
No fim de 2015, Oziel recebeu um diagn�stico de diabetes tipo 1. No in�cio deste ano, o quadro cl�nico se agravou, com altera��es significativas em exames laboratoriais e sangramentos na boca, o que levantou a hip�tese at� de dengue hemorr�gica. “Primeiro, fui internado em Governador Valadares, mas l� n�o tem o tratamento. Depois disso, procuramos v�rios hospitais em Minas Gerais, por�m acabei vindo para S�o Paulo”, contou o jovem.
O hospital Boldrini atua h� 38 anos cuidando de crian�as e adolescentes com c�ncer e doen�as do sangue. Atualmente, o hospital trata cerca de 10 mil pacientes de v�rias cidades brasileiras, sendo que 748 s�o de Minas Gerais. O espa�o disponibiliza leitos e atendimento humani�rio �s crian�as portadoras dessas doen�as.
Aluno do segundo ano do ensino m�dio da Escola Estadual de Goiabeira, Oziel sonha com uma medalha de ouro nas olimp�adas de matem�tica, al�m de tentar uma vaga em curso de administra��o ou de medicina, no fim de 2017. O jovem, que recebeu o mesmo nome do pai, mora em um s�tio, onde a fam�lia mant�m pequena planta��o para o seu sustento. No hospital, Oziel conta que sente falta de suas tarefas com as plantas e com os animais, mas diz que aproveita o tempo de interna��o para estudar. “Ontem, comecei a estudar depois do almo�o e s� terminei �s 20h30”, contou.
Mas � quando se fala em matem�tica que o jovem se empolga de verdade: “Tudo o que falam que � conta, eu gosto. Fazer equa��o de segundo grau � divers�o para mim. Fa�o o dever de casa n�o por obriga��o, mas porque eu gosto”, disse. Hoje, sua rotina � divida entre sess�es de quimioterapias e livros sobre a cama, com acompanhamento da pedagoga Cibelle. Oziel admite que gosta de assistir a alguns filmes, mas prefere aproveitar o acesso � internet para resolver quest�es do banco de provas da olimp�ada.
O pai do garoto, Oziel de Oliveira Rodrigues, de 44, se enche de orgulho ao falar do �nico filho. Para a fam�lia, foi um momento muito dif�cil receber o diagnostico do menino. “V�-lo melhorando e empenhado nos estudos nos d� alegria”, contou. “Ele sempre gostou de estudar. Nunca deu trabalho para ir � escola. Dava trabalho, sim, era para as professoras, porque vivia perguntando v�rias coisas que nem elas sabiam responder”, lembrou.
OBJETIVOS Em rela��o � competi��o, depois de seis participa��es, nas quais j� recebeu duas men��es honrosas (2012 e 2013), a meta do adolescente � o lugar mais alto do p�dio. Para isso, j� tem a garantia de fazer a primeira fase da 12ª Obmep, que ocorrer� no dia 7. As provas s�o realizadas pelo Instituto Nacional de Matem�tica Pura e Aplicada (Impa) e resolvidas nas escolas por turmas do ensino m�dio e do sexto ao nono ano do ensino fundamental. Segundo o regulamento do instituto, cada escola participante deve fazer a corre��o das avalia��es e 5% dos alunos com as melhores pontua��es s�o selecionados para a segunda fase da competi��o.
A coordenadora nacional da Obmep, M�nica Souza, contou que a escola de Oziel procurou o coordenador regional do Impa para contar sua hist�ria e revelar o desejo do estudante de participar. A situa��o in�dita contar� com a coordena��o regional olimp�ada em Campinas, que se responsabilizar� pela aplica��o e pelo envio dos dados do teste � escola. “Eles conversar�o com a equipe m�dica para definir o melhor hor�rio para o aluno fazer a prova”, explicou M�nica.
Para o oncologista pedi�trico Amilcar Cardoso de Azevedo, que acompanha o adolescente h� cerca de dois meses, o garoto tem total condi��o de participar da competi��o. “Ele j� est� na segunda fase do tratamento e responde muito bem. A expectativa � de que em breve possa ir para casa”, afirmou.
Caso o adolescente seja aprovado para a segunda fase, a coordenadora afirma que verificar� as condi��es do momento para definir a melhor forma de atua��o do instituto. “� muito bom saber que alunos, mesmo em condi��es adversas, buscam a participa��o e a supera��o. Acho que � um �timo exemplo aos demais”, afirmou.
Enquanto isso...
Romerinho vai come�ar terapia
Passados 15 dias desde o embarque para a Calif�rnia patrocinado por uma campanha que bateu recorde de solidariedade, arrecadando R$ 800 mil em 20 dias, Romero Junio Silva do Esp�rito Santo, o Romerinho, de 16 anos, conclui os �ltimos exames para iniciar o tratamento no Hospital City of Hope.
Pelo tom da voz na liga��o, � poss�vel perceber que ele mant�m o otimismo de sempre. A hematologista Cl�udia de Bessa Solmucci, que se tornou sua madrinha, acompanha de perto o garoto. A campanha segue agora com a meta de trazer para o Brasil a institui��o em que ele est� se tratando contra a leucemia linfobl�stica aguda. Na p�gina #somostodosromerinho, no Facebook, est� aberto um abaixo-assinado virtual.