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Estado de Minas

PBH quer usar bact�ria para barrar transmiss�o de doen�as pelo Aedes aegypti

Cont�gio de mosquitos com micro-organismo � negociado entre Secretaria de Sa�de de BH e Fiocruz por meio de um programa de pesquisas. Inten��o � usar o controle biol�gico para tentar frear avan�o dos v�rus da dengue, zika e chikungunya


postado em 19/04/2016 06:00 / atualizado em 19/04/2016 08:32

Intenção dos pesquisadores é infectar os ovos do mosquito da dengue, zika e chikungunya com batéria, que é transmitida para próximas gerações do Aedes aegypti(foto: Wikimedia/Reprodução)
Inten��o dos pesquisadores � infectar os ovos do mosquito da dengue, zika e chikungunya com bat�ria, que � transmitida para pr�ximas gera��es do Aedes aegypti (foto: Wikimedia/Reprodu��o)
Belo Horizonte se prepara para receber uma parceira min�scula, mas que promete ser uma aliada de peso no combate ao Aedes aegypti. Trata-se da bact�ria Wolbachia, que, introduzida no vetor, bloqueia a transmiss�o de v�rus, ajudando no combate � dengue e tamb�m � zika e � chikungunya. O projeto, nascido na Austr�lia e atualmente em desenvolvimento no Rio de Janeiro, consiste em soltar no ambiente f�meas adultas contaminadas em laborat�rio pelo micro-organismo. A Secretaria de Sa�de da capital espera o sinal verde da Funda��o Osvaldo Cruz (Fiocruz), respons�vel pelas pesquisas, para tamb�m entrar na rota dessa tecnologia.

O munic�pio, que recebeu na semana passada delega��o da institui��o, est� em fase de negocia��o. De acordo com o secret�rio Municipal de Sa�de, Fabiano Pimenta, a a��o, sem data para come�ar, tem custo de implanta��o estimado em R$ 10 milh�es, em um per�odo de dois anos. A contrapartida � a manuten��o da estrutura do programa municipal de combate ao Aedes – que hoje tem recursos da ordem de R$ 4 milh�es a R$ 5 milh�es somente para atividades diretamente relacionadas ao combate ao vetor – como a manuten��o de 1,5 mil agentes espec�ficos, compra de material de prote��o individual, material de divulga��o e campanhas de mobiliza��o.

Ele explica que, por ser uma t�cnica de cont�gio intracelular, durante a reprodu��o do mosquito os descendentes tamb�m nascem com a bact�ria, aumentando a popula��o de insetos parasitados. A fun��o da Wolbachia � bloquear a passagem do v�rus do aparelho digestivo do mosquito para a gl�ndula salivar, evitando, assim, a transmiss�o da doen�a, ou a fazendo que ocorra em intensidade muito menor. “Para mim, essa � a experi�ncia mais promissora em termos de campanha de sa�de p�blica para melhorar o controle do Aedes. Mas isso n�o substituir� a visita dos agentes �s casas e os mutir�es de limpeza para eliminar criadouros”, afirmou o secret�rio.

Fabiano Pimenta chamou a aten��o para os dados relativos a ovos por armadilha na capital mineira: enquanto no come�o de mar�o houve redu��o de 30%, nas duas �ltimas semanas eles mostraram tend�ncia de estabiliza��o, o que acende o alerta. O secret�rio reiterou que a pol�tica de visitas aos im�veis � continuada. Desde o m�s passado, foram mais de 1 milh�o de a��es. “BH n�o vai reduzir a intensidade, porque estamos diante de dois problemas recentes, para os quais a popula��o n�o tem imunidade, que s�o o zika v�rus e a febre chikungunya”, disse.

PELO MUNDO Al�m da Austr�lia, as pesquisas com a Wolbachia est�o sendo desenvolvidas no Vietn�, Indon�sia e Col�mbia. No Brasil, os bairros de Tubiacanga, na Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, e de Jurujuba, em Niter�i, participam do projeto. A Fiocruz explica que mais da metade dos insetos do mundo t�m a bact�ria. A equipe do programa “Eliminar a Dengue”, na Austr�lia, conseguiu introduzi-la no ovo do Aedes aegypti, com microinje��es e sem o uso de qualquer tipo de modifica��o gen�tica. Como o micro-organismo � passado naturalmente da m�e para a prole, o projeto se diferencia por sua autossustentabilidade, sem a necessidade de libera��es frequentes de mosquitos contaminados, como afirma o pesquisador Luciano Moreira.

Na atual etapa do projeto, os pesquisadores avaliam a libera��o de mosquitos adultos e de ovos. A �ltima estrat�gia lan�a m�o de um dispositivo de libera��o de ovos que consiste em um recipiente pl�stico com tampa e pequenos furos nas laterais. Eles s�o postos em casas de moradores que colaboram com a iniciativa e abrigam ovos de Aedes aegypti com Wolbachia, �gua e alimento para as larvas que v�o nascer. Cerca de sete a 10 dias depois da instala��o do DLO, os ovos dar�o origem a mosquitos adultos, que voar�o gradativamente para fora do recipiente por meio dos furos.

A Fiocruz informou, por meio da assessoria de imprensa, que vai analisar o interesse da Prefeitura de BH, mas que, por enquanto, n�o h� nada definido. Outras administra��es municipais tamb�m procuraram a funda��o para receber o projeto.

Saiba mais

Wolbachia pipientis


Amplamente presente em insetos, � uma bact�ria intracelular observada pela primeira vez h� mais de 70 anos em mosquitos da esp�cie Culex pipiens. Desde 1990, mais de 1,5 mil estudos cient�ficos sobre o micro-organismo foram publicados em peri�dicos cient�ficos. Pesquisas demonstraram que ele � amplamente disseminada entre os invertebrados e pode ocorrer naturalmente em mais de 70% dos insetos do mundo, incluindo borboletas e diversos mosquitos, como  o pernilongo comum. Apesar da ampla gama de hospedeiros, a Wolbachia n�o � capaz de infectar vertebrados, incluindo humanos.

Barreira natural

Cientistas do programa internacional “Eliminar a dengue: nosso desafio”, liderados pelo professor Scott O’Neill, da Universidade de Monash (Melbourne, Austr�lia), demonstraram que a Wolbachia � capaz de bloquear a transmiss�o do v�rus da dengue no Aedes aegypti, originando uma nova proposta, natural e autossustent�vel, para o controle da doen�a. N�o h� processo de modifica��o gen�tica.

A caracter�stica intracelular da Wolbachia imp�e limita��es significativas � sua capacidade de dispers�o, uma vez que ela s� pode ser transmitida da f�mea para a prole. Como resultado, o sucesso da Wolbachia est� diretamente ligado � capacidade de reprodu��o do inseto.

A bact�ria confere uma vantagem reprodutiva devido � chamada “incompatibilidade citoplasm�tica”: f�meas com Wolbachia sempre geram filhotes contaminados. Quando as f�meas sem Wolbachia acasalam com machos com a Wolbachia, os �vulos fertilizados morrem.

Fonte: Fiocruz


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