A Pra�a da Liberdade recebeu mais uma manifesta��o na noite desta sexta-feira. Por�m, mesmo sendo mais uma celebra��o religiosa, da Semana Santa, a Via-sacra da fraternidade n�o deixou de ter seu tom pol�tico. “Estamos aqui atualizando a via dolorosa de Jesus em dire��o � cruz, que � a express�o da maioria do povo brasileiro, parte fraca que sofre com a corrup��o e a crise pol�tica, social e econ�mica”, destacou o padre Marcelo Silva, um dos organizadores da celebra��o. O ato reuniu dezenas de fi�is e religiosos das par�quias da Boa Viagem e S�o Jos�, que ficam na �rea central de Belo Horizonte.
No entorno da pra�a, foram instaladas 13 esta��es representando as passagens de Jesus rumo ao calv�rio. Na primeira, no Memorial Minas Gerais Vale, a encena��o da condena��o do Messias deu o tom do serm�o pol�tico: “Pilatos voltou as costas ao inocente. Disse 'lavo minhas m�os', ato que o imortalizou e est� presente na falta de compromisso dos governantes”, disse o celebrante.
O padre Nelson Ant�nio Linhares explicou a escolha da Pra�a da Liberdade para a realiza��o da celebra��o: “O papa Francisco tem pedido para sairmos da igreja e irmos ao encontro das pessoas. Estamos na Pra�a da Liberdade, palco de manifesta��es p�blicas, ponto de encontros, porque o crist�o � tamb�m cidad�o, que defende tamb�m a p�tria, e, diante da corrup��o, da desonestidade e do desemprego, tem sua vis�o cr�tica”, justificou Linhares.
Na quinta-feira, durante a Missa da Unidade, que lotou o Mineirinho, reunindo fi�is e sacerdotes das 278 par�quias da capital mineira, o arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, j� havia dado o tom cr�tico da igreja diante da crise pol�tica. Em sua homilia, dom Walmor falou sobre a necessidade dos cat�licos se comprometerem com a sociedade brasileira. “Vivemos descompassos vindos principalmente do mundo da pol�tica, mas tamb�m do modo como n�s estamos vivendo a nossa cidadania”, pontuou.