Festival em BH re�ne apaixonados por tatuagens

Amor por tatuagem n�o se explica. � preciso esperar horas para ver o desenho pronto e estar preparado para sentir muita dor, mas quem gosta n�o consegue ficar com uma s�. Centenas de belo-horizontinos apaixonados pela arte se encontram neste fim de semana no 6º BH Tattoo Festival, que re�ne alguns dos melhores tatuadores do mundo na Serraria Souza Pinto, Centro da capital. Al�m de outros estados, participam profissionais renomados do Jap�o, Peru, Chile, Bol�via e Argentina.

A administradora de obras Ang�lica Andrade, de 28 anos, confirma que tatuagem � um v�cio. “Quando voc� gosta de um desenho, n�o pensa mais em ter uma camiseta, quer uma tatuagem. Ainda tem muito espa�o para preencher”, brinca. J� s�o mais de 15 desenhos espalhados pelo corpo e ontem ela terminou mais um na coxa, em cinco horas de trabalho. � um barco saindo de uma garrafa, no estilo old school. “� o estilo mais tradicional. Utiliza cores prim�rias, quase n�o tem misturas e muito pouco degrad�”, explica o tatuador Alex Costa, de 38. Formado em desenho industrial, o profissional trabalhava com projetos de minera��o at� abrir seu est�dio de tatuagem.

Hoje, est�o na moda as tatuagens em aquarela, como a escolhida pela estudante Daniella Gon�alves Lima, de 24. O peixe-dourado nas costas marca um novo momento da vida dela. “Cientificamente falando, quando voc� coloca o peixe-dourado em um aqu�rio pequeno, ele continua pequeno. Quando ele passa para um aqu�rio maior, pode at� quadruplicar de tamanho. Agora que j� decidi minha profiss�o, preciso explorar grandes oportunidades para o meu crescimento pessoal”, explica. A autora � a designer do Rio de Janeiro Ariel Botelho, de 22, que abandonou o computador para desenhar em corpos. “Gosto de ver o desenho na pele. Melhora a autoestima e a sociabilidade.”

O idealizador do BH Tattoo Festival R�mulo Freitas explica o que as pessoas devem ter em mente antes de fazer uma tatuagem. “Primeiro, saiba se est� decidido a fazer algo definitivo. A remo��o � mais dolorosa que a execu��o e deixa marcas”, alerta. Depois, recomenda-se pesquisar sobre o profissional, saber se ele tem tempo de mercado, qual � o estilo de desenho e se trabalha seguindo as normas da Vigil�ncia Sanit�ria.

PONTILISMO Foram necess�rias 40 horas para o tatuador Djorgenes Martins, de 25, terminar o desenho de uma coruja com a t�cnica de pontilismo, que consiste em desenhar com pontinhos, em vez de simplesmente preencher o espa�o com a tinta. “� um trabalho cansativo, que exige paci�ncia, ent�o voc� tem que gostar. A pessoa vai ser sua vitrine para o resto da vida”, destacou o jovem, refer�ncia da t�cnica, ainda pouco conhecida no Brasil, em Franca, interior de S�o Paulo. “Se Deus quiser, vai ser a �ltima”, garantiu o t�cnico em inform�tica Pedro Henrique Espina da Silva, de 20, que aceitou ser a “tela” do tatuador. Apesar de sentir muita dor, ele disse diz que vale a pena pela paix�o pela arte.