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Estado de Minas

Parecer da Unesco a favor da Pampulha como patrim�nio tira Casa JK da lista de monumentos

Dossi� inclui a igrejinha, o Museu de Artes, a Casa do Baile e o Iate T�nis Clube. Constru��es foram projetadas por Oscar Niemeyer na d�cada de 1940


postado em 19/05/2016 06:00 / atualizado em 19/05/2016 08:34

Casa do Baile é um dos monumentos presentes no dossiê (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Casa do Baile � um dos monumentos presentes no dossi� (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
Belo Horizonte est� a um passo de figurar na seleta lista internacional de cidades reconhecidas pela Unesco como palco de grandes obras da humanidade, o que coloca o munic�pio na rota mundial do turismo, atrai investimentos, gera empregos, fomenta a economia regional e exige dos governantes tanto maior preserva��o do patrim�nio p�blico como obras de infraestrutura.

A senha para novos tempos na capital foi dada pela pr�pria Unesco ao emitir parecer favor�vel ao dossi� da prefeitura que trata da candidatura do conjunto moderno da Pampulha ao t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade. A �ltima an�lise do processo ser� em 20 de julho, na Turquia, onde representantes de pa�ses ligados � Unesco v�o se reunir para o veredicto.

Especialistas est�o confiantes no t�tulo, mas, para confirm�-lo, a prefeitura ter� de seguir condicionantes listadas pelo Conselho Internacional de Monumentos e S�tios (Icomos), �rg�o consultivo que auxilia a Unesco.

O Icomos determinou a retirada da Casa JK do dossi�. A fam�lia do arquiteto n�o se op�s � recomenda��o, sob alega��o de que o im�vel n�o foi projetado pelo amigo de JK. Dessa forma, o dossi� passa a reunir a Igreja S�o Francisco de Assis, a Casa do Baile, o Museu de Artes e o Iate T�nis Clube. Os im�veis, erguidos em 1942 e 1943, foram constru�dos na administra��o do ent�o prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976), com projetos arquitet�nicos assinados por Oscar Niemeyer (1907-2012).

O conselho j� havia orientado a demoli��o do anexo erguido no Iate, o que desconfigura o projeto inicial. Agora, determinou a revis�o do per�metro de tombamento do conjunto moderno, incluindo as pra�as Dino Barbieri (em frente � Igreja S�o Francisco) e Alberto Dalva Sim�o (pr�xima � Casa do Baile). Ambas levam o paisagismo de Burle Marx (1909-1994).

“Se o governo seguir as indica��es, h� grande chance do t�tulo. Numa escala de zero a 10, nota oito. A prefeitura est� atendendo. � um reconhecimento importante. Aumenta o cuidado em diversas esferas do governo com a Pampulha. A regi�o ser� divulgada internacionalmente, com aumento no turismo mundial”, avaliou Leonardo Castriota, presidente do Icomos Brasil.

Rose Guedes, presidente da se��o mineira do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG), tamb�m est� otimista com o veredito a ser proferido em 20 de julho. “Abre grandes divisas. N�o h� d�vida que � um grande passo para a preserva��o e o fortalecimento do turismo em BH”.

Candidatura
A inten��o da capital em conseguir o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade para o conjunto arquitet�nico na orla da lagoa artificial da Pampulha come�ou em 1996, mas foi apenas em dezembro de 2012, na gest�o de Marcio Lacerda, que a prefeitura se empenhou na busca da qualifica��o. Foi criada uma comiss�o de not�veis com representantes do governo e sociedade.

Dois anos depois, em dezembro de 2014, um dossi� com mais de 500 p�ginas foi encaminhado pela Funda��o Municipal de Cultura ao Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), que o remeteu � Unesco.

“BH � uma cidade nova. Se destaca, nacionalmente, pela arte moderna por meio do conjunto moderno da Pampulha. Para os moradores � simb�lico no sentido de colocar a cidade na rota mundial das artes e grandes obras da humanidade”, disse o arquiteto Le�nidas de Oliveira, presidente da Funda��o Municipal de Cultura.

Ele acredita que o turismo na cidade ser� revigorado: “BH � porta de entrada para as cidades barrocas, patrim�nio mundial. Ser� na modernidade que lhe � caracter�stica – e com a genialidade de Niemeyer – parada obrigat�ria. Figurar�, a partir de agora, em todos os livros de hist�ria das artes e da arquitetura mundiais. BH se colocar�, caso s� conforme o parecer, na rota mundial do turismo cultural”.

Belo Horizonte pode ser a 20ª cidade ou regi�o do Brasil a figurar na lista de patrim�nio mundial, cultural e natural reconhecido pela Unesco, sendo a quarta em Minas Gerais. A primeira, devido ao centro hist�rico, foi Ouro Preto, em 1980. Cinco anos depois, a Unesco concedeu o t�tulo ao santu�rio de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. Em 1999, tamb�m pelo Centro hist�rico, a Diamantina.

"� uma not�cia fant�stica"

Ricardo Niemeyer, bisneto de Oscar e diretor da Funda��o Niemeyer

1 - Como o senhor acredita que seu bisav�, se vivo fosse, receberia a not�cia de que o conjunto da Pampulha poder� receber o t�tulo da Unesco?

“� uma not�cia fant�stica. Oscar sempre disse que a Pampulha � o local onde, verdadeiramente, se iniciou a arquitetura dele. Foi l� que ele come�ou a arquitetura autoral, com as caracter�sticas, com curvas livres que o concreto armado permite”.

2 - A Unesco recomendou a retirada da Casa JK do dossi�. O senhor concorda?
O pr�prio Oscar comentou isso. Numa declara��o, escreveu: “N�o � projeto meu (de Niemeyer). Uma casa que j� existia e foi por n�s apenas reformada”.

3 - E a demoli��o do puxadinho no Iate Clube?

(O anexo constru�do) sempre incomodou o Oscar. Era algo que incomodava profundamente. Ele ficava triste quando falava do assunto. Ser� muito bom se o projeto original for retomado.






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