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Estado de Minas

Novo atropelamento de idosa liga o alerta para circula��o do Move

Segundo caso em menos de dois meses envolvendo ve�culos do novo sistema, que j� mataram pelo menos 10 pessoas desde a implanta��o, chama a aten��o para a falta de seguran�a. BHTrans diz que vai corrigir sinaliza��o no local do �ltimo acidente, considerada falha pela empresa


postado em 18/05/2016 06:00 / atualizado em 18/05/2016 07:10

Mulher de 82 anos caminhava em direção a uma ilha na esquina da Avenida Getúlio Vargas com a Rua Professor Morais quando foi atingida pelo coletivo do Move(foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS)
Mulher de 82 anos caminhava em dire��o a uma ilha na esquina da Avenida Get�lio Vargas com a Rua Professor Morais quando foi atingida pelo coletivo do Move (foto: Cristina Horta/EM/D.A PRESS)
O atropelamento de uma idosa por um coletivo da linha 82 do Move, no in�cio da tarde de ontem, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul da capital, provocou apreens�o em quem presenciou o acidente e disparou sinais de alerta no tr�nsito de Belo Horizonte. A sinaliza��o ineficiente, que pode ter contribu�do para o acidente, e o aumento do n�mero de desastres envolvendo ve�culos do Move, implantado com pompa pela Prefeitura de Belo Horizonte em mar�o de 2014, chamam a aten��o para a necessidade de revis�o do sistema pela BHTrans. Foram pelo menos 31 colis�es ou atropelamentos envolvendo ve�culos do novo sistema desde sua implanta��o, segundo levantamento do Estado de Minas – o poder p�blico n�o tem estat�stica de �bitos e desastres do tipo. Em dois anos, pelo menos 10 mortes foram confirmadas, sendo seis de motociclistas e garupas e quatro de pedestres. Neste ano, al�m da ocorr�ncia de ontem, uma mulher teve as pernas esmagadas, em abril, na Avenida Paran�, por um coletivo da linha 50.


J� a v�tima do atropelamento de ontem correu o mesmo risco. O p� direito da mulher ficou debaixo de uma das rodas do �nibus, o que obrigou o condutor do ve�culo a dar r� para que a v�tima pudesse ser socorrida. A senhora, que tem 82 anos e mora em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, foi encaminhada por uma equipe do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) Jo�o XXIII. No fim da tarde de ontem, a informa��o era de que a paciente estava fora de perigo, seu estado era est�vel e ela aguardava transfer�ncia para um hospital particular. O resgate comoveu quem passava pelo local e deixou o tr�nsito congestionado.

O acidente ocorreu quando a mulher tentou atravessar a Rua Professor Moraes, na esquina com a Avenida Get�lio Vargas, sentido Pra�a da Savassi. A travessia � feita em duas etapas, separadas por uma esp�cie de ilha de concreto na pista. A pedestre foi atingida pelo �nibus na primeira parte da transposi��o. O motorista do coletivo, Jorge Paulo Ribeiro, de 43 anos, contou aos policiais militares que registram a ocorr�ncia que a v�tima “atravessou a rua de uma vez” no momento em que ele sa�a da Get�lio Vargas para prosseguir na Rua Professor Moraes.

“A seta estava ligada, mas como o carro � muito grande, � preciso abrir o raio da curva. A senhora, mesmo acidentada, estava l�cida e disse que pensou que o �nibus seguiria reto e que, por isso, come�ou a atravessar”, contou Jorge, acrescentando que o �nibus estava com lota��o m�dia e que os passageiros presenciaram o ocorrido e se ofereceram como testemunhas.

A BHTrans n�o entende como errado o fato de que o coletivo fa�a a manobra de abrir o raio para fazer a curva. � bom lembrar que boa parte dos coletivos da linha 82 tem quase o dobro do comprimento dos �nibus comuns, sendo articulados e por isso apelidados de “sanfonas”. Apesar de a empresa municipal considerar normal a manobra, o local n�o tem sinaliza��o eficiente para pedestres e motoristas.

Osias Baptista Neto, um dos principais especialistas em tr�nsito e transporte do pa�s, observou que o n�mero de sem�foros para pedestres na ilha � insuficiente: “H� um equipamento, na ilha, virado para quem segue da Professor Moraes para a Get�lio Vargas. O ideal � que houvesse outro, virado para quem faz o percurso contr�rio”. O especialista acrescenta que, na falta desse segundo sinal, quem est� na faixa de pedestres, entre a Get�lio Vargas e a ilha, tem prefer�ncia sobre o tr�nsito de ve�culos. Dessa forma, mesmo que o condutor do Move tenha sinalizado a convers�o � direita com a seta, a prefer�ncia da travessia era da v�tima.

A BHTrans reconhece que falta um equipamento para pedestre na ilha e garantiu que vai sanar o problema nos pr�ximos dias. A empresa acrescentou ainda que aumentar� o espa�o f�sico da ilha – atualmente, os �nibus articulados passam por cima da �rea destinada ao pedestre para fazer a curva. Outras esquinas da capital nas quais a travessia de pedestres precisa ser feita em duas etapas reclamam melhor sinaliza��o, o que aumenta o risco de acidentes.



FALTAM DADOS O poder p�blico n�o tem informa��es detalhadas sobre desastres envolvendo o Move. No Hospital Jo�o XXIII, h� levantamento relativo ao n�mero de passageiros de �nibus (Move e linhas comuns) socorridos na institui��o. Foram 288 entre janeiro e abril deste ano. Em 2015, no mesmo per�odo, 311. Em 2014, 293.

J� levantamento do Sistema �nico de Sa�de (SUS) diz respeito ao total de �bitos por ve�culos pesados, o que inclui caminh�es. Na capital mineira, foram 21 mortes entre janeiro e mar�o de 2016. No mesmo per�odo de 2015 e de 2014 n�o houve v�tima. Em 2013, houve um �bito. Em 2012 foram tr�s.

Tanto no caso do HPS quanto do SUS � importante destacar que as v�timas podem ter se envolvido em acidentes em outras cidades e encaminhadas �s unidades de sa�de da capital. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) optou por n�o comentar o assunto.


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