Picha��o � retirada e Igrejinha da Pampulha ganha vigil�ncia 24 horas

Depois da picha��o, seguran�a redobrada para evitar novos danos. Um programa de prote��o do patrim�nio cultural de Belo Horizonte entrou em pr�tica, ontem, com a Guarda Municipal garantindo a vigil�ncia do conjunto moderno da Pampulha durante 24 horas, informou o presidente da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), arquiteto Le�nidas Oliveira. Segundo ele, a a��o j� estava programada pela prefeitura, por�m, a agress�o � Igreja de S�o Francisco de Assis, na madrugada do dia 21, levou as autoridades a refor�arem o patrulhamento, tanto no templo conhecido como Igrejinha da Pampulha, cuja limpeza j� foi conclu�da, como na Casa do Baile, Museu de Arte (MAP) e outros bens tombados e projetados por Oscar Niemeyer (1907-2012). Outra novidade, desta vez para valorizar o acervo, est� nos sem�foros, com a substitui��o dos tradicionais bonequinhos nos sinais de pedestres por �cones de monumentos e pr�dios hist�ricos, dentro do projeto Cidade Revelada.

Le�nidas explicou que o servi�o de limpeza da igrejinha, a cargo do restaurador contratado pela prefeitura, Wagner Matias Sousa, ficou “excelente”, estando afastado o temor de que a picha��o feita pelo morador de Ibirit�, na regi�o metropolitana, M�rio Augusto Faleiro Neto, de 25 anos, indiciado pela Pol�cia Civil por dano ao patrim�nio p�blico, deixasse res�duos profundos e marcas nas pastilhas da lateral direita da constru��o, da d�cada de 1940. “Foram feitos testes e o produto usado foi eficaz”, afirmou Le�nidas.

O programa Patrim�nio Cultural Seguro, acrescentou o presidente da FMC, ser� desenvolvido em outros pontos da cidade, como o Museu Hist�rico Ab�lio Barreto, no Bairro Cidade Jardim, na Regi�o Centro-Sul, e aglomerados onde h� centros culturais. O treinamento da Guarda Municipal, com foco em monumentos, tamb�m est� nos planos da FMC. “Teremos tamb�m guardas, e n�o apenas as patrulhas, em monumentos da Pampulha”, acrescentou. O conjunto arquitet�nico modernista � tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural Municipal e � candidato ao t�tulo de patrim�nio da humanidade. O resultado ser� divulgado entre 10 e 20 de julho, em Istambul, na Turquia, pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).

DESAFIO Na tarde de ontem, a seguran�a era intensa no entorno da Igreja de S�o Francisco de Assis, em um cen�rio bem diferente dos dias que antecederam a picha��o da igrejinha, que emporcalhou pain�is de autoria de C�ndido Portinari (1903-1962) retratando a via-sacra e S�o Francisco de Assis. Na Pra�a Dino Barbiero, ligada ao templo por um cal�ad�o, havia dois carros da Guarda Municipal, patrulheiros passando de bicicleta e, por volta das 15h30, uma viatura da Pol�cia Militar. “O patrulhamento foi refor�ado depois do fato, que teve repercuss�o negativa. A limpeza pode desafiar outras pessoas a fazerem o mesmo”, explicou a subinspetora da Guarda Municipal, Cristina das Gra�as Silva.

Livre dos garranchos, o templo modernista volta a fazer a festa para os olhos de moradores e visitantes. A caminho do aeroporto, o gerente de vendas Glauco Camargo, de S�o Paulo, decidiu parar e ver o monumento. “J� estive aqui outras vezes e � sempre um prazer, pois � muito bonito. Estava na minha cidade quando vi a picha��o pela tev�. N�o tem explica��o fazerem isso”, criticou. Morador do Barreiro, o aut�nomo J�lio C�sar da Silva gostou de ver o policiamento refor�ado e afirmou que seguran�a constante � “essencial”. Curtindo a folga, os namorados Davidson Jesus, de 23, e Lo-Ammi Dalete, de 21, moradores do Bairro Saudade, na Regi�o Leste, fizeram coro, lembrando a import�ncia da preserva��o.