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Estado de Minas

"Hoje as pessoas est�o atirando por qualquer coisa", diz conselheiro da Abrasel

Entidade que representa bares e restaurantes vai discutir o crescimento da viol�ncia em casas noturnas e poder� pedir apoio �s pol�cias Militar e Civil. Na sexta-feira, empres�rio levou quatro tiros em BH


30/04/2016 06:00 - atualizado 30/04/2016 09:25

Paulo Filipe Gonçalves, de 28 anos, foi preso em flagrante após matar Guilherme Alves, de 33(foto: Paulo Figueiras/EM/D.A Press)
Paulo Filipe Gon�alves, de 28 anos, foi preso em flagrante ap�s matar Guilherme Alves, de 33 (foto: Paulo Figueiras/EM/D.A Press)
Mais uma noite que deveria ser de festa terminou em um assassinato covarde e por motivo f�til na porta de uma boate, alertando autoridades e sociedade sobre o aumento da viol�ncia em baladas regadas a �lcool em tradicionais casas de shows na Grande BH. Nessa sexta-feira, 21 dias depois de um universit�rio morrer espancado por tr�s homens – incluindo dois PMs –, que teriam furado a fila num estabelecimento em Contagem, um mec�nico acertou quatro tiros em um empres�rio na sa�da do Alambique, na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Estoril, Regi�o Oeste da capital.
A se��o mineira da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG) est� preocupada com a viol�ncia em casas noturnas. Na segunda-feira, a diretoria da entidade vai discutir o assunto. “Hoje, as pessoas est�o ‘puxando o dedo’ (atirando) por qualquer coisa. Dependendo do que conversarmos na reuni�o, poderemos solicitar um apoio t�cnico da PM, da Pol�cia Civil”, disse Tulio Montenegro, conselheiro da Abrasel-MG.

 

Por volta das 3h30, Guilherme dos Santos Alves, de 33 anos, foi alvejado na perna, no bra�o e duas vezes no t�rax por Paulo Filipe da Silva Gon�alves, de 28. O desentendimento come�ou no interior da casa noturna. Segundo testemunhas, o autor estava num camarote acima do da v�tima e, por mais de uma vez, jogou espumante no rapaz e nos amigos dele. “Ainda fez sinais obscenos. Fomos a ele e perguntamos a raz�o daquilo”, contou um jovem que preferiu o anonimato.

O mec�nico deixou a boate antes do empres�rio, mas, irritado, n�o foi para casa. Preferiu buscar uma arma no carro e aguardar pela v�tima. O atirador sequer se intimidou com a presen�a de outras pessoas e apertou o gatilho cinco vezes, errando um disparo. Houve p�nico e policiais militares foram acionados. Paulo foi preso em flagrante, quando se preparava para fugir em seu C4 Pallas.

No carro, os militares encontraram uma besta, arma de ca�a usada para atirar flechas. Paulo foi conduzido � delegacia do Barreiro, onde foi autuado pelo delegado �nderson Vicente de Souza. “Pode ser condenado de 12 a 30 anos por homic�dio qualificado, pois houve motivo f�til e a v�tima n�o teve chance de se defender. O homem chegou de surpresa, sem que fosse percebido por ningu�m.”

O autor n�o tem porte de armas, segundo o delegado. Apesar disso, frequenta um clube de tiros, conforme fotos divulgadas em seu perfil numa rede social.

A v�tima morreu no local. Guilherme, que era solteiro, deixou tr�s filhos de relacionamentos diferentes. Ele tinha passagem por furto, estelionato e forma��o de quadrilha. Havia comprado um apartamento h� poucas semanas e ganhava a vida com o que negociava em sua loja virtual do ramo de inform�tica. De acordo com a PM, peritos que atenderam a ocorr�ncia recolheram com a v�tima um comprimido semelhante ao de ecstasy, droga alucin�gena.

O corpo ser� sepultado na manh� de hoje.  Ademir Pinto, um dos s�cios do Alambique, estava presente no momento da confus�o. “Um cliente abriu um espumante e acertou a bebida em outro. Eles come�aram uma ‘coisa’ m�nima, apaziguada por apenas um seguran�a. N�o acionamos a PM, pois n�o houve necessidade l� dentro”, disse.

CONTAGEM Poucas horas depois do crime, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) ofereceu den�ncia contra os tr�s acusados da morte do universit�rio Cristiano Guimar�es Nascimento, espancado na porta de uma boate em Contagem no in�cio do m�s. Dois dos acusados s�o policiais militares que estavam de folga. O terceiro � um corretor de im�veis.

H� duas semanas, outro crime banal envolvendo jovens e bebidas foi registrado no estado. Em Montes Claros, no Norte, Vin�cius Afonso da Silva Cordeiro, de 23, foi assassinado a tiros por um agente penitenci�rio, que teria pegado uma garrafa na mesa da v�tima e n�o gostou de ser repreendido em uma casa noturna da cidade.

 

COMO FOI

 

Por volta das 3h, come�a uma discuss�o dentro da boate. Paulo Filipe e amigos jogam espumante da parte mais alta de um camarote, acertando pessoas que est�o na parte mais baixa do local,  onde est� Guilherme

Guilherme e amigos v�o tirar satisfa��o. Um seguran�a interv�m, mas testemunhas dizem que o desentendimento prosseguiu, com Paulo Filipe jogando mais bebida e fazendo gestos obscenos em dire��o ao grupo

Paulo Filipe sai da boate e busca um rev�lver calibre 38 no carro. Ele espera do lado de fora a sa�da dos rivais na briga anterior. Guilherme sai com amigos da boate e � atingido por quatro tiros a cerca de 100 metros da boate

A PM chega ao local e prende Paulo Filipe saindo de carro de um estacionamento ao lado. Dentro do ve�culo os policiais ainda encontram uma besta, arma normalmente usada por ca�adores

 

 

 

 

 

 

 


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