e ningu�m achou elas”, contou.

O tempo em que trabalhou em Mariana fez o analista ambiental ter contato quase que di�rio com os moradores de Bento Rodrigues. Por isso, a tristeza � incontrol�vel. “Almo�ava em Bento, conhecia as pessoas. Apesar de n�o conhecer as pessoas que faleceram, sempre encontrava com elas. Os trabalhadores que perderam a vida almo�avam com a gente, n�o na mesma mesa, mas sempre nos cumprimentavam”, disse.


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