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Estado de Minas

Pesquisadores buscam minas de ouro no Centro-Oeste de Minas

Localizar ex-jazidas que abasteceram a economia local � um grande desafio, j� que a maioria das entradas foi fechada pela vegeta��o ou por antigos donos. Grupo tamb�m quer transformar locais em pontos tur�sticos


postado em 30/05/2016 06:00 / atualizado em 30/05/2016 11:46

No último sábado foram encontradas quatro ex-jazidas, em Onça do Pitangui(foto: Vandeir Santos/Divulgação)
No �ltimo s�bado foram encontradas quatro ex-jazidas, em On�a do Pitangui (foto: Vandeir Santos/Divulga��o)
On�a do Pitangui – Moradores e pesquisadores de On�a do Pitangui, pacata cidade do Centro-Oeste mineiro, com pouco mais de 3 mil habitantes, est�o mapeamento a regi�o para identificar e catalogar dezenas de minas de ouro que abasteceram a economia local na �poca do Brasil imp�rio (1808-1889) e ajudaram a povoar o ent�o in�spito sert�o da Gerais. Preserv�-las � manter viva a hist�ria de um estado que carrega no pr�prio nome o local de onde � retirado o cobi�ado metal. Localizar as dezenas ex-jazidas, entretanto, � o maior desafio enfrentado pelos estudiosos e volunt�rios, pois as entradas foram fechadas pelo crescimento da vegeta��o ou pelos antigos donos, receosos de que os tesouros fossem encontrados por estranhos.


Al�m de mapear a regi�o, o grupo de pesquisadores est� garimpando documentos sobre as antigas jazidas. As primeiras foram cavadas nos sop�s de montanhas, na segunda metade dos anos 1800, quando bandeirantes j� haviam explorado o ouro de aluvi�o, retirado com facilidade de rios, c�rregos e encostas. Foi naquela �poca que terras que hoje pertencem a On�a do Pitangui se transformaram em palco da �ltima batalha da Revolta da Cacha�a, um dos primeiros motins de brasileiros contra a Coroa Portuguesa.

Ap�s a Proclama��o da Rep�blica, em 1889, outras cavernas foram abertas por investidores estrangeiros, sobretudo, alem�es. A inten��o dos pesquisadores vai al�m da localiza��o exata das minas. Eles querem transformar as jazidas em pontos tur�sticos, como afirma Vandeir Santos.

No s�bado, pesquisadores e turistas interessados em conhecer um pouco mais da hist�ria do estado visitaram quatro minas na companhia de pesquisadores e turistas. Uma delas foi descoberta por acaso, h� poucos meses, durante a constru��o de uma pra�a pr�xima ao Centro do munic�pio. O local, � frente de um c�rrego canalizado, fica debaixo de um bambuzal. “Talvez tenha sido feito para prospec��o”, acredita Santos. A ex-jazida tem menos de cinco metros de extens�o. J� as outras tr�s t�m mais de 120 metros cada. A altura delas � de aproximadamente 1,7 metro, mas h� trechos em que a dist�ncia entre o teto e o ch�o obriga uma pessoa dessa altura a se abaixar. Para chegar a elas, os pesquisadores se embrenharam na mata.

No percurso, tucanos, seriemas e outras aves puderam ser vistos e acompanharam de longe a movimenta��o do grupo. J� nas cavernas, a quantidade de morcegos chamou a aten��o. “N�o h� ilumina��o e a umidade � muito grande, mas h� bichos que vivem nesse ambiente”, explicou o ge�logo William Campos, enquanto iluminava um shaft. Trata-se de uma esp�cie de t�nel vertical, que liga a mina ao ambiente externo. “Em ingl�s, significa po�o. � usado, por exemplo, para ventilar o local”, esclareceu o ge�logo. Cl�udio Faria acrescentou informa��es sobre a jazida em que estavam. “Nessa mina, por exemplo, h� duas galerias, uma sobre a outra. A de baixo mede uns 15 metros. A de cima, uns 30 metros”, calculou.

Algumas minas têm mais de 120 metros de extensão(foto: Vandeir Santos/Divulgação)
Algumas minas t�m mais de 120 metros de extens�o (foto: Vandeir Santos/Divulga��o)


POL�MICA H� quem diga que as minas s�o importantes e que o primeiro nome da cidade foi inspirado na unidade de medida massa usada, entre outras, para pesar ouro. Uma on�a troy, segundo o Banco Central,  corresponde a 31,1035 gramas do metal. O assunto � pol�mico.

No livro Sinh� Braba, que romanceia a vida de Joaquina de Pomp�u, uma empreendedora do Centro-Oeste mineiro, o autor n�o descarta a possibilidade de o nome ser associado ao metal precioso. Na p�gina 16, Agripa Vasconcelos escreveu: “Bueno, com o ouro apertado na m�o, repetia delirando: – Uma on�a e oito oitavas! Essa medida de peso daria nome ao futuro Arraial de Nossa Senhora da Concei��o da On�a”.

Vandeir Santos, por�m, contesta a veracidade do caso narrado pelo romancista. Para ele, o nome se deve ao Ribeir�o do On�a Brava. Ele cita uma pesquisa do historiador S�lvio Gabriel Diniz, baseada em documentos oficiais. “O historiador transcreveu das p�ginas do livro de guardamoria, da segunda metade do s�culo 18, o seguinte: ‘Provis�o de �gua e datas minerais concedidas a Rom�o da Mata Botelho, na passagem do caminho que vai para o Ribeiro da On�a Brava, chamado o Caxing�, por umas capoeiras at� suas nascen�as, de uma e outra parte’”, pontua o pesquisador.

BATALHA CONTRA PORTUGUESES

Em 1719, Portugal determinou o estanco da aguardente em Pitangui. Dessa forma, apenas a coroa poderia vender cacha�a na regi�o. A decis�o irritou os bandeirantes, pois a bebida era g�nero de primeira necessidade � explora��o do ouro: era o “combust�vel” dos escravos. O estanco encareceu a explora��o do ouro. Os bandeirantes se rebelaram e ocorreram mortes. A �ltima batalha foi �s margens do Rio S�o Jo�o, em terras que hoje pertencem a On�a do Pitangui, em 1720. Mais de 400 pessoas morreram.


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