
O terreno pertence � sider�rgica Arcelor Mittal, que confirmou em nota estar com negocia��o avan�ada com a Samarco para a venda do terreno. A reconstru��o do distrito ser� paga integralmente pela mineradora e consta no acordo assinado com o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Esp�rito Santo. A Samarco dever� desembolsar aproximadamente R$ 20 bilh�es para recuperar toda a bacia do Rio Doce em 15 anos.
O prefeito de Mariana, Duarte J�nior, acredita que o neg�cio ir� se concretizar sem problemas. Ainda assim, ele j� anuncia um segundo plano. "Se as duas empresas n�o chegarem a um acordo, vamos desapropriar a �rea, indenizar a Arcelor Mittal e depois cobrar a restitui��o da Samarco."
O empres�rio S�rgio Raimundo Sobreira, cuja fam�lia � toda de Bento Rodrigues, viu sua casa ser engolida pela lama. Sua m�e e seu irm�o perderam, al�m da resid�ncia, um armaz�m onde vendiam mantimentos e bebidas. Ele diz que o local escolhido para a reconstru��o teve o aval dos atingidos. "Vai ser tudo como era antes, s� que novinho", conta.
A nova Bento Rodrigues ter� edifica��es sustent�veis. "N�s queremos que o distrito se torne um exemplo para o mundo. J� chegamos a um acordo com a Samarco. Ser�o instaladas em todas as edifica��es placas para gera��o de energia solar e estrutura para armazenamento de �gua da chuva", garante o prefeito Duarte J�nior.
Ele tamb�m informou que, como medida compensat�ria, haver� tratamento de toda a rede de esgoto de Mariana. "A� sim estaremos fazendo um bem para natureza, porque � contradit�rio dizermos que a Samarco matou o Rio Doce, se, com o passar do tempo, fizermos o mesmo", completou.
Quem tamb�m deve conhecer em breve o local onde ser�o instaladas suas futuras casas s�o os moradores de Paracatu, outro distrito de Mariana que tamb�m foi destru�do pela lama de rejeitos. Eles querem um local mais alto em rela��o ao antigo distrito. O prefeito diz que ainda est�o sendo avaliadas algumas possibilidades, mas acredita que a demanda ser� atendida da forma como desejam os atingidos.
Funda��o
Segundo o acordo firmado entre a Samarco e os governos, ser�o investidos R$ 4,4 bilh�es nos primeiros tr�s anos e, ao longo de 15 anos, o montante final dever� chegar a R$ 20 bilh�es. Para gerir os trabalhos, ser� estruturada uma funda��o com sede em Belo Horizonte e dirigida por gestores indicados pela mineradora.
Esta funda��o ser� supervisionada por um Comit� Interfederativo, composto por indicados do governo federal, dos governos de Minas Gerais e do Esp�rito Santo, de duas prefeituras de cidades mineiras e de uma prefeitura de munic�pio capixaba. Os representantes municipais j� foram definidos. Ser�o Duarte J�nior, prefeito de Mariana (MG); Elisa Maria Costa, prefeita de Governador Valadares (MG), e Leonardo Deptulski, prefeito de Colatina (ES).
O prefeito de Mariana acredita que o montante de R$ 20 bilh�es, se for aplicado de maneira correta, atende perfeitamente a todos os munic�pios atingidos e tamb�m permite a recupera��o do meio ambiente. Entretanto, apesar de concordar com a base do acordo, defende ajustes. Ele reiterou que pedir� na Justi�a que Mariana possa recuperar receitas perdidas usando parte destes R$ 20 bilh�es.
"Com a trag�dia, perdemos R$ 5 milh�es por m�s em arrecada��o. E isso vai trazer impactos profundos nos servi�os essenciais da cidade, como sa�de e educa��o. N�o terei como fugir de um ajuste fiscal profundo. Se � um acordo, significa que � preciso ter consenso entre as partes. E por que ficou de fora o que � mais urgente para n�s que s�o os servi�os essenciais?", indaga.