Dep�sito de carros do Deoesp no Bairro Gameleira � risco de prolifera��o do Aedes aegypti

Mato alto, carros abandonados e expostos ao tempo preocupam moradores da Rua Gilberto Porto, no Bairro Gameleira, vizinhos ao p�tio do Departamento  Estadual de Opera��es Especiais (Deoesp) da Pol�cia Civil. No trecho, que fica nos fundos do dep�sito de carros, � f�cil encontrar pessoas com dengue. A dona de casa Lucinete da Mota Pereira e o marido, o vigilante Edmilson Francisco Pereira, que do terra�o de casa monitoram a situa��o do terreno, tiveram a doen�a no in�cio do ano. J� a vizinha, a estudante Tatiane Sousa Morais Leite, se recupera da terceira dengue em menos de quatro meses, enquanto sua irm� e sua m�e, que tamb�m foram infectadas, seguem sob cuidados m�dicos.

Para Lucinete da Mota, o surto de dengue entre os moradores vem de focos existentes no p�tio. “Fecho as janelas �s 17h30 por causa da quantidade de mosquitos, mas tamb�m convivemos com ratos e escorpi�es. Tem muito bicho e sujeira a� dentro. � uma amea�a grande”, afirma. O marido dela, Edmilson Pereira, conta que a casa � infestada por mosquitos e que muitos deles s�o “pintadinhos”, referindo-se �s caracter�sticas do Aedes aegypti, que � preto e tem listras brancas no corpo e nas patas. “As pessoas t�m medo de denunciar porque � �rea p�blica, mas � por isso mesmo que essa situa��o tem que melhorar”, refor�ou ele, que lembra uma s�rie de den�ncias feitas pelos moradores.

Tatiane Sousa Morais Leite critica a condi��o do espa�o e diz que os carros, al�m de cobertos pelo mato alto, tamb�m est�o sem vidros e podem se tornar um local prop�cio para a prolifera��o do mosquito. “Quando chove, os ve�culos devem ficar cheios d’�gua e tamb�m h� pe�as espalhadas e amontoadas”, lamenta. Segundo ela, que vive no local h� 22 anos, o clima sempre foi de preocupa��o. “J� ligamos no 156 e quando os agentes de endemia v�m para as visitas nos informam que n�o h� o que fazer porque mesmo dedetizando o local, os carros continuam ali, e, quando chove, os focos voltam”, comenta.

Belo Horizonte declarou situa��o de emerg�ncia pela infesta��o do vetor no fim do ano passado e, segundo o �ltimo balan�o de dengue divulgado pela prefeitura, a cidade contabiliza 13.877 diagn�sticos positivos para a doen�a e nove �bitos neste ano. Na Regi�o Oeste, onde fica localizado o p�tio do Deoesp, s�o mais de 1.506 casos confirmados. A Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) informou que o Deoesp � considerado pela secretaria e que a Regional Oeste � um Ponto Estrat�gico (PE) de combate ao vetor e, por isso, o local recebe vistorias dos agentes de combate a endemias de 15 em 15 dias para controle qu�mico. A �ltima visita ao p�tio foi feita pela equipe de zoonoses na quinta-feira, quando foi realizado o trabalho de tratamento focal.

A Pol�cia Civil afirmou que n�o est� poupando esfor�os para erradicar poss�veis focos de dengue nas delegacias e departamentos e que h� uma campanha interna de conscientiza��o em andamento. A institui��o informou ainda que j� est� em negocia��o com a Prefeitura de Belo Horizonte para realizar a��es com a finalidade de erradicar os poss�veis focos e para o descarte e transfer�ncia de ve�culos e bens que possam servir de criadouro do mosquito Aedes aegypti. O Departamento de Tr�nsito de Minas Gerais (Detran-MG), que tem seis p�tios credenciados, garantiu que desde o fim do ano passado notificou os propriet�rios dos p�tios sobre a preven��o aos focos e que a notifica��o � feita em todo o estado.